De revolucionário político, no clandestino MR 8 (Movimento Oito de Outubro) na década de 1970 no Rio de Janeiro, a história reservou ao engenheiro civil, cuiabano, Dante Martins de Oliveira, o posto de Reformador do estado mato-grossense, atacando uma estrutura estatal secular, montada desde a implantação da Capitania, em 1748 e consolidada nas décadas de 1950 a 1970, quando a visão dos que governavam era de que o estado podia e devia fazer tudo, um estado onipresente.

Ao chegar ao governo em janeiro de 1995, Dante de Oliveira já era um executivo experiente, havia administrado a capital por 39 meses, em duas oportunidades e chefiado o Ministério da Reforma Agrária por um ano, em ambas as instituições foi bem avaliado.

Posse tomada, secretariado nomeado, era hora de começar a trabalhar. Em poucos meses Dante tomou conhecimento da realidade de um ‘elefante desossado’, que sequer conseguia pagar salários em dia aos seus servidores, sem nenhuma capacidade de investimento próprio e com uma dívida com fornecedores e com a União impagável.

Estava o novo governador diante de um dilema: repete o modelo de gestão tradicional ou rompe com esse estilo e provoca uma reforma profunda, que de imediato só lhe traria enorme desgaste, em especial, com os milhares de servidores que seriam exonerados?

Dante de Oliveira escolhe o caminho mais longo, mais difícil e mais desgastante. Decide executar uma profunda reforma no aparelho estatal de Mato Grosso. Liquida o Banco do Estado (Bemat); privatiza a Cemat; extingue a Codemat; extingue a Sanemat, fecha a Aeromat; a Casemat, e a Fundação Cândido Rondon. Foram mais de 20 mil demissões, algo em torno de 1/3 dos servidores.

O ambiente na capital, principal reduto do serviço público estadual, ficou muito pesado contra o governador, mas Dante tinha consciência de que havia agido como estadista e que os resultados de um novo estado seriam colhidos em uma década pela sociedade mato-grossense.

Hoje, 2020, Mato Grosso colhe os frutos de uma decisão histórica e corajosa (tem o maior PIB estadual do agronegócio brasileiro, superando o gigantesco estado de São Paulo nos últimos 2 anos, tornou-se exportador de energia e é o líder de crescimento nacional) toda revestida de um profundo convencimento de que se estava fazendo o certo, aplicando um remédio muito amargo, mas necessário para salvar um estado em decomposição.

Enquanto diminuía o tamanho do governo, o governador implantava novas e impactantes ideias, como o programa ‘E hora de investir’, o Proalmat (programa de incentivo à cultura do algodão), trazia um gasoduto da Bolívia (gás até hoje não distribuído na Capital) e a tão esperada ferrovia chegava com seus trilhos em Alto Taquari e Alto Araguaia, além da solução definitiva para a questão energética.

Mato Grosso deve muito, muito mesmo, a Dante Martins de Oliveira, um líder que soube conduzir seu estado e seu povo, com visão macro, sabendo enfrentar os desafios para a modernidade criando as bases para um novo Estado, atraente, competitivo e mais justo com sua gente.

Atravessar o ‘rubicão’ e na outra margem criar as bases para um Novo-Estado, competitivo e mais justo com sua gente, um verdadeiro ‘tigre asiático’ em terras pantaneiras. Valeu ‘Bicho’, valeu Dante!

 *WILSON PEREIRA DOS SANTOS é professor e deputado estadual pelo PSDB, na Assmebleia Legislativa de Mato Grosso.

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