O advogado Eduardo Mahon, que atua na defesa do contador João Fernandes Zuffo – um dos acusados na Operação Flor do Vale – disse que irá tomar providências em relação aos relatos da escritura declaratória concedida no Cartório do 2º Ofício, de Arenápolis (258 km ao Norte de Cuiabá), no início de janeiro deste ano, pela vítima E.N.S.

Mahon disse que  tomou conhecimento de que os depoimentos apresentados pela Polícia Civil no inquérito não estão assinados, fato que considera “gravíssimo”.

Uma escritura declaratória feita por E.N. revela que um depoimento registrado no dia 18 de agosto não tem a sua assinatura.

Ele também afirmou que não prestou nenhuma informação de forma oficial para os investigadores.

A advogada Haylla dos Santos, que atua na defesa de Ronair Pereira da Silva – outro acusado da Operação Flor do Vale – , disse à imprensa que tomou conhecimento da escritura declaratória e que reforça os indícios de “fraude processual”, razão pela qual ela quer a anulação do inquérito.

“Após a declaração da dra. Hayla, agora já começo a pensar em uma representação de caráter administrativo disciplinar. Nós acreditávamos que esses processos padeciam de nulidades incontornáveis, tanto que levou a uma rejeição parcial da denúncia da Operação Flor do Vale, mas nós nunca suspeitávamos que as nulidades chegariam a esse ponto. O fato precisa ser apurado pelas autoridades e certamente será tanto administrativamente quanto pelo próprio Ministério Público”, afirmou Eduardo Mahon.

OPERAÇÃO – A Operação Flor do Vale investiga uma série de assaltos em regiões de ranchos no município de Juscimeira (148 km ao Sul da Capital).

Em um desses episódios, em julho de 2021, foi morto o advogado João Anaídes Cabral Netto, de 49 anos.