Na noite da última quinta-feira, o Botafogo deu um importante passo para a consolidação da SAF do clube, com a aprovação do Conselho Deliberativo para a transferência de 90% do Futebol do clube para John Textor. E o que se viu do lado de fora de General Severiano foi muita festa por parte da torcida alvinegra. Recentemente, no Cruzeiro, a torcida também fez festa e chegou a pressionar conselheiros pela aprovação da venda da SAF do clube. Mas, e agora? A Sociedade Anônima do Futebol vai virar tendência no futebol no futebol brasileiro?
Vale lembrar que o Cuiabá EC que adotou o modelo SAF, no final do ano passado, foi o primeiro clube do país a implementar a modalidade.
Para Amir Somoggi, sócio da Sports Value Marketing Esportivo e um dos maiores especialistas em gestão esportiva no Brasil, a transformação do Futebol em SAF e a venda para investidores vai ser a saída apenas para clubes com grandes problemas financeiros e de gestão – como os casos de Botafogo e Cruzeiro.
“Interessa mais a esses clubes com muitos problemas financeiros, caso de Botafogo, Cruzeiro e outros clubes. Mas, na minha opinião, clubes bem administrados não vão querer perder o controle da sua administração, como por exemplo o Flamengo”, afirmou Amir Somoggi ao Jogada10.
De acordo com Somoggi, esses clubes bem administrados podem se espelhar em um gigante europeu, que vendeu parte de suas ações, mas continua com o controle majoritário do futebol: o Bayern da Munique, da Alemanha. O clube já vendeu uma porcentagem da suas ações para três empresas, mas a maior parte continua com a associação.
“Terão que encontrar um modelo mais ou menos mais parecido com o Bayern de Munique, onde o clube vai vendendo pedaços, mas continua com controle, com muita credibilidade, com muita sinergia com as marcas investidoras e patrocinadoras”.
Ainda que não vire tendência em todos os clubes brasileiro, Amir vê com bons olhos esta mudança de administração em clubes que têm um histórica de más gestões e problemas financeiros:
“O que eu acho que de fato tende a acontecer é uma profissionalização, porque os clubes na mão de investidores vão ter uma qualidade maior de administração do futebol”, finalizou Amir Sommogi. (Jogada 10)