Os dias de desespero de dezenas de jogadores brasileiros em um hotel de Kiev, em meio à guerra contra a Rússia na Ucrânia, chegaram ao fim no começo desta semana. E o processo dos atletas para conseguir escapar da zona de perigo e retornar para casa contou com uma ajuda de peso: a do presidente da Uefa, Aleksander Ceferin. Foi o que revelou o diretor esportivo do Shakhtar Donetsk, Darijo Srna.

Em entrevista ao jornal “Delo”, o ex-jogador do clube e atual membro da diretoria revelou que tomou a iniciativa de entrar em contato com o esloveno, que comanda o futebol europeu, depois de ver o desespero dos atletas que passaram dias concentrados em um bunker dentro de um hotel na capital.

“Liguei para o senhor Ceferín e chorei por telefone. Não podia ver os jogadores e suas famílias indefesas e chorando. O que ele fez por nós foi sua maior vitória. É um grande homem e o maior embaixador do futebol. Os brasileiros e os italianos já estão em casa.” — Srna, diretor esportivo do Shakhtar Donetsk.
A partir daí, teve início um processo de busca por ajuda e por meios para que os estrangeiros pudessem deixar o país de forma segura, sem se tornar alvos das tropas que entravam em confronto em regiões próximas da capital do país. Srna indicou que poucas opções foram oferecidas para todoos.

– Quando escutei a primeira sirene, voltei automaticamente 25 ou 30 anos, para a guerra dos Bálcãs. Éramos umas 50 pessoas no hotel: todos os brasileiros com suas famílias, a comissão técnica de De Zerbi e três croatas. Exceto as embaixadas de Israel e Portugal, ninguém propôs nada de concreto. Os jogadores estavam desesperados e não sabiam o que fazer – contou.

Aleksander Ceferin, presidente da Uefa — Foto: Reuters

Aleksander Ceferin, presidente da Uefa — Foto: Reuters

(GE)