O ‘Favoritismos’, programa de prognósticos do ‘Espião Estatístico’ do Globo Esporte apresenta o potencial que cada time carrega para a rodada #19 do Brasileirão comparando o desempenho nos últimos 60 dias como mandante ou visitante em todas as competições e também nos últimos seis jogos independentemente do mando. Também são consideradas as performances defensiva e ofensiva das equipes no jogo aéreo e no rasteiro.

O ‘Espião Estatístico’ do GE que por várias vezes cravou tropeços do Cuiabá e errou, desta vez, previu um empate do Dourado contra o Santos, na Arena Pantanal. Os jogos deste final de semana marcam a última rodada (19ª) do primeiro turno da competição.

Os cálculos referentes à influência de bolas altas e de troca de passes rasteiros entre gols marcados e sofridos só consideram os gols marcados em jogadas. Gols olímpicos e cobranças de pênaltis e faltas diretas não contam para determinar a influência aérea ou rasteira entre os gols. Em parceria com o economista Bruno Imaizumi, analisamos 78.356 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 3.217 jogos de Brasileirões desde 2013 que servem de parâmetro para medir a produtividade atual de cada equipe.

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> Bahia

Está na defesa a maior diferença entre os times. O Bahia sofre 10,8 finalizações quando mandante, 11º desempenho, mas sofre um gol a cada 6,9 conclusões, segundo pior desempenho mandante. O Fortaleza é a quinta equipe que mais sofre finalizações quando visitante (14,1), mas sofre um gol a cada 11,5 ataques (décimo desempenho visitantes). Mas como mostra a linha vermelha nos gráficos de xG, os adversários do Bahia vêm produzindo menos a cada rodada, menos até que os do Fortaleza. Quando mandante, o Bahia tem o oitavo ataque que mais finaliza (13,2), mas o 11º em eficiência, com um gol a cada 11,9 tentativas. Já o Fortaleza, mesmo visitante, finaliza (14,0 é a terceira maior média visitante) mais do que o Bahia quando mandante, mas sua eficiência é menor, com um gol a cada 12,6 (sexta pior marca visitante). O Fortaleza finaliza muito fora de casa, mas vem fazendo isso mal.

 

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> Empate

Sem Kaio Jorge, que foi para a Juventus e sem Marinho, lesionado, a produtividade do ataque do Santos despenca, como mosta a linha preta no gráfico de média móvel de xG, desde a rodada #15, não coincidentemente, quando a dupla deixou a equipe. Nos últimos quatro jogos, o Cuiabá só levou gol em um. O Cuiabá é o terceiro pior mandante (2 V, 3 E, 4 D, 33%), e o Santos, o terceiro pior visitante (1 V, 3 E, 4 D, 25%). A equipe paulista vai precisar de muita atenção ao contra-ataque, já que o Cuiabá é a segunda equipe que mais marcou assim (cinco gols, dois quando mandante) e o Santos já sofreu quatro gols em contragolpes, terceira pior marca (três quando visitante).

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> Athletico-PR

A queda de produtividade do ataque do Athletico-PR é tão acentuada, que já produz menos do que o do Sport na média móvel de xG (linha preta dos gráficos). Mas o Athletico-PR ainda é o sexto mandante do Brasileirão (4 V, 2 E, 2 D, 58%), e o Sport, o 11º visitante (2 V, 3 E, 4 D, 33%). Apesar da queda recente, a equipe paranaense tem em toda a competição a sétima média mandante de finalizações (13,6) e a quinta maior eficiência caseira, com um gol a cada 9,1 tentativas. O Sport é o quarto visitante que menos finaliza (8,3) e precisa de 12,5 tentativas para conseguir um gol, 13º desempenho ofensivo visitante. A defesa paranaense é a quarta que mas sofre finalizações (12,0), e leva um gol a cada 9,6 conclusões, 12ª resistência. O Sport sofre em média 14 finalizações e um gol por partida, mas isso significa a sexta maior resistência visitante.

 

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> Corinthians

Reforçado e vitaminado por novos patrocínios, o Corinthians já sonha com dias melhores. Por enquanto, é o terceiro pior mandante (2 V, 2 E, 4 D, 33%) e ganhou um dos últimos cinco jogos em casa (2 E, 2 D). Tem uma boa oportunidade porque o Juventude venceu um dos últimos 13 jogos como visitante (7 E, 5 D). A equipe gaúcha é a sexta pior visitante do Brasileirão (1 V, 4 E, 3 D). Em casa, o Corinthians faz um gol a cada 11,3 finalizações (nona marca), mas sofre um a cada 8,7. Curioso é que a equipe paulista tem média de 11,3 conclusões feitas (quinta pior) e 12,0 sofridas (quarta pior). O Juventude tem média de 8,0 finalizações por partida (pior marca visitante) e ainda precisa de 12,8 para conseguir um gol (quinta menor eficiência). É o terceiro visitante que menos sofre finalizações (11,0), mas leva um gol a cada 9,8 (13ª resistência visitante).

 

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> Fluminense

Chapecoense e Fluminense são duas das três equipes (atrás apenas do Internacional) com maior percentual de gols de dentro da área (93%). Estão entre as equipes que proporcionalmente menos finalizam de fora da área, mas de modo geral, finalizam pouco. Em casa, a Chapecoense tem média de 11,1 finalizações por partida (quarta pior marca), mas precisa do dobro para conseguir um gol (22,3), segunda pior eficiência mandante. Quando visitante, o Fluminense é a quarta equipe que menos finaliza (8,3 por partida) e precisa em média de 9,4 para conseguir um gol, oitava eficiência.

Devido a convocações para as Eliminatórias da Copa 2022, foram adiados os jogos Flamengo x Atlético-GO, São Paulo x América-MG, Atlético-MG x Grêmio, Internacional x Bragantino e Ceará x Palmeiras.

Resultado

Favoritismos acertou 79 dos 175 jogos analisados, aproveitamento de 45%.

Metodologia

Apresentamos as probabilidades estatísticas baseadas nos parâmetros do modelo de “Gols Esperados” ou “Expectativa de Gols” (xG), uma métrica consolidada na análise de dados que tem como referência 78.352 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 3.217 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013. Consideramos a distância e o ângulo da finalização, além de características relacionadas à origem da jogada (por exemplo, se veio de um cruzamento, falta direta ou de uma roubada de bola), a parte do corpo utilizada, se a finalização foi feita de primeira, a diferença de valor mercado das equipes em cada temporada, o tempo de jogo e a diferença no placar no momento de cada finalização.

Para esta edição do Brasileirão, o desempenho de um jogador passa a ser comparado com a média para a posição dele, seja atacante, meia, volante, lateral ou zagueiro, e passamos também a considerar o que se esperava da finalização se feita com o “pé bom” (o direito para os destros, o esquerdo para os canhotos) e para o “pé ruim” (o oposto). Foram identificados os ambidestros, que chutam aproximadamente o mesmo número de vezes com cada pé.

De cada cem finalizações da meia-lua, por exemplo, apenas sete viram gol. Então, uma finalização da meia-lua tem expectativa de gol (xG) de cerca de 0,07. Cada posição do campo tem uma expectativa diferente de uma finalização virar gol, que cresce se for um contra-ataque por haver menos adversários para evitar a conclusão da jogada. Cada pontuação é somada ao longo da partida para se chegar ao xG total de uma equipe em cada jogo.

Favoritismos está apresentando também gráficos com a evolução da média móvel em cinco jogos da expectativa de gol (xG) de cada equipe no ataque e o acumulado do que fizeram seus adversários nessas partidas. Para os gráficos, a cada cinco jogos é feita uma média móvel, que é representada pelas linhas de ataque (preta) e defesa (vermelha, que na verdade é quanto o adversário somou em xG em cada jogo). É uma forma precisa de medir o potencial de cada equipe. A linha amarela mostra a diferença entre as produções dos ataques do time analisado e de seus adversários.

O modelo empregado nas análises segue uma distribuição estatística chamada Poisson Bivariada, que calcula as probabilidades de eventos (no caso, os gols de cada equipe) acontecerem dentro de um certo período de tempo (o jogo). Abaixo, apresentamos a chance estatística que cada equipe tem de terminar o Brasileirão em determinada posição. Para chegar a essas previsões, foi empregado o método de Monte Carlo, que basicamente se baseia em simulações para gerar resultados. Para cada jogo ainda não disputado, realizamos dez mil simulações.

 — Foto: Bruno Imaizumi/Espião Estatístico

— Foto: Bruno Imaizumi/Espião Estatístico

*A equipe do Espião Estatístico é formada por: Guilherme Maniaudet, Guilherme Marçal, Leandro Silva, Mateus Pinheiro, Roberto Maleson e Valmir Storti.