Um dos maiores equívocos relacionados ao desaparecimento de pessoas é a crença de que é necessário aguardar 24 horas para registrar um boletim de ocorrência. De acordo com a Polícia Civil de Cuiabá, essa ideia, frequentemente disseminada por filmes e séries, não corresponde à realidade.

Jannaína Paula, que atua como escrivã no Núcleo de Pessoas Desaparecidas da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), explica que a demora no registro pode prejudicar as investigações.

“Ao contrário do que muitas pessoas pensam, não é necessário esperar 24 horas para registrar um boletim de pessoa desaparecida. Assim que você percebe que a pessoa fugiu da sua rotina, fugiu do seu horário, ou você percebe que tem algo estranho, você pode registrar o boletim de ocorrência”, afirma.

A escrivã reforça que o registro é o primeiro passo e fundamental para oficializar a investigação. No dia 26 de fevereiro, os Ministérios da Justiça e Segurança Pública, da Saúde e do Desenvolvimento Social deram início à 2ª etapa da Mobilização Nacional de Identificação de Pessoas Desaparecidas.

Nesta etapa, é realizado a identificação de pessoas acolhidas nas instituições de saúde e assistência social, por meio da pesquisa de impressões digitais ou da comparação de material genético.

“Essa crença de que tem que esperar 24 horas para registrar o boletim de ocorrência, tem pessoas que falam que é 24 horas, outras que falam que são 48 horas, vem de filmes americanos, de filmes, de séries que falam que tem essas informações, e não só americanos, até no Brasil, tem essas informações falando que não, tem que esperar 24 horas. E isso não é verdade”, esclarece Jannaína.

A Polícia Civil orienta que, antes de ir à delegacia, os familiares entrem em contato com amigos e verifiquem locais de rotina da pessoa desaparecida. No entanto, assim que essas averiguações forem feitas, o registro deve ser realizado imediatamente. Em casos de crianças, adolescentes e idosos, a recomendação é de que o registro do boletim deve ser feito sem demora.

Durante períodos festivos, quando é comum que pessoas saiam de casa sem dar notícias, a orientação é a mesma. Se houver preocupação por parte da família, o registro pode e deve ser feito a qualquer momento. A agilidade no registro aumenta as chances de uma investigação eficaz.

(Olhar Direto)