Empresas que prestam o serviço de home care afirmam que o número de pacientes que solicitam leitos de UTI de retaguarda e atendimento pós-internação para casos de Covid-19 aumentou absurdamente em Mato Grosso.
Famílias de pacientes estão correndo para garantir os leitos em casa.
Em nota, a Unimed informou que o home care Covid foi implantado em Cuiabá no início da pandemia com o objetivo de liberar leitos na rede para atendimento aos casos mais graves e diminuir o tempo de exposição do paciente ao ambiente hospitalar, reduzindo o risco de contaminações e favorecendo sua recuperação em ambiente familiar e acolhedor.
“Nesta segunda onda pandêmica, a Unimed Cuiabá abriu mais 150 novas vagas específicas para tratamento de pacientes Covid. Hoje, 18, são 70 pacientes sendo tratados em casa”, diz.
De acordo com a empresa, o médico auditor da Cooperativa visita os hospitais e discute o caso com o médico assistente e verifica se atende ao protocolo de elegibilidade. Em seguida, o caso é encaminhado para a Rede de Cuidados Continuados (RCC) para preparar o Plano Terapêutico Individual.
“O plano é repassado à empresa terceirizada para preparar a casa com a infra-estrutura adequada e faz a remoção do paciente da unidade hospitalar. A estrutura da Unimed Cuiabá está completa e não há carência nem de insumos e nem de recursos humanos”, afirma.
Conforme o diretor de uma das empresas que atendem em Cuiabá, a demanda aumentou em 100%. Antes no início da pandemia, a empresa atendia uma média de quatro pacientes ao mês, quando quase não havia procura. Com o agravamento dos casos de Covid-19 e a falta de leitos, a demanda aumentou consideravelmente.
Hoje, a demanda por um leito é diária. A empresa recebe de 10 a 15 pedidos por dia, mas só consegue atender 10 pessoas em um dia.
Muita gente aguarda para ser encaixada em um leito. Além disso, todos os insumos tiveram um reajuste por conta da oferta e procura. A caixa de luvas, por exemplo, que custava R$ 14, chegou a custar R$ 140, sem contar equipamentos. A empresa precisou adquirir suporte para respiradores com valor acima de R$ 3 mil.
A gerente de operações de outra empresa diz que em 24 anos a empresa nunca esteve tão sobrecarregada com a procura. No início a empresa atendia entre 3 e 4 pacientes por mês. A partir de dezembro, aumentou a demanda em 200% para a empresa. Passaram a atender de 15 a 20 dia. A capacidade hoje é de até 20 pacientes por dia. Os internados ficam de 7 a 14 dias ocupando o serviço de home care após a alta hospitalar. A demanda hoje é de 80 pedidos dia e a empresa não consegue atender. Principal dificuldade hoje é a logística, a falta de pessoal, insumos e principalmente por cilindros de oxigênio nem tem mais no mercado disponível.