GIOVANA FORTUNATO
Por ocasião do Dia Mundial do Diabetes, celebrado em 14 de novembro, vamos falar sobre Diabetes Mellitus, uma doença metabólica que se caracteriza pelo elevado nível de açúcar no sangue (hiperglicemia), seja pela deficiência na produção de insulina, ou seja pela incapacidade desse hormônio de metabolizar adequadamente a glicose. Mais de 15 milhões de pessoas no Brasil, de acordo com a Federação Internacional do Diabetes, têm diabetes mellitus.
O Brasil é o 5º país em incidência de diabetes no mundo, com cerca de 16,8 milhões de portadores entre 20 e 79 anos. O Dia Mundial do Diabetes, em 14 de Novembro, assim como a campanha global “Novembro Azul Diabetes”, tem como propósito difundir informações valiosas para a sociedade acerca do diabetes, incentivando a prática do autocuidado.
O diabetes traz riscos específicos para a saúde ginecológica das mulheres. Para além dos riscos associados ao diabetes, nas mulheres em idade reprodutiva, também podem ocorrer desfechos adversos na gravidez quando o controle adequado não é mantido. O diabetes mellitus pode influenciar a formação dos órgãos do feto, aumentando a probabilidade de ocorrer abortos espontâneos, morte intrauterina, malformações congênitas, partos prematuros, problemas respiratórios no recém-nascido e macrossomia fetal.
“O diabetes traz riscos específicos para a saúde ginecológica das mulheres. Para além dos riscos associados ao diabetes, nas mulheres em idade reprodutiva, também podem ocorrer desfechos adversos na gravidez quando o controle adequado não é mantido”
No caso das gestantes, as complicações maternas adquirem um papel crucial e abrangem o agravamento da retinopatia e nefropatia diabética, um aumento no risco de complicações obstétricas, como polidrâmnio, ruptura prematura das membranas amnióticas, parto prematuro e pré-eclâmpsia, um aumento na taxa de mortalidade materna devido a complicações obstétricas e hipertensivas.
Além disso, nas mulheres que desenvolvem diabetes durante a gravidez, conhecido como diabetes gestacional (DMG), há um risco aumentado de desenvolver diabetes tipo 2 no futuro. O diabetes é frequentemente uma condição silenciosa em seus estágios iniciais, mas pode causar danos sistêmicos ao organismo das mulheres, incluindo doenças macrovasculares e microvasculares, retinopatia diabética, nefropatia diabética, bem como doenças cardíacas isquêmicas, acidente vascular cerebral e até mesmo certos tipos de câncer.
A prevenção do diabetes é baseada na manutenção do peso por meio de dieta e atividade física. No caso de pacientes já diagnosticadas, é crucial o controle glicêmico adequado para prevenir as complicações. O tratamento abrange a modificação de hábitos de vida, o uso de medicamentos hipoglicemiantes e, em alguns casos, a administração de insulina.
Nas mulheres com diabetes tipo 2 e diabetes gestacional (DMG), a obesidade é mais comum. O ganho de peso e o acúmulo de gordura, tanto visceral quanto subcutânea, resultam em níveis elevados de insulina e de androgênios livres, podendo levar a disfunções na ovulação.
O exercício desempenha um papel fundamental na gestão dos níveis de glicose no sangue. Para combater o sedentarismo, é aconselhável que a paciente incorpore atividades físicas de forma moderada, praticando pelo menos 30 minutos, cinco vezes por semana, ou 50 minutos, três vezes por semana. A combinação de exercícios aeróbicos, como caminhadas ou corrida, com exercícios de resistência, em particular a musculação, é altamente recomendada.
É sempre importante falarmos de saúde, afinal é no dia a dia que nos deparamos com sinais e sintomas das doenças e o presente é o melhor momento para agir e evitar complicações futuras.
Dra. Giovana Fortunato é ginecologista e obstetra, docente do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia do HUJM e especialista em endometriose e infertilidade no Instituto Eladium
*Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Cuiabano News.