Na Europa, observando de perto jogadores a convocar para a próxima data FIFA, o técnico da Seleção Brasileira, Dorival Júnior, concedeu entrevista ao canal pago ‘Bandsports’, nesta segunda-feira (18). O treinador, que está na Inglaterra, atravessa um período de três semanas no Velho Continente, afim de ter contato direto com possíveis nomes a serem chamados por ele, em sua primeira lista de convocados, dia 1º de março.
Aliás, é na Europa que está a grande referência de Dorival como treinador, atualmente. De acordo com o novo comandante da Amarelinha, Pep Guardiola, do Manchester City, é o maior exemplo a seguir. O técnico considera que a capacidade de reinvenção do catalão, temporada após a temporada, é seu principal trunfo. Dessa forma, é esta inspiração que pretende levar à Seleção:
“Tenho um apreço muito grande pelo trabalho do Guardiola, que é realmente diferente. Me chama muito a atenção, há anos, aliás. E acredito muito que, se tem um cara que se reinventa a todo o momento, esse é um que está à frente de todos os demais”.
Em março, Dorival Júnior terá seus primeiros compromissos oficiais com a Seleção Brasileira. No dia 23, jogará contra a Inglaterra, no Estádio de Wembley, em Londres. Três dias depois, a adversária será a Espanha, em partida marcada para o Santiago Bernabéu, em Madri. Veja abaixo outros pontos da entrevista do técnico da Seleção.
Preparação para chegar à Seleção
“Eu não estou na Seleção por acaso, não caí de pára-quedas. Não entrei por amizade ou outra situação. Procurei, ao longo dos anos, defendendo as maiores equipes, me preparar a cada momento. Tecnicamente, concordo que não seja um grande momento. Mas não é nada que não possamos superar com trabalho e dedicação. Temos uma torcida vibrante e apaixonada, que precisa ser resgatada. Espero que todos os segmentos do futebol participem disso para que possamos comemorar, no futuro, um momento bem mais feliz. Não tenho dúvida de que isso será possível”.
Polêmicas com treinadores anteriores
“Ninguém escapa do resultado, temos que saber disso. Mas a Seleção é do povo, não é a do Dorival, do Felipão, do Tite, do Diniz, do Dunga… É a Seleção do Brasil e do povo brasileiro. Os últimos trabalhos aqui, especialmente o do Tite, foram de muito valor. É exaltando essas qualidades que podemos encontrar as pequenas soluções. O momento é ruim, mas nós conhecemos o caminho a seguir e voltaremos a ter o respeito do futebol mundial”.
Possível desenho tático da equipe
“Em cada convocação, eu preciso sempre levar em conta todas as caracerísticas de cada atleta. Foi assim em que cada time que trabalhei. Nunca cheguei com um desenho pré-determinado, mas procurei fazer uma análise rápida para tentar implantar. Não será diferente na Seleção, por isso é que estamos estudando todos os nomes possíveis. Queremos buscar os melhores jogadores em cada momento. É claro que um ou outro não será so agrado de todos, mas só depois é que iremos buscar o desenho do time”.
De olho em 2026
“A Copa do Mundo tem uma fase que você pode errar, que é a primeira. Isso aconteceu com a Argentina. Dá para tropeçar na primeira ou segunda partida e assim mesmo se classificar. Mas, na fase seguinte, qualquer erro pode comprometer essa sequência. Temos que evitar isso e focar em todo o possível para ter o melhor time possível já para a primeira fase da Copa. Temos que aproveitar essas primeiras datas Fifa para ter um time que nos passe confiança e, aos poucos, apresentar algumas variações”.
Neymar: indispensável?
“Temos que aprender a jogar sem o Neymar. Respeitando o fato de que ele é um dos maiores jogadores do mundo. E também o fato de que um Neymar treinado, focado, preparado, deixa a Seleção ainda mais forte. Sem ele, ela não deixa de ser forte, mas cada um terá que assumir um pouco esse peso, para não deixar essa carga excessiva em cima de apenas um jogador. Precisamos adotar uma divisão de responsabilidades para desenvolver condições em uma possível falta do Neymar, para que seja suprida”. (Jogada 10)