ALFREDO DA MOTA MENEZES

Eleição para prefeitos no ano que vem já está nas conversas de rua. A eleição em Cuiabá, por motivos óbvios, é a mais comentada. No União Brasil, partido do governador Mauro Mendes, tem dois nomes em evidência: Fábio Garcia e Eduardo Botelho.

Mauro Mendes sinalizou apoiar Fabio Garcia, hoje na Casa Civil. Lugar que dá mais visibilidade e também para se conversar politica.

Tem histórias interessantes em torno desse assunto da eleição na capital. Uma delas é que, governador no mandato, nos últimos anos, não elegeu seu candidato para prefeito em Cuiabá.

Roberto França, em 1996 e no ano 2000, foi eleito e reeleito prefeito quando Dante de Oliveira era governador e ambos eram do PSDB e tinha FHC como presidente do país. Mas, a partir dali, isso não tem ocorrido.

Blairo Maggi no governo não conseguiu eleger prefeito na capital por duas vezes. Uma, em 2004, com Sérgio Ricardo e, no segundo turno, não apoiou Wilson Santos que ganhou do Alexandre Cesar. Em 2008, Blairo apoiou Mauro Mendes que perdeu para Wilson Santos.

Em 2012, Silval Barbosa sofreu derrota com Lúdio Cabral. Quatro anos depois, Pedro Taques, que apoiou Wilson Santos, que tentava voltar à prefeitura, perdeu para Emanuel Pinheiro. Em 2020 Mauro Mendes no governo deu apoio a Roberto França que não se elegeu. No segundo turno apoiou Abílio Brunini que foi derrotado por Emanuel Pinheiro.

Mauro, conforme pesquisa recente da Paraná Pesquisa, tem aprovação de 72% da população cuiabana para seu governo. Um número alto, mas Blairo também estava num bom patamar perante a opinião pública cuiabana e não teve sucesso em duas eleições para prefeito na capital.

Será que Mauro Mendes emplaca seu candidato na eleição do ano que vem em Cuiabá ou continuaria essa interessante saga contada rapidamente aqui?

Mais caso da eleição na capital e as ilações ao redor disso. Eduardo Botelho é outro nome do União Brasil que tenta candidatura a prefeito da capital. Se o Mauro apoiar mesmo o Fabio Garcia e o Botelho sentir que não tem espaço ali poderia ir para outro partido. Já até esteve em Brasília, conversando com dirigentes do MDB, ciceroneado pela Janaina Riva.

Pode ir também para o PSD que tem Carlos Fávaro como presidente. Botelho no partido como candidato ajuda a pretensão politica do Favaro de candidatura ao governo em 2026. Ele tem presença em municípios do agro, mas não tanto em Cuiabá e entorno.

Se, hipoteticamente, o Botelho ganhasse a eleição ajudaria o Fávaro nessa pretensão futura. Mesmo se o Botelho perder daria para fazer barulho político. O que, em tese, ajudaria nos planos dele para 2026.

Frente a tantas hipóteses e casos, lideranças do União Brasil, como Mauro Carvalho, hoje senador, falam em união do grupo. Que, se saírem alguns, num racha interno no partido, poderia levar à derrota da sigla na eleição do ano que vem. Pede mais diálogo do grupo. Tentar esgotar toda a conversa no partido na busca do candidato para a capital. Unido teria mais chance.

Alfredo da Mota Menezes é analista político.

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