O ex-atleta e vendedor Gládius César Camarão, 54 anos, faleceu na noite desta terça-feira (2), por volta das 23 horas, vítima de falência múltipla dos órgãos, após quase dois meses internado no Hospital de Câncer de Mato Grosso (HCâncer). Ele fazia tratamento oncológico, por causa de tumores desenvolvidos em diferentes partes do corpo. E lutou bravamente pela vida.
César Camarão marcou época como jogador das categorias de base do Clube Esportivo Dom Bosco e, depois, por algum tempo no elenco profissional. Ainda muito jovem, fez parte do grupo que conquistou o Campeonato Mato-Grossense de 1991.
Um caso intrigante e contrato mal resolvido com o então presidente do Dom Bosco, Lino Miranda (in memorian), deixou-o “amarrado” ao Leão da Colina Iluminada. E, com isso, ele foi impedido de tentar carreira no América, então clube respeitado no Brasil.
Por isso, amargurado por não conseguir sair do futebol de Mato Grosso, encerrou prematuramente sua carreira profissional. César ficou desgostoso e não quis mais jogar futebol.
Contudo, o sobrenome Camarão se tornou verdadeira lenda, no futebol de várzea da Região Metropolitana de Cuiabá – o chamado amadorzão. Ele teve especial destaque na Grande Morada da Serra – Região Norte de Cuiabá, onde morou desde 1979.
E foi no amadorzão que conquistou destaque, com memoráveis atuações em diferentes campos, embora o “seu Macaranã” tenha sido o Mini-Estádio do CPA-I, justamente a poucos metros da residência da sua família. Ele foi artilheiro em 11 competições e eleito melhor jogador em pelo menos nove campeonatos.
O saudoso radialista Cláudio Kiesqui (in memorian), fundador do Campeonato Peladão (2005), apelidou Camarão de “Fábio Júnior da Grande Área”, por causa dos cabelos quase sempre longos. Posteriormente, passou a ser o “Fábio Júnior do CPA”.
Também foi incentivador, um dos fundadores e diretor do Departamento de Esportes da Associação dos Moradores do CPA-I (Acocpa-I). Amante do futebol, sempre foi apaixonado pelo Dom Bosco e pelo Flamengo.
Além disso, Gládius César foi servidor público da Câmara de Cuiabá, da Secretaria de Estado de Educação e da extinta Companhia de Saneamento da Capital. Ele foi vendedor de inúmeros e conceituados estabelecimentos comerciais de Mato Grosso, ficando conhecido bastante como eficiente vendedor da Casa Prado e da Todimo Materiais de Construção – Filial CPA II.
Por causa da profissão do pai Arnaldo, radialista e jornalista, em determinadas ocasiões, ele também militou na imprensa de Cuiabá, especialmente como free lancer – prestador de serviço temporário. Quase sempre, em emissoras de rádio e TV, ele fazia o trabalho que hoje em dia é denominado de produtor de programa. Na época, não existia um nome específico.
Por vezes, Camarão era o autêntico “faz tudo”, na equipe: pauteiro, motorista e auxiliar de cinegrafista, entre outras atribuições.
César Camarão era filho do ex-vereador Arnaldo Camarão (in memorian) e Iracy Souza Lira. Ele deixa os filhos Victor Camarão e Yasmin Caroline Camarão; e os irmãos Arnaldo César Camarão, Emanoel Messias e Jeisimar Pacheco.
O velório acontece a partir das 8 horas desta quarta-feira (3), na Capela Pax Nacional, no CPA-II (Morada da Serra – Rua 8 Lote 05 , Quadra F , N° 968). Horário do enterro ainda não foi definido pela família.