O secretário de Estado de Infraestrutura Marcelo de Oliveira afirmou nesta segunda-feira que a assinatura do contrato para a construção do BRT (ônibus de trânsito rápido) vai colocar fim à ferida do VLT na Avenida da FEB, em Várzea Grande.

“É a conclusão daquela ferida que não consegue cicatrizar na cidade de Várzea Grande. É a cicatrização definitiva de todo esse processo que começou há muitos anos e levou a muitos problemas, inclusive de delações, ações judiciais”, afirmou o secretário.

“Graças ao trabalho do governador Mauro Mendes, da Procuradoria Geral do Estado, técnicos da Sinfra que se debruçaram em cima desse trabalho para que pudéssemos estar aqui assinando essa ordem de serviço e contrato para dar uma finalização nesse assunto. Um assunto que ficou muito chato”, completou.

A obra do VLT teve início em 2012 e foi paralisada em 2014, quando já havia onerado os cofres públicos em mais de R$ 1 bilhão. No fim de 2020, o governador Mauro Mendes (União) decidiu colocar um ponto final no modal e adotar um novo: o BRT.

Agora, o consócio Construtor BRT Cuiabá, liderado pela empresa Nova Engevix, deverá dar início às obras em seis meses, a começar por Várzea Grande.

Posteriormente, o consórcio seguirá com as obras na Capital, onde deve achar empecilhos, em especial com o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), que é favorável ao VLT.

O secretário, no entanto, pede para o gestor declare um “cessar fogo” em nome do bem estar da população da Grande Cuiabá.

“Vamos fazer todas as solicitações, e esperamos que para o bem de todos e felicidade geral do conglomerado urbano de Cuiabá e Várzea Grande a gente [se refere a Emanuel Pinheiro] pare com esses processos e comecemos uma obra que vai melhorar o transporte principalmente região metropolitana”, disse.

“Morre gente todo dia”

Recentemente, o processo para implementação do BRT foi travado após um pedido feito pelo prefeito Emanuel Pinheiro junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), dizendo que a Prefeitura de Cuiabá não havia sido ouvida sobre a escolha do novo modal.

Um entendimento recente do TCE apontou que a Corte de Contas da União não tem competência sobre questões relacionadas ao BRT, já que não há verba federal envolvida na licitação. Por conta disso, o órgão levou a questão para o Supremo Tribunal Federal (STF).

Lá, o ministro Dias Toffoli apontou que o TCE tem competência de fiscalizar obras do BRT nos municípios de Cuiabá e Várzea Grande, destravando o imbróglio jurídico e liberando as obras.

Padeiro afirmou ter esperança de que não haja mais judicialização do caso. “Foi cassada a decisão do ministro do TCU e eu acredito que daqui para frente é nós tocarmos a obra porque o que é importante para o aglomerado urbano Cuiabá e Várzea Grande é terminarmos essa obra”, disse.

“Aquela ferida aberta na cidade de Várzea Grande onde morre gente todo dia, e que nós temos problemas de manhã a tarde e a noite com a FEB daquele jeito”, completou.

O novo modal tem valor estimado em R$ 468.031.500.

Fonte: MidiaNews