Fica ou sai? O que é verdade? Está plenamente focado? Essas e outras perguntas foram respondidas por Deyverson em entrevista exclusiva à equipe do ge nesta terça-feira. O atacante abriu o jogo sobre seu futuro no Cuiabá, celebrou “nova fase” na carreira, além de outros temas.

Nos últimos meses, o camisa 16 se viu envolto de rumores sobre possível saída, entre suposta negociação com o Coritiba e acusações de forçar uma rescisão. Ele negou os boatos e garantiu que está feliz no clube, com o qual conquistou o título mato-grossense há 10 dias.

– Tudo que saiu na internet não é verdade. As pessoas colocam aquilo que querem para dar burburinho. Estou feliz no Cuiabá, fazendo um trabalho sensacional, dentro da minha expectativa. O Cuiabá abriu as portas por meio do Cristiano (Dresch, vice-presidente do clube), do António (Oliveira), que estava aqui temporada passada. Vim com intuito de ajudar […]. Estou muito feliz, conquistando coisas que não conquistei, que é o Mato-grossense, e espero conquistar ainda mais.

De acordo com Deyverson, a vinda para a capital mato-grossense simbolizou um novo momento na vida e na carreira. O centroavante mostrou gratidão por clube, diretoria e torcida em vários momentos da conversa e disse que o estereótipo de “jogador-problema” ficou no passado.

– Sinto que quem me colocou aqui foi Deus, para enxergar as coisas de outra forma. Para meu casamento firmar mais, para eu ser melhor jogador, para eu acrescentar no Cuiabá. Antes de vir, fiquei sabendo que falaram: “vai levar ele? É problemático”. E mesmo assim apostaram em mim. Sou muito grato ao Cristiano, até me arrepio de falar. Fui muito criticado quando vim para o Cuiabá, me tacaram muita pedra. Falaram: “você vai fazer o que no Cuiabá? Você é o Deyverson”. Para eu ser o Deyverson, dependo de pessoas que me ajudem. Não venço sozinho.

Variando entre uma entrevista mais séria e um bate-papo descontraído, o jogador foi questionado sobre qual adversário tem mais gosto em marcar gols. E ele pensou duas vezes: aquele que o tornou herói do Palmeiras na final da Libertadores 2021.

– Flamengo. Todo mundo sabe que meu clube de coração é o Vasco, desde pequenininho, por causa do meu pai. Eu queria muito e consegui, fiz gol no Flamengo na final. E se tiver que fazer de novo, vou fazer, se tiver que fazer gol no Vasco, vou fazer também, qualquer um pra defender o Cuiabá.

– Todo mundo me manda mensagem falando: “sua esposa sabe que você tem outro filho?”. Pensei: “que BO é esse aí?”, aí quando vejo, falam que sou pai do Flamengo, mas esquece isso aí. Me imagino jogando no Maracanã, se ninguém invadir o campo é lucro. Vai ser vaia, garrafa voando, mas espero que a gente possa ir lá e ganhar.

Contratado no meio da temporada passada, Deyverson tem 26 jogos e 11 gols com a camisa do Cuiabá. O contrato com o Dourado é válido até fim de 2024 e, portanto, a relação de amor e ódio entre torcida e atacante durará por algum tempo.

Deyverson, Palmeiras x Cuiabá — Foto: Ettore Chiereguini/AGIF
Deyverson, Palmeiras x Cuiabá — Foto: Ettore Chiereguini/AGIF

Outros tópicos da entrevista

Relação com a torcida

– Têm pessoas que falta memória. Fiz o melhor pra ajudar, marquei seis gols já no fim do campeonato, tive uma mini lesão, fiquei um mês parado. Olham isso e pensam que estou insatisfeito, quero ir embora. É saber lidar críticas e elogios. A crítica me dá mais vontade de vencer. Igual quando conheci minha esposa, o “não” eu já tinha, fui buscar o sim e consegui. Demonstrei isso para a torcida do Cuiabá. Me vaiaram, entrei e fiz gol. Não se demonstra batendo boca com torcedor. O torcedor é apaixonado pelo clube, o jogador ele gosta. O torcedor ama o Cuiabá. Não é Deyverson Futebol Clube, é Cuiabá Esporte Clube.

Escolha pelo número 16

– Onde eu morava, em Santa Margarida, na Zona Oeste de Campo Grande (RJ), a minha rua era a 16. A minha infância foi ali, minha trajetória no futebol começou ali, onde ficava o campo do Carecão. Então esse número sempre ficou gravado no meu coração. Deu certo. Quando fui pra fora, não consegui pegar o 16, mas sempre tinha o número 6. Quando cheguei no Palmeiras, só tinha a 16, aí bateu.

Estreia no Brasileirão

– Disseram que a gente tomaria uma goleada. Conversando com alguns amigos de lá, Breno Lopes, Dudu, falaram que nosso time é muito bom, acharam que a gente podia ter ganho. Jogamos de igual para igual, com respeito, no Allianz lotado. Soubemos lidar com a pressão da torcida. Sabemos que é uma competição difícil, com grandes clubes, mas sabemos do nosso potencial para dar um passo bem longe daquilo que demos no ano passado. Queremos disputar pela metade da tabela, em oitavo, sétimo, temos que almejar coisas altas. (Com GE)