O dólar abriu perto da estabilidade nesta sexta-feira, 18, caiu em seguida com uma realização após ganhos acumulados na semana (+1,58%) e mês (+5,33%) até a quinta-feira, mas retomou sinal positivo e atingiu máxima aos R$ 5,002 (+0,42%) no mercado à vista pouco antes do fechamento deste texto.
Há preocupações com a crise imobiliária e a economia chinesa, o aperto de juros por grandes bancos centrais nos Estados Unidos. O risco fiscal interno está no radar também em meio ao aumento de despesas e queda na arrecadação do governo, segundo operadores do mercado. Ainda é esperada uma definição do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sobre a reforma ministerial.
Investidores seguem focados na crise imobiliária na China, que não dá trégua aos temores sobre a desaceleração da economia local e global, principalmente em mercados emergentes exportadores de commodities, como o Brasil.
Nesta sexta-feira, os mercados globais repercutem o pedido de falência feito pela China Evergrande (capítulo 15) nos EUA. Além disso, dezoito das 38 construtoras estatais listadas em Hong Kong e no continente relataram perdas preliminares nos seis meses encerrados em 30 de junho, ante 11 que alertaram sobre perdas para o ano inteiro em 2022, de acordo com uma contagem da Bloomberg baseada em registros corporativos. Papéis ligados ao consumo e de fabricantes de softwares lideraram as perdas nos mercados asiáticos nesta sexta-feira por serem mais sensíveis à perspectiva de manutenção de uma política monetária apertada nos EUA e Europa.
O petróleo recua. As bolsas europeias, o euro e a libra são pressionadas também por indicadores, como a queda das vendas no varejo no Reino Unido de 1,2% em julho ante junho, e a leitura final do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da zona do euro, com baixa de 0,1% em julho ante o mês anterior, com alta anual de 5,3%, como previsto.
Com a agenda mais fraca nesta sexta e incertezas sobre mais aperto monetário ou juro restritivo por mais tempo nos Estados Unidos para combater a inflação resiliente, deve ficar no radar dos investidores um discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, na próxima semana no simpósio de Jackson Hole, nos Estados Unidos.
Às 9h45, o dólar à vista subia 0,25%, a R$ 4,9941. O dólar para setembro ganhava 0,33%, a R$ 5,0065.