A Conmebol enviou na noite desta quarta-feira uma carta para a Fifa na qual contesta o relatório técnico sobre as candidaturas a sede da Copa do Mundo de 2023. No documento, afirma que a entidade que comanda o futebol mundial tirou conclusões “erradas e discriminatórias” sobre a Colômbia, que passou a ser a única candidatura da América do Sul depois que o Brasil desistiu da disputa.

— Esta carta busca esclarecer a vocês todos os erros conceituais contidos no relatório e demonstrar que a Colômbia não apenas está pronta para receber o torneio como também é o lugar ideal para realizá-lo, com vistas a catapultar definitivamente o futebol feminino em nível global — diz o documento.

A carta é dirigida aos 36 integrantes do Conselho da Fifa, que no próximo dia 25 de junho (sexta-feira) se reúnem para escolher onde será disputado o próximo Mundial. A Colômbia disputa com Japão e a candidatura conjunta de Austrália e Nova Zelândia. Na semana passada, a Fifa tornou público um relatório que apontava a a candidatura dos países da Oceania como favorita. Recebeu a pontuação de 4.1 na escala de 0 a 5. O Japão ficou um pouco atrás, com 3.9. A Colômbia chegou a 2.8.

Confira os três pontos ressaltados na carta:

SEGURANÇA
“Embora o terrorismo nacional tenha sido reduzido consideravelmente, ainda há preocupações com os possíveis efeitos do crime nas partes envolvidas no torneio”.

A Conmebol coloca que o relatório lança dúvidas sobre a segurança na Colômbia e é “uma afirmação dolorosa para colombianos e sul-americanos, uma vez que se baseia apenas em preconceitos profundamente enraizados que desconhecem os processos de paz, que vêm ocorrendo há muitos anos, endossados ​​por várias organizações internacionais”. E completa: “O “terrorismo” aludido com uma lamentável leveza no relatório técnico não existia há muito tempo. A Colômbia vive hoje um tempo de estabilidade e paz social, fruto do esforço e maturidade de seu povo. Denota ignorância em relação à situação na Colômbia e também desinteresse em realizar pelo menos uma busca mínima pela situação atual em que o país se encontra. Um exemplo da falta de consistência no documento é a seção que sugere uma “supervisão mais exaustiva” da cidade de Cali, sem explicar os motivos ou oferecer qualquer base”.

SERVIÇOS DE SAÚDE, MÉDICOS E CONTROLE DE DOPAGEM
“… os hospitais colombianos geralmente não prestam serviços de emergência de acordo com os serviços internacionais de saúde; portanto, pacientes com sintomas graves podem ter que ser evacuados para outro país”

A Conmebol salienta esse ponto do relatório e contrapõe: “O relatório técnico sem suporte estabelece que a Colômbia não possui serviços médicos adequados para lidar com “casos graves”, que podem eventualmente ser “evacuados para outro país”. Esta declaração é ofensiva. Os melhores hospitais de Bogotá, Medellín e Cali estão entre os mais avançados da América do Sul, segundo o prestigiado ranking América Economía. Além disso, eles são reconhecidos por receber “quadros sérios” do exterior.

QUESTÕES COMERCIAIS
“Com relação ao potencial da televisão, a FIFA analisou as áreas onde o torneio aconteceria, e os resultados nos convidam a supor que a candidatura da Colômbia seria muito atraente para o mercado do continente americano, mas também que os jogos seriam disputados. geralmente fora do horário europeu tardio / noturno. A limitação deve ser registrada para gerar certas oportunidades comerciais no setor audiovisual nacional e continental, devido a vários acordos comerciais em vigor. Embora exista um grande interesse local no futebol, espera-se que as condições para gerar receita de marketing internacional (público, PIB; atratividade do ambiente e estrutura de patrocínios) sejam limitadas ”.

Carta da Conmebol à Fifa sobre a Colômbia — Foto: reprodução

Carta da Conmebol à Fifa sobre a Colômbia — Foto: reprodução

Carta da Conmebol à Fifa — Foto: reprodução

Carta da Conmebol à Fifa — Foto: reprodução

Carta da Conmebol à Fifa — Foto: reprodução

Carta da Conmebol à Fifa — Foto: reprodução

(Globo Esporte)