Um dos mais aclamados nomes da cultura mato-grossense, o músico, ator e arranjador Edmilson Maciel agora também é guardião da cultura pantaneira. Ele recebeu a comenda na última sexta-feira (5), durante a celebração de 13 anos da Academia Lítero-Cultural Pantaneira (Acadepan).
Durante seu discurso, Edmilson relembrou um pouco de sua história e sua amizade com outro grande nome da cultura pantaneira, Chico Gil, já falecido. Maciel também aproveitou o momento para recitar um trecho do poema que recita em seu espetáculo “Mato Grosso em Cena”.
“Sou caboclo, dançador, ribeirinho do pé ratchado
Sou escultor, compositor e cantador de rasqueado
Gosto da simplicidade, pois assim eu fui criado
Me vejo no cururu, no siriri, na dança do congo e dos mascarados
Ofereço-lhe cabeça de pacu… calma aí xômano!
Pacu é apenas um “petche”, que te deixa encantado.
Basta mastigá-lo, que tu vira mato-grossenses adotado
E o seu coração passa bater, o compasso do rasqueado”
Para Edmilson, o título representa a valorização de seu trabalho ao longo dos últimos 46 anos, dedicados a levar a cultura local a todos os cantos do estado, assim como representando Mato Grosso e outros cantos do país e até mesmo em outras nações.
Além de agora guardião da cultura pantaneira, Maciel também é imortal da Academia de Artes, Ciências e Letras do Brasil (Acilbras-MT).
TRAJETÓRIA
Nascido em Nortelândia, Edmilson Maciel se mudou para o então distrito recém-criado de Tangará da Serra aos cinco de anos, junto com sua família. Era ainda adolescente quando deu início à sua trajetória na música e nas artes cênicas, participando de festivais de calouros, promovidos e organizados por sua família.
Sua primeira banda se chamava Banda Som da Terra, que antes chegou a ter os nomes “Tangará Som 7” e “Grupo Natureza”, passando posteriormente a se chamar apenas Banda Terra.
Edmilson Maciel também morou no Rio de Janeiro, onde gravou o primeiro LP América 500 Anos, junto com a Banda Terra, que possui 2 CDs gravados. Sua trajetória não para por aí. Ao longo de sua carreira, o artista participou de dezenas de discos, entre coletâneas e como convidado.
Sua contribuição para as artes mato-grossenses também envolve a criação do estúdio Terra de Gravações, um dos primeiros de Mato Grosso e responsável por beneficiar e viabilizar a gravação fonográfica de muitos artistas locais.
Como ator, iniciou ainda em Tangará da Serra no grupo Andanças com direção-geral de Amaury Tangará. Atualmente Edmilson interpreta a peça de teatro “Mato Grosso em Cena”, escrita em parceria com o poeta Aurélio Augusto, na qual é contada a história do estado numa atuação cênica e musical. Este espetáculo já percorreu centenas de cidades se apresentando, tanto em Mato Grosso como em outros estados.
O artista também integra o grupo Folclórico Flor Ribeirinha, há 18 anos, grande parte como diretor musical, cujo trabalho busca a divulgação e a preservação da cultura Cuiabana, tendo participado de inúmeras apresentações dentro e fora do Brasil. A bandeira de Edmilson sempre foi a propagação e a preservação da cultura regional e conseguir me manter como artista com tanta longevidade.
(Assessoria)