O deputado estadual Gilberto Cattani (PL) foi eleito presidente da Comissão de Direitos Humanos, Direitos de Defesa da Mulher, Cidadania, Amparo à Criança, ao Adolescente e ao Idoso, na Assembleia Legislativa de Mato Grosso.
O parlamentar do PL carrega um histórico de polêmicas, como em 2022, por ter levado uma arma de brinquedo para Casa Legislativa depois de ser investigado pelo Ministério Público e por ter publicado em redes sociais uma foto com uma criança enquanto segurava uma arma de fogo. Ele também foi alvo de inquérito policial por suposta homofobia, em 2021 (leia mais abaixo).
Na reunião em que o elegeu como presidente da comissão, Cattani destacou que seu comando não será pautado por ideologia, mas sim pela isenção na condução dos trabalhos. Ao tomar posse no segundo mandato — eleito com 44.705 mil votos —, o parlamentar usava uma camisa com estampa do rosto do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está nos EUA desde 30 de dezembro do ano passado.
“Nós vemos, hoje, no nosso país perdendo alguns direitos, principalmente o direito à liberdade plena do cidadão. Nessa comissão com certeza esses direitos serão preservados. Queremos isenção na condução dos trabalhos, ou seja, qualquer tipo de direito ao cidadão pode ser defendido nessa comissão”, destacou ele.
Deputado Gilberto Cattani é o autor das propostas de flexibilização do uso de armas — Foto: JLSiqueira / ALMT
Na comissão, também foram eleitos os parlamentares titulares Lúdio Cabral (PT), Max Russi (PSB), Sebastião Rezende (União) e Thiago Silva (MDB).
Em janeiro, a Assembleia arquivou o pedido feito por Cattani de criar uma subcomissão para acompanhar as condições de bolsonaristas mato-grossenses presos nos ataques aos Três Poderes, em Brasília, no 8 de janeiro.
O pedido já havia sido aprovado pelos demais deputados no dia 11 de janeiro, mas a Mesa Diretora voltou atrás após ser notificada pelo Ministério Público Estadual.
Em 2021, ele era o primeiro suplente do deputado Silvio Fávero (PSL), que morreu após nove dias internado com Covid-19 em um hospital particular, em Cuiabá, e assumiu a vaga no parlamento.
Em julho de 2022, o parlamentar publicou uma foto com alguns parentes segurando armas, incluindo crianças, o que chamou atenção do Ministério Público para investigar o caso. Na foto, Cattani aparece com uma camiseta verde e amarela e com a bandeira do Brasil, segurando uma arma. Ao lado dele, um homem está com uma criança no colo e ela segura uma suposta arma. Um terceiro homem e uma mulher, em cima de um cavalo, também estão armados. Outras crianças também aparecem na foto, inclusive um bebê.
Depois da repercussão da publicação, ele foi até a Assembleia com uma arma de brinquedo.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) prevê pena de três a seis anos de reclusão quem vende ou fornece armas, munições ou explosivos a menores, conforme o artigo 242 da Lei nº 8069.
Foto foi postada em perfil do deputado nas redes sociais em julho. — Foto: Reprodução/Instagram
Em 2021, Cattani virou alvo de inquérito policial ao ter publicado uma mensagem em que afirmava que “ser homofóbico é uma escolha, ser gay também”. Na época, diversas entidades de defesa dos direitos LGBTQIA+ manifestaram repúdio ao comportamento do parlamentar.
Um ano depois, o inquérito concluiu que não houve crime de homofobia. Segundo o delegado responsável pelo caso à época, Celso Renda Gomes levou em consideração o que disse o parlamentar durante depoimento. Cattani havia dito que o movimento LGBTQIA+ havia iniciado uma campanha dizendo que “ser homofóbico é uma escolha” e que, segundo ele, apenas acrescentou que “ser gay também”.