O deputado estadual Paulo Araújo (Progressistas) afirmou acreditar que o Tribunal de Justiça deve validar e retomar a intervenção do Estado na Saúde de Cuiabá.

Na semana passada, a ministra Maria Thereza de Assis Lima, presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), acatou um recurso da Prefeitura e devolveu o comando da Saúde da Capital ao prefeito Emanuel Pinheiro (MDB).

Em entrevista à Rádio Vila Real, o parlamentar citou as inúmeras denúncias de sucateamento das unidades de saúde públicas, incluindo falta de médicos. E disse que a medida é “obrigatória para salvar vidas”.

“São inúmeras denúncias que estão anexas no processo de intervenção. Acredito muito que o Poder Judiciário vai validar, no plenário, a intervenção aqui em Cuiabá. Eu acredito que vai ser unanimidade a autorização do processo de intervenção”, afirmou.

“É necessário e obrigatório para poder salvar vidas. Ninguém falou que vai tirar eternamente, mas vai dar a condição para poder normalizar, acalmar esse setor e, posteriormente, devolver a municipalidade”, acrescentou.

Eu acredito que vai ser unanimidade a autorização do processo de intervenção

Araújo desde o início defendeu a intervenção como a solução para frear o caos que tomou a saúde de Cuiabá após os inúmeros escândalos, incluindo investigações, que resultaram na prisão de secretários e até mesmo o afastamento do prefeito da Pasta.

Em dezembro, o deputado chegou a elaborar um ofício com assinatura de outros parlamentares, encaminhado ao governador Mauro Mendes (União), em que relatou uma séria de irregularidades e a precarização do trabalho dos profissionais de Saúde da Capital.

O deputado ainda citou as outras irregularidades expostas em relatórios do então interventor, Hugo Lima, como a dívida de mais de R$ 356 milhões acumulada pelo prefeito na Saúde.

 

Remédio amargo

Ao defender a intervenção, Araújo lembrou que a Capital é referência em saúde pública para todos os municípios do Estado, situação que, para ele, torna mais urgência a necessidade de solução para os problemas nas unidades de saúde.

“Ninguém quer fazer um processo de intervenção, mas como disse a presidente do TJ, é um remédio amargo. Então, fazer o que? Deixar as pessoas morrendo? Vão ficar olhando no camarote trocas de secretários, substituições, ingerência política?”, questionou.

“Vai fazer o que em uma situação dessa a não ser a intervenção? Não tem outro remédio”, concluiu.

Fonte: MidiaNews