Um beijo de carinho. Um beijo de agradecimento. Um beijo emblemático. O gesto de Rogério Ceni com Diego Alves após o título da Supercopa do Brasil, domingo, contra o Palmeiras, ajuda a destrinchar o tamanho do feito do goleiro do Flamengo no Mané Garrincha. Ali, um treinador agradecia ao comandado pelo protagonismo na conquista de mais um título nacional. Mas é inevitável a reflexão de que um dos grandes da posição em todos os tempos chancelava o tamanho do camisa 1 neste elenco que entra no terceiro ano fazendo história.
Diego Alves em pênaltis no Flamengo
- 47 cobranças
- 13 defesas
- 1 travessão
- 1 fora
- 32 gols
As três defesas de pênaltis que decidiram o título coroaram uma atuação de gala do goleiro também com a bola rolando. Ausente da reta final do Brasileirão por lesão, Diego Alves parecia querer reafirmar seu posto neste Flamengo que conquistou o oitavo título em três anos. E assim foi.
Fosse por defesas extravagantes como na cobrança de falta de Raphael Veiga no primeiro tempo ou por uma série de outras mais sóbrias, o goleiro era o ponto de confiança e segurança no Flamengo que ainda sofreu com o encaixe de um time que precisa ter a bola para não ser castigado. Lembrou o Diego Alves decisivo na campanha da Libertadores de 2019:
“Para mim em especial, porque passei por um momento conturbado. Isso vai para as pessoas que quiseram minha permanência, era um desejo meu ficar no Flamengo, muita gente fez muito esforço para eu continuar. Fico feliz de retribuir isso com esse título que esse grupo merece”
Com as três defesas, Diego Alves chegou a 13 em 47 cobranças desde que chegou ao Flamengo. Fundamental nas oitavas de final da Libertadores vencida pelo clube com uma defesa contra o Emelec, o 01 teve seu momento mais expressivo no próprio Mané Garrincha, quando defendeu dois pênaltis, de Pikachu e Bruno César, no duelo com o Vasco pelo Brasileirão de 2019.
Elenco exalta defesas de Diego Alves na festa do título — Foto: Reuters
Performance que deixou Rogério Ceni grato e encantado. A vitória sobre o Palmeiras foi a primeira do ex-goleiro em disputas por pênaltis como treinador. Trauma que ficou para trás graças a um nome que ele quase perdeu quando chegou ao Flamengo:
“Fico feliz por alguns motivos. O primeiro deles é que em dezembro o Diego estava para sair do Flamengo. Eu sei o valor da experiência de um goleiro aos 35 anos, o que ele pode acrescentar não só com defesas, mas no dia a dia, com diálogo, comunicação”
– Eu acho que ele devolve muito à torcida, à nação rubro-negra, o esforço feito para ele ficar. Nos pênaltis, é mais fácil estar no gol do que como treinador. É 100% mérito dele. É muito da percepção, muito intuitivo para o goleiro. Ele acreditou até o fim. Dois pênaltis abaixo, faltando duas cobranças, é muito difícil reverter. Só mostra o grande goleiro que ele é e o acerto que tivemos ao mantê-lo por mais um ano.
Diego Alves voa para fazer defesa e salvar o Flamengo — Foto: Reuters
Tão questionado na época da renovação pelo custo de seu contrato, Diego Alves colocou R$ 5 milhões nos cofres do Flamengo ao decidir a Supercopa do Brasil. Praticamente se pagou e deixou uma pulga atrás da orelha dos dirigentes para a nova rodada de negociações para uma nova renovação. Mas isso é assunto para o fim do ano. (Globo Esporte)