Oitavo colocado na classificação, o Bragantino é o maior favorito da rodada ao receber o penúltimo colocado Juventude. A equipe paulista tem 65% de chances de conquistar os três pontos. O Flamengo recebe o Atlético-GO e no arredondamento também tem 65% de probabilidade de vencer, mas enquanto o modelo estatístico utilizado pelo Espião Estatístico apresenta chances de 65,48% para o Bragantino, as do Flamengo aparecem como 64,64%. O líder Palmeiras é o visitante com maior potencial de vitória, com potencial de 51% ao viajar para enfrentar o 12º colocado Ceará.
— Foto: Infoesporte
Em parceria com o economista Bruno Imaizumi, analisamos 88.366 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 3.609 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013 que servem de parâmetro para medir a produtividade atual das equipes a partir da expectativa de gol (xG), métrica consolidada internacionalmente (veja a metodologia no final do texto).
Com o início do segundo turno, Favoritismos passa a apresentar a cada rodada as chances estatísticas de as equipes acabarem o Brasileirão em cada rodada. Não apenas por ser o campeão do primeiro turno, mas também pelo que vêm produzindo seu ataque e sua defesa, o Palmeiras inicia o returno com 56,8% de chances de ser o campeão. Esse valor vai variar a cada rodada, dependendo dos resultados que o Palmeiras e seus adversários conquistarem a cada partida. Cada linha mostra o potencial de cada equipe ocupar cada posição ao final da competição. As três últimas linhas apresentam as chances de as equipes se classificaram para a Libertadores (G6 e G8 para o caso de os campeões da Libertadores e da Copa do Brasil estarem entre os seis primeiros colocados do Brasileirão).
A última linha mostra a probabilidade de cada equipe permanecer na Série A no ano que vem. Ao final do primeiro turno, Cuiabá (56,6%), Atlético-GO (45,4%), Fortaleza (45,5%) e Juventude (22,5%) são as equipes com menores chances de disputar a Série A em 2023. O fato de o Cuiabá ter mais de 50% de chances de permanecer indica como deverá ser emocionante o returno.
— Foto: Bruno Imaizumi/Espião Estatístico
— Foto: Espião Estatístico
Favorito >> Palmeiras
O Palmeiras tem encontrado dificuldades quando visitante contra o Ceará pela Série A de 2006 para cá, tendo uma vitória contra três do Ceará em seis jogos. Desta vez, o Ceará é o quinto pior mandante no Brasileirão (2 V, 5 E, 2 D, 41%), e o Palmeiras, o melhor visitante (5 V, 4 E, 0 D, 70%). O Palmeiras colocará à prova sua condição de defesa visitante mais resistente a finalizações, com um gol sofrido a cada 26,8 conclusões contrárias, e média de 11,9 finalizações sofridas por partida, terceira defesa que menos permite finalizações a mandantes. A equipe paulista não levou gol em seis dos nove jogos (67%) como visitante, melhor marca. O Ceará é o quinto mandante que menos finaliza (13,2), com a 13ª eficiência, um gol a cada 11,9 conclusões. A defesa do Ceará é a quarta mandante que mais sofre finalizações (12,6), com a 12ª resistência, um gol sofrido a cada 11,3 conclusões contrárias. O Palmeiras é o visitante que mais finaliza (16,0), com a 12ª eficiência, um gol a cada 12,0 tentativas. Já foram marcados quatro pênaltis a favor do Palmeiras (quinta maior marca) e quatro contra o Ceará (14ª marca).
— Foto: Espião Estatístico
Favorito >> Goiás
No arredondamento, o Goiás é mandante mais eficaz do Brasileirão (empatado com o Inter), um gol a cada 7,8 tentativas, mas tem a segunda menor média de finalizações (10,4). Já o Coritiba é o sexto visitante que mais sofre finalizações (16,4) e o segundo menos resistente a elas, com um gol sofrido a cada 7,4 conclusões contrárias. Mas como mostram as linhas vermelhas dos gráficos de xG, o Goiás vem permitindo um nível de ameaça cada vez maior a seus adversários, com potencial superior a dois gols por partida. É o visitante que mais sofre finalizações (16,6), e o nono em resistência, um gol sofrido a cada 13,5 conclusões contrárias. Isso pode virar um problema porque o Coritiba já é o segundo visitante que mais finaliza (13,9), apesar de ter a terceira pior eficiência, um gol a cada 15,6 tentativas. O Goiás é o 14º mandante (3 V, 4 E, 2 D, 48%), e o Coritiba, o pior visitante (0 V, 2 E, 7 D, 7%). O Coritiba vai precisar de muito cuidado com seu espaço aéreo, pois levou metade dos últimos dez gols pelo alto, e o Goiás marcou seis dos últimos dez gols dessa forma, sem contar pênaltis e faltas diretas. O Coritiba fez oito dos últimos dez gols pelo alto, mas o Goiás levou quatro assim.
— Foto: Espião Estatístico
Favorito >> Corinthians
O Corinthians é o melhor mandante do Brasileirão (6 V, 3 E, 0 D, 78%), e o Botafogo, o quarto melhor visitante (4 V, 2 E, 4 D, 47%). Ingredientes para um jogaço. O Corinthians fez seis dos últimos dez gols usando bolas altas, mas o Botafogo tem quatro dos últimos dez sofridos assim. Por outro lado, tanto o Botafogo marcou quanto o Corinthians sofreu metade dos últimos dez gols pelo alto e metade em trocas de passes rasteiros. Embora o Corinthians seja o mandante que menos finaliza (10,1), é o quinto mais eficaz, com um gol a cada 8,3 tentativas. O Botafogo está com a 11ª defesa visitante em finalizações sofridas (14,3), com a 12ª resistência, um gol sofrido a cada 10,2 conclusões contrárias. No ataque, o Botafogo é o sexto visitante em finalizações (12,5), com a 14ª eficiência, um gol a cada 13,9 tentativas. O Corinthians é o mandante mais resistente, sofrendo um gol a cada 31,7 conclusões contrárias, com média de 10,6 finalizações sofridas por jogo, sétima menor marca.
*Devido aos arredondamentos, a soma das probabilidades é diferente de 100% — Foto: Espião Estatístico
Favorito >> Flamengo
Sem contar pênaltis e faltas diretas, o Flamengo fez nove dos últimos dez gols a partir de jogadas aéreas, e sofreu oito dessa forma. O Atlético-GO fez e levou metade dos últimos dez gols pelo alto e metade por baixo. Há forte potencial para gol aéreo na partida. O Flamengo tem a quarta maior média mandante de finalizações (16,8), com a nona eficiência, um gol a cada 9,4 tentativas. O Atlético-GO é o terceiro visitante menos resistente a finalizações, um gol sofrido a cada 8,1 conclusões contrárias, e a 13ª média de finalizações sofridas (15,3). No ataque, o Atlético-GO tem a sexta pior eficiência, um gol marcado a cada 15,1 tentativas, com a oitava média de finalizações (11,8). O Flamengo é o segundo mandante que menos sofre finalizações (9,6), com a segunda maior resistência, um gol sofrido a cada 21,5 conclusões contrárias.
— Foto: Espião Estatístico
Favorito >> Internacional
Nesta configuração de mando, são dois ataques goleadores: o Internacional é o nono mandante do Brasileirão (4 V, 4 E, 1 D, 59%), com o segundo melhor ataque caseiro (17 gols, média 1,89), mas a terceira pior defesa mandante (11 gols sofridos, média 1,22). O Atlético-MG é o terceiro melhor visitante (3 V, 5 E, 1 D, 52%), com o terceiro melhor ataque forasteiro (11 gols, média 1,22) e a sexta melhor defesa visitante (10 gols sofridos, 1,11). O Atlético-MG precisará de atenção ao contra-ataque: o Internacional é o quarto mandante que mais finaliza assim (19) e já fez três gols em casa dessa forma, maior marca caseira. O Atlético-MG já levou dois gols em contra-ataques, e só seis equipes levaram mais gols assim quando visitante. Já foram marcados cinco pênaltis a favor do Internacional (quarta maior marca) e quatro contra o Atlético-MG (quinta pior marca). O Internacional é mandante que precisa de menos finalizações para fazer um gol (7,8), com a décima produtividade ofensiva 14,8 conclusões por partida. O Atlético-MG tem a oitava eficiência ofensiva visitante, um gol a cada 11,2 tentativas, com a quinta maior produtividade, média de 13,7 conclusões por jogo. Defensivamente, o Internacional é o 13º mandante em finalizações sofridas (11,1), com a quinta menor resistência a elas, um gol a cada 9,1 conclusões contrárias. Já o Atlético-MG é o segundo visitante que menos permite finalizações aos mandantes (11,7), com a 11ª resistência, um gol sofrido a cada 10,5 conclusões contrárias.
— Foto: Espião Estatístico
Favorito >> Athletico-PR
Um jogo com forte potencial para gol a partir de jogada aérea: sem contar pênaltis e faltas diretas, as duas equipes fizeram sete dos últimos dez gols a partir de jogadas aéreas. O Athletico-PR sofreu seis dos últimos dez gols (e 16 dos últimos 20) dessa forma. O São Paulo sofreu metade dos últimos dez gols pelo alto e metade em trocas de passes rasteiros. O Athletico-PR é o sexto mandante mais resistente a finalizações, um gol sofrido a cada 16,0 conclusões contrárias, mas é o terceiro que mais sofre finalizações (14,2), um risco contra um visitante tão eficaz quando o São Paulo, o terceiro que precisa de menos finalizações para fazer um gol (9,3), apesar de ser o quinto que menos conclui (10,2). Mas a equipe paranaense é a sétima mandante mais eficaz, com um gol a cada 8,8 conclusões, apesar de ser a sexta que menos finaliza (13,7). O São Paulo é o sexto visitante que menos permite finalizações a mandantes (12,8), com a 14ª resistência, um gol sofrido a cada 9,8 conclusões contrárias. O Athletico-PR é o terceiro melhor mandante (5 V, 3 E, 1 D, 67%), e o São Paulo, o 11º visitante (1 V, 7 E, 2 D, 33%).
*Devido aos arredondamentos, a soma das probabilidades é diferente de 100% — Foto: Espião Estatístico
Favorito >> América-MG
Outro jogo com potencial para gol a partir de jogada aérea: com exceção ao ataque o Avaí, que fez quatro dos últimos dez gols usando bolas altas, tanto o América-MG fez quanto as duas equipes sofreram seis dos últimos dez gols explorando bolas altas. Ainda assim, com este mando é um jogo de baixas eficiências: o América-MG é o quinto ataque mandante menos eficaz, com um gol a cada 15,0 tentativas, um gol por jogo, e o Avaí é o segundo visitante que mais sofre finalizações (18,8), com a décima resistência, um gol a cada 10,6 conclusões contrárias. No ataque, o Avaí é o quarto visitante que menos finaliza (9,1), com a segunda menor eficiência, um gol a cada 20,5 tentativas. A defesa do América-MG é a sexta mandante que mais sofre finalizações (12,3), com a décima resistência, um gol sofrido a cada 12,3 conclusões contrárias. O América-MG é o 13º mandante (4 V, 2 E, 3 D, 52%), e o Avaí, o segundo pior visitante (1 V, 1 E, 7 D, 15%).
— Foto: Espião Estatístico
Favorito >> Cuiabá
Em campo o Cuiabá, o quinto pior mandante (2 V, 5 E, 2 D, 41%), e o Fortaleza, terceiro pior visitante (2 V, 0 E, 7 D, 22%). Em jogo, a permanência na Série A, já que ambos estão na zona do rebaixamento. O Cuiabá é o terceiro mandante que menos finaliza (12,1), com a quarta pior eficiência, um gol a cada 15,6 tentativas. O Fortaleza é o visitante que menos sofre finalizações (11,6), mas tem a menor resistência a elas, com um gol sofrido a cada 6,9 conclusões contrárias. No ataque, o Fortaleza é o segundo visitante mais eficaz, um gol a cada 9,0 tentativas, com a 12ª média de finalizações (11,0). O Cuiabá é o quarto mandante defensivamente mais resistente, com um gol sofrido a cada 19,0 conclusões contrárias, e a sétima média de finalizações sofridas (10,6).
*Devido aos arredondamentos, a soma das probabilidades é diferente de 100% — Foto: Espião Estatístico
Favorito >> Bragantino
Mais uma partida com forte potencial para gol a partir de jogadas aéreas: sem contar pênaltis e faltas diretas, o ataque do Juventude fez oito dos últimos dez gols dessa forma e tanto o ataque do Bragantino quanto a defesa das duas equipes têm influência aérea de seis dos últimos dez gols. O Bragantino é o 11º mandante (5 V, 2 E, 3 D, 57%), e o Juventude, o sexto pior visitante (1 V, 4 E, 4 D, 26%). O Bragantino tem a sexta maior eficiência caseira, um gol a cada 8,5 conclusões, com a 11ª produtividade (14,5). O Juventude é o visitante que mais sofre finalizações (19,7), com a sexta menor resistência, um gol a cada 9,8 conclusões contrárias. No ataque, apesar de o Juventude ter a quinta melhor eficiência (um gol a cada 9,8 tentativas), é o segundo que menos conclui (8,7). O Bragantino é 12ª defesa mandante em finalizações sofridas (11,0), com a 11ª resistência caseira, um gol sofrido a cada 12,2 conclusões contrárias.
— Foto: Espião Estatístico
Favorito >> Fluminense
Adivinha! Sim, potencial para gol a partir do jogo aéreo: o Fluminense sofreu dessa forma sete dos últimos dez gols, e o Santos fez a metade dos últimos dez pelo alto e metade em trocas de passes, sempre sem contar pênaltis e faltas diretas. O jogo do Fluminense tem sido bem mais rasteiro, com sete dos últimos dez gols marcados em trocas de passes rasteiros, exatamente a mesma influência dos sofridos pelo Santos. De 2006 para cá, pela Série A, o Santos tem sido dominante quando mandante, com nove vitórias e apenas três derrotas em 16 confrontos. Agora, o Santos é o sétimo mandante (5 V, 3 E, 2 D, 60%), e o Fluminense, o segundo melhor visitante (4 V, 3 E, 2 D, 56%). O Fluminense tem a quarta maior eficiência visitante, um gol a cada 9,4 tentativas, apesar de ter a 14ª média visitante de finalizações (10,4). Essa eficiência da equipe carioca é um diferencial, principalmente porque o Santos é o segundo mandante que mais sofre finalizações (16,3), ainda que seja o terceiro mandante mais resistente a elas, um gol sofrido a cada 20,4 conclusões contrárias. No ataque, o Santos é o oitavo mandante em finalizações (15,1), com a 11ª eficiência, um gol a cada 10,1 tentativas. O Fluminense é o sétimo visitante em finalizações sofridas (13,2), com a quarta maior resitência forasteira, com um gol sofrido a cada 14,9 conclusões contrárias.
Metodologia
Favoritismos apresenta o potencial que cada time carrega no Brasileirão 2022 comparando o desempenho nos últimos 60 dias como mandante ou visitante em todas as competições e nos últimos seis jogos, independentemente do mando. Também são consideradas as performances defensiva e ofensiva das equipes no jogo aéreo e no rasteiro. Os cálculos referentes à influência de bolas altas e de troca de passes rasteiros entre gols marcados e sofridos só consideram as características dos gols marcados em jogadas. Gols olímpicos, cobranças de pênaltis e de faltas diretas não contam para determinar a influência aérea ou rasteira por serem cobranças feitas diretamente para o gol.
Apresentamos as probabilidades estatísticas baseadas nos parâmetros do modelo de “Gols Esperados” ou “Expectativa de Gols” (xG), uma métrica consolidada na análise de dados que tem como referência 88.366 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 3.609 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013. Consideramos a distância e o ângulo da finalização, além de características relacionadas à origem da jogada (por exemplo, se veio de um cruzamento, falta direta ou de uma roubada de bola), a parte do corpo utilizada, se a finalização foi feita de primeira, a diferença de valor mercado das equipes em cada temporada, o tempo de jogo e a diferença no placar no momento de cada finalização.
O desempenho de um jogador é comparado com a média para a posição dele, seja atacante, meia, volante, lateral ou zagueiro, e consideramos o que se esperava da finalização se feita com o “pé bom” (o direito para os destros, o esquerdo para os canhotos) e para o “pé ruim” (o oposto). Foram identificados os ambidestros, que chutam aproximadamente o mesmo número de vezes com cada pé.
De cada cem finalizações da meia-lua, por exemplo, apenas sete viram gol. Então, uma finalização da meia-lua tem expectativa de gol (xG) de cerca de 0,07. Cada posição do campo tem uma expectativa diferente de uma finalização virar gol, que cresce se for um contra-ataque por haver menos adversários para evitar a conclusão da jogada. Cada pontuação é somada ao longo da partida para se chegar ao xG total de uma equipe em cada jogo.
O modelo empregado nas análises segue uma distribuição estatística chamada Poisson Bivariada, que calcula as probabilidades de eventos (no caso, os gols de cada equipe) acontecerem dentro de um certo intervalo de tempo (o jogo). Para chegar às previsões sobre as chances de cada time terminar o campeonato em cada posição foi empregado o método de Monte Carlo, que basicamente se baseia em simulações para gerar resultados. Para cada jogo ainda não disputado, realizamos dez mil simulações.
Favoritismos apresentará também gráficos com a evolução da média móvel em cinco jogos da expectativa de gol (xG) de cada equipe no ataque e o acumulado do que fizeram seus adversários nessas partidas. Para os gráficos, a cada cinco jogos é feita uma média móvel, que é representada pelas linhas de ataque (preta) e defesa (vermelha, que na verdade é quanto o adversário somou em xG em cada jogo). É uma forma precisa de medir o potencial de cada equipe. A linha amarela mostra a diferença entre as produções dos ataques do time analisado e de seus adversários
*A equipe do Espião Estatístico é formada por: Guilherme Maniaudet, Guilherme Marçal, João Guerra, Leandro Silva, Leonardo Martins, Roberto Maleson e Valmir Storti. (Espião Estatístico/GE)