O infectologista José Ribamar Branco, da Sociedade Brasileira de Infectologia, aprovou a decisão da CBF de exigir comprovante de vacinação de todos os jogadores inscritos nos torneios promovidos pela entidade. Uma das maiores autoridades em Infectologia no Brasil, José Ribamar lembrou que as pessoas vacinadas plenamente estão protegidas contra casos mais graves de contágio pela variante ômicron.
“O Brasil foi um desastre na gestão da pandemia. Mas dá show na vacinação. Exigir a carteira de vacinação nos eventos esportivos é muito importante porque, além de educar, motiva as pessoas a completarem o calendário. A única forma de bloquear a Covid é a vacinação de toda a população”, afirmou José Ribamar, que defende a extensão da medida aos torneios regionais de futebol.
A infectologista Tânia Vergara, consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia, ressalta as sequelas que podem comprometer o desempenho dos jogadores por bastante tempo no caso da falta de vacinação – um risco para quem depende da boa saúde no exercício da profissão.
“A Covid é uma doença que afeta muitos órgãos e sistemas. Suas manifestações clínicas podem ser prolongadas e deixar sequelas graves. Com a medida, a CBF mostra cuidado com toda a equipe envolvida na realização dos jogos”, disse.
O presidente da Comissão de Saúde da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, Paulo Pinheiro, também apoia a medida anunciada pela CBF. O médico, que já foi diretor de hospital e é uma das maiores referências em Saúde no país, faz 69 anos neste sábado 22/1 e destaca que a obrigatoriedade da imunização é fundamental para proteger quem participa de atividades esportivas.
“Espero que jogadores, dirigentes e comissões técnicas entendam que a vacinação é muito importante para ter segurança, trabalhar em tranquilidade e evitar contaminação entre as pessoas. Acho ótima a decisão da CBF e espero que seja cumprida, que não seja burlada em momento nenhum”, afirmou.
Pela nova norma da CBF, os jogadores inscritos nos torneios promovidos pela confederação terão que apresentar comprovante de vacinação completa. Ou seja, a aplicação da dose única ou da segunda dose num período de 14 dias anteriores ao jogo.
A determinação está no Guia Médico de Medidas Protetivas para o Futebol Brasileiro 2022, que atualizou regras em consequência da pandemia.
A CBF destacou que a medida não tem conotação política e que seu caráter é exclusivamente sanitário, para a proteção da saúde dos atletas, já que a variante ômicron tem alto índice de transmissão e os casos de internação são justamente de pessoas que não tomaram a vacina.
O portal médico da entidade vai bloquear automaticamente a inscrição de qualquer jogador que for relacionado para um jogo e não estiver regularizado com a vacinação.
Na semana passada, o técnico da Seleção Brasileira, Tite, contou que o lateral Renan Lodi não foi convocado porque não havia tomado as duas doses da vacina. Na ocasião, Tite afirmou que a vacinação é uma “responsabilidade social”. Um dos auxiliares de Tite, César Sampaio, ressaltou que Lodi não poderia entrar no Equador sem o esquema vacinal completo, por exigência do país sul-americano.
A CBF também emitiu uma orientação às federações estaduais para que tomem a mesma iniciativa e exijam o comprovante de vacinação dos jogadores nos seus torneios. (Jogada 10)