A Polícia Civil indiciou o empresário Carlos Alberto Gomes Bezerra, de 57 anos, por homicídio qualificado por feminicídio, por motivo torpe e recurso que impossibilitou a defesa da vítima pela morte da servidora pública do Tribunal de Justiça, Thays Machado, 44. Já pelo assassinato do namorado dela, Willian Moreno, 40 anos, ele vai responder por homicídio qualificado e perseguição majorada.
O autor do crime é filho do deputado federal Carlos Bezerra, atual presidente do diretório estadual do MDB e também ex-prefeito de Rondonópolis (225 km ao Sul de Cuiabá), ex-governador e ex-senador. Carlinhos, como o empresário é conhecido, está preso preventivamente por ordem judicial.
O inquérito foi concluído nesta sexta-feira (27). Agora, será remetido ao Ministério Público Estadual (MPE) para oferecimento de denúncia criminal ao Judiciário.
Thays e seu namorado, Willian, foram mortos na tarde do dia 18 de janeiro, na frente de um prédio residencial, no bairro Consil, em Cuiabá. O ex-namorado da vítima atirou diversas vezes contra o casal, atingindo cada vítima com três disparos fatais. Os dois morreram na calçada do prédio, a poucos metros um do outro.
Carlos Alberto Gomes Bezerra foi preso em flagrante, horas depois do crime, em uma fazenda na região do município de Campo Verde (132 km de Cuiabá), por equipes da Polícia Civil que realizaram diligências contínuas a fim de esclarecer o crime e a autoria. Com ele foi apreendida a arma usada nos homicídios.
A investigação apontou que Carlos Alberto Gomes Bezerra perseguia Thays insistentemente e, no dia do crime, no meio da madrugada, ele seguiu a vítima depois que ela saiu do Aeroporto Marechal Rondon, onde foi buscar Willian.
Era 3h55 da madrugada de 18 de janeiro, quando Thays fez contato com o Ciosp pelo número 190 e relatou, em desepero, que estava na Avenida Tenente-Coronel Duarte (Prainha) quando foi seguida pelo autor dos homicídios. Ela contou ainda que ele costumava andar armado. A vítima recebeu ainda orientação para procurar a Delegacia da Mulher e foi solicitado que entrasse em contato caso fosse necessário.
Na tarde do mesmo dia, Thays e seu atual namorado foram mortos na calçada do edifício Solar Monet, onde mora a mãe da vítima. Ela tinha ido ao local para deixar o carro da mãe na garagem e, ao sair na portaria para aguardar a chegada de veículo de transporte por aplicativo, foram surpreendidos pelo indiciado, que conduzia um Renault Kwid, e fez os disparos contra Thays e Willian.
A investigação da DHPP apurou que no início do ano, Thays recebeu diversas mensagens de Carlinhos, que se mostrava inconformado com o fim do relacionamento, agindo com grosseria e perseguição contra a vítima, na tentativa de reatar a relação.
Depoimentos colhidos pelo delegado Marcel Oliveira demonstram que, mesmo após terminar o relacionamento de dois anos que teve com o indiciado, Thays dizia que achava que estava sendo seguida, o que foi comprovado com o ato na madrugada do dia 18 de janeiro. Ela havia relatado ainda ao irmão que durante o relacionamento, o criminoso sempre se mostrou uma pessoa ciumenta e possessiva.
Com todo o material probatório reunido no inquérito, o delegado apontou que as vítimas não esperavam esse tipo de retaliação pelo novo relacionamento que estava sendo construído. “Mas, a motivação do crime está relacionada ao sentimento de posse e vingança pelo fato da vítima Thays estar no novo relacionamento, fato que não era admitido pelo homicida e feminicida”, destacou o delegado Marcel Oliveira.
(Com informações da assessoria de imprensa da Polícia Civil)
Fonte: HiperNoticais