Além dos desafios diante do cenário econômico e mercadológico, o empresário também se vê na necessidade de ser hábil na gestão das pessoas, para que todo o seu time trabalhe sinergicamente afim de alcançar os resultados necessários.

 

Jim Collins, consagrando autor da área de administração empresarial, descreve que o maior segredo para uma empresa alcançar excelentes resultados é contar com as pessoas certas na equipe. Comparativamente aos tripulantes de uma embarcação ele descreve que na empresa devemos “embarcar as pessoas certas e desembarcar as erradas”; colocar as pessoas certas nas funções certas; decidir a rota com as pessoas certas e ter como principal prioridade manter ao menos 90% das pessoas certas nos lugares certos.

 

Entretanto a despeito de a maior parte das empresas brasileiras serem pequenas e geridas pelos seus fundadores, os conceitos de administração e normas trabalhistas são estruturados em empresas grandes com times e hierarquias bem definidas, que muito limita a atuação do colaborador, até mesmo para seu próprio desenvolvimento e crescimento. Neste ponto o empresário que começou um negócio partindo de seu talento ou aptidão técnica, precisa se desenvolver e buscar conhecimento em todos os departamentos.

 

Primeiramente, o empresário que é o dono do negócio e líder do time deve se desenvolver como pessoa, gestor e exemplo, para que sua equipe tenha nele um modelo de determinação e dedicação que faz o negócio acontecer. Vale a máxima de que a palavra convence, mas o exemplo arrasta. O líder precisa envolver-se nas estratégias que geram os resultados desejados para a empresa. Além disso é necessário adquirir conhecimento básico nas áreas financeira, contábil e jurídica envolvidas na operação da empresa afim de garantir segurança e legalidade nas operações.

 

É sempre muito importante o autoconhecimento, o líder deve conhecer seu perfil para saber escolher colaboradores com perfis complementares ao seu, com as competências necessárias para que todas as áreas da empresa sejam atendidas.

 

Uma das grandes dores é decidir a hora de desligar uma pessoa do time. Quando os casos são extremos, a decisão é evidente. O desafio está nos casos intermediários, onde o colaborador tem um certo grau de comprometimento, mas apresenta resultados medianos, de forma inconstante, e interfere no bom relacionamento da equipe.

Para isso, Eduardo Ferraz autor do livro “Gente de resultados”, nos apresenta alguns critérios para norteadores para a tomada de decisão. Num primeiro momento devemos fazer uma avaliação entre as atitudes positivas e negativas do colaborador. De acordo com o resultado dessa análise definir se a necessidade é de treinamento adequado, ou de dar um feedback direcionado para a correção das inadequações.

Quando isso já aconteceu e o problema persiste pode ser necessário aplicar um “cartão amarelo” e até mesmo procurar um substituto para o caso de as medidas corretivas se apresentarem ineficazes. E realmente desligar quando for necessário pois em equipes enxutas uma única pessoa com atitudes inadequadas pode prejudicar os resultados de toda a empresa.

 

Da mesma forma como precisamos “desembarcar as pessoas erradas” também precisamos manter as pessoas certas nos lugares certos. E nesse ponto reconhecer o resultado positivo que o colaborador está trazendo e dar feedback positivo, além de que à medida que a empresa for conquistando os resultados almejados, proporcionar condições especiais para aqueles colaboradores que ajudam a construir esse resultado.

 

Escolher gente melhor do que você mesmo, treiná-las, desafiá-las e mantê-las é a principal tarefa dos líderes, diz Jorge Paulo Lemann.

 

*ROSANE MARIA ORTH ARGENTA   é diretora executiva da Franquia Saúde Livre