Dois torcedores do Cruzeiro foram condenados, nesta quinta-feira, por homicídio e tentativas de homicídio registrados durante um ataque a ônibus com atleticanos em 2021.

Gustavo Luiz da Silva foi condenado a um total de 61 anos e oito meses de reclusão em regime fechado por homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima e oito homicídios tentados duplamente qualificados por motivo torpe e recurso que dificultou a defesa das vítimas.

Walker Marcelino Gouveia Lopes foi condenado a um total de 56 anos e quatro meses de reclusão em regime fechado também por homicídio triplamente qualificado e por sete homicídios tentados duplamente qualificados.

Os dois eram integrantes de uma das maiores organizadas do Cruzeiro. Eles estavam soltos com uso de tornozeleira eletrônica e poderão permanecer em liberdade durante a fase recursal. A monitoração eletrônica será mantida.

O julgamento começou na última terça-feira. Ao todo, 19 testemunhas foram ouvidas. Ao serem interrogados, os réus negaram participação no crime e disseram que apenas prestaram socorro às vítimas.

O ataque foi registrado no dia 28 de novembro de 2021 contra um ônibus da linha 6350 (Estação Vilarinho/Estação Barreiro), após uma partida entre Atlético-MG e Fluminense.

De acordo com a Polícia Militar (PM), cerca de 30 cruzeirenses fizeram uma emboscada e interceptaram o coletivo, que carregava cerca de 45 passageiros, na Região do Barreiro. Eles depredaram o veículo com pedras, paus e coquetel molotov.

Segundo o MPMG, os denunciados bloquearam as portas do ônibus e não deixaram ninguém sair. Várias pessoas ficaram feridas e Mateus de Freitas Ferreira, de 20 anos, morreu. Seis homens foram presos e, em julho de 2022, foram denunciados pelo Ministério Público por um homicídio e nove homicídios tentados. Para o órgão, eles assumiram o risco de matar as vítimas. (GE)