As restrições e o isolamento provocados pela necessidade de evitar o avanço da pandemia trouxeram mudanças importantes no comportamento das pessoas, geraram efeitos diversos nas relações interpessoais e provocaram, nos adultos, idosos, jovens e crianças alterações que só o tempo vai revelar as suas reais dimensões.

No setor educativo, tratando-se do ensino fundamental, os efeitos parecem ser mais perceptíveis e agudos. Os alunos, nas escolas, onde o ambiente sempre foi de brincadeiras, correrias e muito contato físico, foram de repente compelidos a se afastarem , ficando, de repente, trancados em casa. No contexto geral, os prejuízos foram e estão sendo enormes, principalmente à produção do ensino.

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Ancorada em experiências que deram certas em outros países, a prefeitura de Cuiabá – através da SME – vai implantar em outubro o sistema híbrido escolar, em que parte das atividades educativas é presencial e outra parte é online. Aos poucos, ainda que de forma progressiva, os alunos vêm se reintegrando, mantendo contato e partilhando as aulas – não como antes -, mas com a certeza de que esse início é o caminho para que volte ao normal em breve. É como um novo amanhecer.

Ainda que o sistema híbrido exija do educador uma maior carga de dedicação e volume de trabalho, essa é a melhor direção a seguir e a SMS tem avançado nesse quesito, prestes a começar o programa. Desde que houve a sinalização de que poderíamos dividir as tarefas curriculares, defendi como educadora que era preciso todos os esforços para que as aulas fossem aplicadas presencialmente e online porque, principalmente aos mais jovens, o contato com os colegas é um dos fatores que contribuem para o melhor aprendizado, é essencial para o desenvolvimento educativo e importante para que os menores não se sintam tão isolados como antes. Pesquisas feitas a partir da implantação, na pandemia,  do sistema híbrido de ensino mostram que a assimilação das aulas melhorou em muito comparando-se com o tempo em que as aulas ficaram apenas no contexto digital.

Não devemos nos furtar a reconhecer que o educador tem redobrado seus esforços e empenho  para que o sistema híbrido funcione e os resultados sejam os mais otimistas possíveis. Além das tarefas em que ele prepara as aulas para atividade presencial, o educador também, simultaneamente, trabalha na produção do programa curricular (as aulas por trás das câmeras e mídias) que a outra parte dos alunos que fica em casa vai receber e acompanhar. É um serviço formidável, como esmero duplo, mas que vale à pena considerando as metas a serem alcançadas, os obstáculos a vencer e os seus resultados que seguramente virão.

O fato de trabalhar nessas duas frentes é uma mostra da importância do professor – diretores e coordenadores – e servidores na tarefa de transmitir conhecimento em um tempo tão difícel. Mesmo que haja maior peso do trabalho, observo a entrega velada de cada professor, porque, como se sabe, o ensinar e o aprender são as mais nobres das missões, seja em que situação ou necessidade for. Como se vê, o profissional da educação mais uma vez está no front de uma batalha que virá, acobertada de glórias.

*OSVANIRA FRANCISCA DA SILVA    é graduada em  Pedagoga, com especialização em Educação e Gestão Ambiental, diretora escolar, com experiência em Educação no Campo

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