A batalha é a palavra chave para quem luta pelos seus ideais. Quem diria, chegar até aqui não foi tarefa fácil. “ Ralei muito”, atravessei diversos obstáculos, o que me deixa satisfeito e com maior força na busca do meu sonho. Me lembro como se fosse hoje, nasci e cresci, permanecendo até os 10 anos, em uma pequena região do Paraná chamada Cidade Gaúcha. Como eu e minha família tínhamos sonhos para serem realizados, inclusive meus pais estudar os filhos fomos para Nova Ubiratã. No início residimos na Vila Santo Antônio no município. Aos 15 anos fui morar na cidade de Sorriso, onde trabalhei como frentista de posto, borracheiro, lavador de carros e servente de pedreiro.

Minhas funções desempenhadas contribuíram para o desenvolvimento do município. Como tinha uma longa caminhada para concretizar meus sonhos, permaneci na região até os 17 anos. De lá mudei para Lucas do Rio Verde. Na cidade trabalhei em serviço braçal. Com o conhecimento e amizades adquiridas na região, recebi propostas para trabalhar em outras áreas, inclusive em agência bancária como office-boy.

Seguindo os conselhos dos meus pais e irmãos sobre o poder dos estudos para alcançar o êxito, aos 22 anos fui morar com a família em Várzea Grande, no bairro Jardim Maringá I, na região do grande Cristo Rei. Para manter os gastos trabalhei como mascate, a motocicleta usada nas cobranças foi adquirida com acerto do banco, onde trabalhei em Lucas do Rio Verde. Acreditando em meus sonhos, utilizei toda economia e investi durante seis meses em cursinhos com objetivo de ingressar no curso de Agronomia na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).

O sonho de ser engenheiro agrônomo não demorou a chegar, até que em um belo dia estava jogando futebol com os colegas na rua onde residia, e percebi um carteiro perdido, na busca por um endereço.

Perguntei o nome do remetente e por coincidência era eu, para alegria o resultado do vestibular, e fiquei surpreso e feliz, havia passado no curso de Agronomia da UFMT. Para se manter até o terceiro semestre estudava durante o dia e a noite trabalhava como entregador de pizza e de restaurantes. Além de estudar e trabalhar, eu namorava, onde no penúltimo semestre da faculdade casei com Sileuza Raimundo, onde tivemos três filhos: Otávio Augusto, que nasceu em Cuiabá e João Pedro e a Maria Eduarda em Nova Ubiratã. Frutos da uma união de 25 anos.

Depois de formado em engenharia agronômica, comecei a exercer trabalhos no Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato).

Pensava muito alto, ou seja, pretendia ir além, foi quando voltei em 2005 para Nova Ubiratã com esposa e filhos. Recebi várias propostas de trabalho, algumas até de alta responsabilidade, como o de secretário de Agricultura do Município. Assumi e permaneci na pasta por seis anos. Adquiri uma grande experiência, principalmente sobre a necessidade da população da região. Uma das valorosas ações na agricultura familiar, que era o “carro chefe” da pasta, bem como o desenvolvimento econômico e no “Programa Luz para Todos” através da instalação de energia para os moradores de Nova Ubiratã que não tinham o recurso. Tanto que os trabalhos foram além do esperado. Disputei a eleição para prefeito da cidade, vencendo. No caso em meu primeiro mandato com 63% dos votos na gestão de 2013 /2017. Disputei pela segunda vez o pleito, onde saí novamente para a administração de 2018/ 2021.

Em minha gestão desempenhei várias ações na infraestrutura, implantando asfalto para a população de Nova Ubiratã, por meio de recursos oriundo de um financiamento de 11 milhões, levando pavimentação asfáltica para todo município, resultando na criação de oito novos bairros na cidade. Além do desenvolvimento de ações na agricultura familiar, que acarretou no emulsionamento da economia, principalmente na produção de grãos da região.
Beneficiou centenas de famílias com a titulação de suas propriedades, transformando Nova Ubiratã na “Capital da Titulação”. Em oito anos de gestão, expandiu de forma considerável a arrecadação do município, registrando crescimento do orçamento, passando de 28 milhões para 86 milhões, em 2022, ou seja, 207% de aumento do arrecadamento, o que garantindo mais investimentos no campo e na região urbana em questões prioritárias como saneamento, segurança, saúde e educação, e outros benefícios. Para continuar impulsionando o crescimento econômico de Nova Ubiratã, me tornei consultor agronômico e imobiliário e pretendendo aplicar a visão econômica em todo Mato Grosso, levando benefícios à população do estado.

Por Valdenir José dos Santos –engenheiro agrônomo e ex-prefeito de Nova Ubiratã