O Flamengo acessou uma linha de crédito do banco Santander a que tinha direito desde o ano passado e, a juros abaixo do mercado, conseguiu R$ 50 milhões. Fez isto para ter um colchão, um conforto maior até os jogos retornarem e os contratos de televisão e patrocinadores voltarem a ser recebidos. Esta é a explicação do clube para o empréstimo contraído nesta semana.

Rodolfo Landim durante sua entrevista na FlaTV — Foto: Reprodução

Rodolfo Landim durante sua entrevista na FlaTV — Foto: Reprodução

O gerente de futebol, Bruno Spindel, também já afirmou nesta semana que a situação do Flamengo é boa, mas como alguns contratos não estão sendo pagos, como o da Adidas, alguns acordos terão de ser renegociados. Disse isso sem se pronunciar especificamente sobre o atraso no pagamento de uma parcela da compra do zagueiro Léo Pereira.

Partamos do princípio de que a situação do Flamengo esteja mesmo equacionada, como diz a diretoria. Se o Flamengo repactuar, imagine a preocupação de Fluminense, Botafogo, Vasco, Cruzeiro…

No Flamengo, a maior preocupação para o restante do ano é a bilheteria. O clube tem perto de R$ 200 milhões programados para receber entre ingressos diretamente no estádio e sócios torcedores. Dentro do clube, se fala que o valor correto é de R$ 180 milhões.

A receita do ano passado, de R$ 970 milhões, teve perto de R$ 300 milhões de vendas de jogadores. Este dinheiro dificilmente será igual em 2020. A conta aproximada já exclui R$ 480 milhões em comparação ao ano passado. Ou seja, o Flamengo pode ser obrigado a arrecadar metade do que arrecadou no ano passado.

Claro que a partir do momento em que se volte a jogar e que se possa receber os patrocínios, a situação pode começar a se atenuar. Mesmo com o aumento do endividamento, não parece justo dizer que a situação do Flamengo seja grave. A da indústria do futebol é gravíssima. (Globo Esporte)