Enfrentando fortes chuvas desde a semana passada, mais de 377 mil pessoas foram afetadas pelas enchentes no Rio Grande do Sul e o governo estadual decretou estado de calamidade. No meio do povo gaúcho, há Dalva Lima, cuiabana com dois filhos nascidos em Várzea Grande – região metropolitana de Cuiabá – que mudou-se em 1985.

Ao Primeira Página, ela contou neste sábado (4) o drama que tem passado morando em Porto Alegre. O vídeo abaixo mostra a força de enchente no Rio Guaíba.

“A gente não pode mais sair da cidade, e nem ir para o Centro, porque agora alagou tudo em Porto Alegre. A previsão é de ficarmos sem água e luz, além da internet que está oscilando. Oramos para que o tempo melhore, que Deus ilumine os dirigente para nos acudir, principalmente quem perdeu tudo: casa entes queridos, vizinhos. Muitos não sabem onde as pessoas foram parar”.

Dalva conta que nunca viveu algo parecido. Segundo ela, a região tem passado por um desastre climático. O número de mortos em razão dos temporais que atingem o Rio Grande do Sul subiu para 56 neste sábado (4) de acordo com o boletim divulgado pela Defesa Civil.

Além dos mortos, há 67 desaparecidos e 74 pessoas feridas. A Defesa Civil soma 32.962 pessoas fora de casa, sendo 8.296 em abrigos e 24.666 desalojadas, que recebem abrigo nas casas de familiares ou amigos.

Ao todo, 281 dos 496 municípios do estado registraram algum tipo de problema, afetando 377.497 mil pessoas.

“As cidades do interior estão isoladas porque muitas pontes se foram, os barrancos vieram abaixo. Com toda essa chuva, os pequenos riachos transbordaram, arrancando o asfalto. A chuva foi fora do normal. Nesse momento não está chovendo, mas já choveu muito à noite e de manhã. A rodoviária e o aeroporto estão ilhados”, disse ela.

O aeroporto continua funcionando, mas as pistas de acesso estão bloqueadas pelas águas. Já a rodoviária estaria fechada, segundo Dalva.

Ela conta que vive com a família no bairro Cristal, próximo ao Rio Guaíba e ao estádio do Internacional, região atingida fortemente pelos temporais. Dalva fez vídeos mostrando ao Primeira Página a situação.

Segundo ela, as estações de energia foram inundadas, o que pode interromper a distribuição. O sistema de metrô de Porto Alegre teve suas operações suspensas.

“Em alguns bairros os supermercados estão fechados. Os preços ainda estão os mesmos, mas a população já está fazendo estoque. Algumas coisas, tipo: pães, massas, produtos de limpeza, bebidas, frutas e verduras já estão levando em grande quantidade. Eu fui ao mercado hoje e muitas prateleiras estão vazias. Já ouvi que os caminhões talvez não terão como passar com mercadorias”, completou ela. (Primeira Página)

Veja vídeo: