E.S. I., de 44 anos, cunhado do policial civil Jeovânio Vidal Griebel envolvido na morte do idoso João Antônio Pinto registrou um boletim de ocorrência por difamação contra a advogada da família do idoso, Gabriela Zaque. No documento, ele alega que a jurista está ferindo sua honra por referir-se a ele como ‘grileiro’ ao falar sobre o caso à imprensa. No entanto, no documento policial, ele nega ter participação em grilagens e afirma ser herdeiro de um patrimônio aproximado de R$ 20 milhões.

No documento policial ao qual o HNT teve acesso, E.S.I. narra sua versão dos fatos que antecederam a morte de João Pinto. O homem, que declara sua profissão lícita como assessor parlamentar, mas que também atua no ramo de construção civil, disse que na data dos fatos, 23 de fevereiro deste ano, estava encostado na própria caminhonete, aguardando seu ajudante de pedreiro para trabalhar numa construção.

Enquanto aguardava, João Pinto teria descido da caminhonete em que estava e foi em direção a E.S.I. O homem afirma que cumprimentou o idoso, desejando bom dia. Todavia, João Pinto teria respondido a saudação com hostilidade, dizendo ‘bom dia é o caralh*’.

Na sequência, João Pinto teria sacado uma pistola e apontado contra E.S.I., enquanto o advertia que no local passava uma estrada e que nada poderia ser construído na região. E.S.I. respondeu que estava apenas aguardando o colega e João Pinto saiu do local.

Segundo a versão, o homem, então, tirou uma foto da placa da caminhonete do idoso e mandou para o cunhado Jeovânio Vidal Griebel, perguntando se algo poderia ser feito sobre a situação. Jeovânio informou que por se tratar de um flagrante de delito por ameaça, levaria o caso ao seus superiores, mas que iria até o local.

Quando o policial civil foi até a propriedade rural de João Pinto, houve confronto e o idoso acabou sendo morto dentro de um hangar do local.

No boletim de ocorrência, E.S.I. afirma que a situação ganhou grande repercussão na mídia e por isso, ele tem sua honra atacada constantemente, principalmente pela advogada Gabriela Zaque, que se refere a ele com ‘grileiro’.

À polícia, ele negou ter qualquer envolvimento com grilagem, bem como possui ocupação lícita e residência fixa há mais de 20 anos. Ele ainda afirmou que é filho de fazendeiro e herdeiro de um patrimônio de mais de R$ 20 milhões.

Além disso, foi servidor público por mais de uma década e atualmente trabalha com construção civil. Dessa forma, ele manifestou seu interesse em representar criminalmente a advogada Gabriela Zaque por difamação. Com o boletim de ocorrência registrado, o caso será investigado pela Polícia Civil.

ENTENDA O CASO

João Antônio Pinto morreu em confronto com policiais civis em sua propriedade rural no Contorno Leste, em Cuiabá, em fevereiro deste ano. Logo depois dos fatos, a Polícia Civil instaurou um procedimento administrativo disciplinar (PAD) para investigar a conduta de Jeovânio.

O inquérito estava sendo conduzido pelo delegado Marlon Luz, que ao analisar os fatos, concluiu que a morte de João Pinto ocorreu em legítima defesa e decidiu arquivar o caso. A decisão de Luz não cabe recurso. No entanto, o caso pode continuar a ser investigado através de determinação do Ministério Público, titular da ação penal.

(HNT)