O tenente-coronel Adão César Rodrigues Silva, comandante do Batalhão de Trânsito, analisou a morte do motociclista Ailton Alex Nunes, de 31 anos, na MT-251 e alertou sobre os riscos de se ultrapassar os limites de velocidade nas estradas. O militar ainda explicou que não é possível a Polícia fiscalizar toda a rodovia onde ocorreu o acidente e, por isso, pede conscientização por parte dos motociclistas.
Ailton morreu na manhã de domingo (16) após perder o controle da direção em uma curva e atingir em cheio uma árvore à margem da rodovia.
Ele pilotava uma moto BMW modelo S1000 e apareceu em um vídeo, pouco antes do acidente acontecer, fazendo uma ultrapassagem em alta velocidade.
Segundo o comandante, o excesso de velocidade é um dos fatores que mais causam acidentes nas estradas. Quando se leva em consideração o tipo de veículo, as motocicletas são ainda mais letais do que outros.
“É um fator causador de acidentes com vítimas e mortes em todos os tipos de veículos. Mas quando eu levo isso, o excesso de velocidade, para as motocicletas, esse fator é ainda mais preponderante e perigoso”.
O comandante explica que é a própria engenharia do veículo a responsável por esses riscos tão altos.
“Quando você se envolve em um acidente com moto, o seu corpo passa a ser a carenagem do veículo. Você não tem nenhuma proteção além de um capacete”, afirmou.
Pela violência da pancada, Ailton morreu traumatismo cranioencefálico, apesar de estar de capacete.
“Ele aparentemente teria perdido o controle da sua moto, saiu da pista e chocou violentamente contra uma árvore”, disse.
“A moto era uma dessas de alta cilindrada, uma moto extremamente potente e, aparentemente, a perícia está levantando isso, o excesso de velocidade fez com que ele perdesse o controle desse veículo”, afirmou.
Mão na consciência
A MT-251 não tem radares fixos ou móveis para fiscalizar a velocidade dos veículos. O comandante explica que eles seriam de grande ajuda, mas só para inibir o excesso de velocidade naquela região.
Segundo o comandante, os motoristas tendem a driblar a fiscalização e seguir, depois das blitz, com imprudência ignorando as normas de trânsito.
“Não é a presença da Polícia. É questão de educação do condutor. Ele nunca o faz na frente da Polícia, sempre após a presença dela. Então, se não tiver educação e conscientização por parte desse condutor, continuaremos tendo acidentes ocasionados pelos motociclistas”, afirmou.
“Não tem como colocar uma guarnição policial durante todo o leito da rodovia. De Cuiabá a Chapada dos Guimarães são pouco mais de 60 quilômetros, não tem como colocar uma guarnição policial a cada 1 ou 5 quilômetros”.
Grande risco
O comandante alerta para os riscos de adquirir e não saber usar um veículo tão potente como motos de altas cilindradas.
“Ela vai trazer um risco porque em determinado momento você praticamente perde o controle dessa moto. O nível de exigência para manter essa moto intacta na pista é extremamente grande, a cada vez que você aumenta a velocidade”, explicou.
A velocidade média permitida na MT-251 está entre 80 e 100 Km/h. Uma motocicleta como a de Ailton vai de 0 a 100 km/h em apenas 3,1 segundos, e pode atingir os 300 km/h.
“Então quando você excede esse limite, ignora de forma negligente as sinalizações (…), você pode colocar a sua vida em risco e a vida de outras pessoas também”, afirmou.
“Nosso lema no batalhão é ‘transito seguro nós fazemos’, e esse nós é nós Polícia Militar, poder público, que proporciona a engenharia, e nós, principalmente, condutores”, afirmou.