As chances de título do Atlético-MG cresceram de 62,8% para 65,1%. Apesar de Atlético-MG e Flamengo terem empatado seus jogos na rodada passada, as chances de título no Brasileirão para o Flamengo caíram de 32,6% para 31% porque agora há uma rodada a menos para a equipe carioca tirar a diferença. É disso que se trata: conforme cada rodada do segundo turno é disputada, cada clube vai decidindo seu futuro para 2022 e, por isso, apresentamos as chances estatísticas de cada equipe terminar o Brasileirão em casa posição. Conforme as projeções, o Cuiabá aparece como favorito à vitória no compromisso deste sábado à tarde, na Arena Pantanal (leia sobre isso mais abaixo) em confronto que vai marcar o retorno da torcida ao estádio.
No quadro abaixo, a primeira linha apresenta a probabilidade percentual de cada time ser campeão, e isso muda a cada rodada dependendo da combinação entre os resultados de cada time. A segunda linha mostra a chance de os times terminarem a competição na segunda posição e assim sucessivamente, até chegar nas últimas três linhas da tabela, que mostram o potencial de ficar entre os quatro e os seis primeiros, conseguindo uma vaga na Libertadores 2022, e a probabilidade de um time ficar terminar o campeonato entre os 16 que prosseguirão na Série A no ano que vem. Quem chega a 100% na última linha, elimina o risco de rebaixamento. Atualmente, a Chapecoense tem 1,5% de chance de permanecer na Série A no ano que vem.
— Foto: Bruno Imaizumi/Espião Estatístico
Favoritismos apresenta também o potencial que cada time carrega para a rodada #23 do Brasileirão comparando o desempenho nos últimos 60 dias como mandante ou visitante em todas as competições e também nos últimos seis jogos independentemente do mando. Também são consideradas as performances defensiva e ofensiva das equipes no jogo aéreo e no rasteiro. Os cálculos referentes à influência de bolas altas e de troca de passes rasteiros entre gols marcados e sofridos só consideram as características dos gols marcados em jogadas. Gols olímpicos, cobranças de pênaltis e de faltas diretas não contam para determinar a influência aérea ou rasteira entre os gols por serem cobranças feitas diretamente para o gol, sem assistências. Em parceria com o economista Bruno Imaizumi, analisamos 79.214 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 3.253 jogos de Brasileirões desde 2013 que servem de parâmetro para medir a produtividade atual de cada equipe.
Devido aos arredondamentos, a soma das probabilidades é diferente de 100% — Foto: Espião Estatístico
Favorito >> Fortaleza
O Fortaleza é o segundo melhor mandante do Brasileirão (6 V, 3 E, 1 D, 70%), com o terceiro melhor ataque (média de 1,70 gol por jogo) e a quarta melhor defesa mandantes (0,70). O Atlético-GO é o oitavo visitante (4 V, 2 E, 4 D, 47%), com o nono ataque visitante (1,00) e a nona defesa (1,20). O jogo tem potencial para gol do Fortaleza em contra-ataque: a equipe já fez cinco assim, terceira maior marca, mas dois em casa. O Atlético-GO sofreu seis, pior marca, três quando visitante. O Fortaleza é o segundo mandante que mais finaliza (15,7) e tem a sétima eficiência, um gol a cada 9,8 tentativas. O Atlético-GO é o visitante que mais sofre finalizações (17,0), mas tem quinta maior resistência a elas, um gol sofrido a cada 14,2 finalizações. Fora de casa a equipe é a terceira visitante que menos finaliza (8,3), mas com a quarta maior eficiência, um gol em 8,3 tentativas. O Fortaleza é o mandante que menos sofre finalizações (8,0), com a oitava resistência, um gol sofrido a cada 11,4 tentativas. O Fortaleza fez oito, e o Atlético-GO sete dos últimos dez gols com bolas aéreas, mas só levaram três cada um.
— Foto: Espião Estatístico
Favorito >> Cuiabá
Embora o América-MG venha produzindo mais no ataque, como mostram as linhas pretas nos gráficos de xG, o Cuiabá é mais eficaz. Embora seja o 15º mandante em finalizações (11,4), faz um gol a cada 9,6 tentativas em casa. O América-MG é o terceiro visitante que mais conclui (13,9), mas tem a terceira menor eficiência, com um gol a cada 15,4 tentativas. Na defesa predomina a ineficiência: o Cuiabá é o sexto mandante que menos sofre finalizações (9,7), mas é o menos resistente a elas, com um gol sofrido a cada 7,1 finalizações. O América é o 11º em finalizações sofridas (12,5), mas tem a quarta menor resistência, um gol sofrido a cada 7,8 conclusões. O Cuiabá vai precisar de atenção com os contra-ataques: levou seis gols assim, segunda pior marca, cinco deles em casa, pior marca, e o América-MG já fez quatro assim, dois quando visitante. O Cuiabá é o terceiro pior mandante (3 V, 4 E, 4 D, 39%), e o América-MG, o quarto pior visitante (1 V, 5 E, 4 D, 27%).
— Foto: Espião Estatístico
Favorito >> Corinthians
O Bragantino, que tem o segundo ataque mandante mais preciso do Brasileirão, um gol a cada 8,1 tentativas e 11,4 conclusões por partida (14ª marca mandante). O Corinthians, visitante mais resistente a finalizações com um gol sofrido a cada 26,8 finalizações, sofre em média de 12,2 conclusões (nona marca). O Corinthians é o visitante que menos finaliza (7,8), mas tem a sétima eficiência, um gol a cada 9,6 tentativas. Já mostrando crescimento na produção ofensiva, como mostra a linha preta no gráfico de xG. A defesa do Bragantino é a mandante que mais sofre finalizações (14,0), com a 14ª resistência, um gol sofrido a cada 10,0 conclusões. O Bragantino é o sexto pior mandante do Brasileirão (2 V, 6 E, 2 D, 40%). O Corinthians é o quarto melhor visitante (5 V, 5 E, 1 D, 61%). Cada equipe sofreu sete dos últimos dez gols a partir de jogadas aéreas, e o Bragantino fez metade dos últimos dez gols dessa forma; o Corinthians fez quatro.
— Foto: Espião Estatístico
Favorito >> Atlético-MG
O Internacional é o sexto visitante (4 V, 5 E, 2 D, 52%), com o quarto melhor ataque (1,27) e a sétima defesa (1,09). O Atlético-MG é o melhor mandante do Brasileirão (7 V, 1 E, 1 D, 81%), com o melhor ataque (2,11) e a melhor defesa (0,56). Esse equilíbrio entre forças ofensiva e defensiva impulsiona o Atlético-MG: no Brasileirão, é o quinto mandante que mais finaliza (14,1) e o mais eficaz, um gol a cada 6,7 tentativas. Ainda é o quinto mandante que menos permite finalizações aos adversários (9,3), além de possuir a segunda maior resistência a elas, com um gol sofrido em casa a cada 16,8 finalizações. No ataque, o Inter é o nono visitante em finalizações (10,8) e o quinto mais eficiente, com um gol a cada 8,5 tentativas. A defesa do Inter é a sétima visitante que menos permite finalizações a adversários (11,7), mas tem apenas a 12ª resistência, com um gol sofrido a cada 10,8 finalizações, em média.
— Foto: Espião Estatístico
Favorito >> Flamengo
De 2006 para cá, pela Série A com este mando, houve nove vitórias do Flamengo e cinco do Athletico-PR, mas de 2015 para a frente, foram cinco vitórias do Flamengo e uma do Atheltico-PR. O Flamengo é o mandante que mais finaliza (16,5) e tem a 13ª eficiência, um gol a cada 11 finalizações. O Atlético-PR é o terceiro visitante que mais sofre finalizações (15,1) e tem a nona resistência, um gol sofrido a cada 11,6 finalizações. A equipe paranaense é apenas o 15º visitante em finalizações (8,9), mas tem a terceira maior eficiência, um gol a cada 8,1 tentativas. O Flamengo tem a sétima defesa que menos sofre finalizações (9,9), mas é a quinta menos resistente a finalizações, com um gol sofrido a cada 8,3 conclusões. O Flamengo tem a sexta campanha mandante no Brasileirão (6 V, 0 E, 4 D, 60%). O Athletico-PR é o 13º visitante (3 V, 0 E, 7 D, 30%), com o quinto melhor ataque visitante (11 gols, 1,10), mas a 12ª defesa (13 gols, 1,30).
*Devido aos arredondamentos, a soma das probabilidades é diferente de 100% — Foto: Espião Estatístico
Favorito >> São Paulo
Duas equipes que com esta configuração de mando vêm apresentando baixa eficiência. A Chapecoense é a pior mandante (0 V, 2 E, 8 D, 7%), e o São Paulo, o 11º visitante (3 V, 3 E, 5 D, 36%). A Chapecoense é a segunda mandante que mais sofre finalizações (13,9), e tem a quarta menor resistência, com um gol sofrido a cada 8,2 finalizações. O São Paulo é o terceiro visitante que menos sofre finalizações (11,2), mas é o quinto menos resistente a elas, com um gol sofrido a cada 8,2 finalizações. No ataque, a Chapecoense é a 13ª mandante em finalizações (11,5), mas tem a segunda pior eficiência, com um gol a cada 23 finalizações. P O São Paulo é o 13º em finalizações sofridas (9,3) e 13º em resistência, um gol sofrido a cada 12,8 finalizações contrárias. A Chapecoense fez seis dos últimos dez gols usando jogadas aéreas, e o São Paulo levou metade dos gols assim. No inverso, são três de dez.
— Foto: Espião Estatístico
Favorito >> Palmeiras
Talvez impactado pela Libertadores, o ataque do Palmeiras tem produzido menos no Brasileirão, como mostra a linha preta do gráfico de xG, mas a defesa nunca foi tão pouco ameaçada, como indica a linha vermelha. A equipe paulista tem o terceiro ataque mandante que mais finaliza (15,6) e a quinta maior eficiência, um gol a cada 9,6 tentativas. A defesa do Juventude é a 12ª em finalizações sofridas quando visitante (12,6) e tem a 13ª resistência a pressões, um gol sofrido a cada 10,5 finalizações. Com o 14º ataque visitante em finalizações (9,2), o Juventude tem a quinta pior eficiência ofensiva forasteira, com um gol a cada 13,1 conclusões. O Juventude fez nove dos últimos dez gols com jogadas aéreas, mas o Palmeiras só sofreu três assim. O time paulista fez quatro dos últimos dez usando bolas altas, mas como o Juventude sofreu sete, há espaço para gol palmeirense com bola alta. O Palmeiras é o 12º em finalizações sofridas (10,7) em casa, mas tem a segunda menor resistência, com um gol sofrido a cada 7,4. O Palmeiras é o terceiro melhor mandante do Brasileirão (7 V, 1 E, 3 D, 67%); o Juventude, o quarto pior visitante (1 V, 5 E, 4 D, 27%).
— Foto: Espião Estatístico
Favorito >> Grêmio
Um jogo para forte marcação: as duas equipes estão empatadas na quarta colocação como as mais punidas com cartões amarelos (média 2,5 por jogo). Na soma de faltas cometidas e desarmes feitos, o Grêmio é o quarto mais combativo, média de 36,2 ações, enquanto o Sport interrompe a posse de bola adversária 32,3 vezes por jogo, 14ª marca. O Grêmio tem a nona defesa mandante em finalizações sofridas (10,2), mas a quinta mais resistente, com um gol sofrido a cada 14,6 finalizações. O Sport é o quinto visitante que mais sofre finalizações (14,5), mas tem a sétima resistência, um gol sofrido a cada 13,3 finalizações. E contra defesas resistentes estarão em campo dois ataques de baixa eficiência. O Grêmio é o oitavo mandante em finalizações (13,9), com a quinta pior eficiência mandante, um gol a cada 15,4 tentativas. O Sport é o segundo visitante que menos finaliza (8,3) e ainda tem a terceira pior eficiência visitante, um gol a cada 15,2 conclusões. A equipe gaúcha fez e sofreu seis dos últimos dez gols a partir de jogadas aéreas, e como o Sport fez sete dos últimos dez gols dessa forma, tem potencial para gol aéreo. O Sport levou quatro dos últimos dez gols com bolas altas. O Grêmio é o 13º mandante (3 V, 4 E, 3 D. 43%); o Sport, o 12º visitante (2 V, 4 E, 5 D, 30%).
Resultado
Favoritismos acertou 98 dos 210 jogos analisados, aproveitamento de 47%.
Metodologia
Apresentamos as probabilidades estatísticas baseadas nos parâmetros do modelo de “Gols Esperados” ou “Expectativa de Gols” (xG), uma métrica consolidada na análise de dados que tem como referência 79.214 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 3.253 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013. Consideramos a distância e o ângulo da finalização, além de características relacionadas à origem da jogada (por exemplo, se veio de um cruzamento, falta direta ou de uma roubada de bola), a parte do corpo utilizada, se a finalização foi feita de primeira, a diferença de valor mercado das equipes em cada temporada, o tempo de jogo e a diferença no placar no momento de cada finalização.
Para esta edição do Brasileirão, o desempenho de um jogador passa a ser comparado com a média para a posição dele, seja atacante, meia, volante, lateral ou zagueiro, e passamos também a considerar o que se esperava da finalização se feita com o “pé bom” (o direito para os destros, o esquerdo para os canhotos) e para o “pé ruim” (o oposto). Foram identificados os ambidestros, que chutam aproximadamente o mesmo número de vezes com cada pé.
De cada cem finalizações da meia-lua, por exemplo, apenas sete viram gol. Então, uma finalização da meia-lua tem expectativa de gol (xG) de cerca de 0,07. Cada posição do campo tem uma expectativa diferente de uma finalização virar gol, que cresce se for um contra-ataque por haver menos adversários para evitar a conclusão da jogada. Cada pontuação é somada ao longo da partida para se chegar ao xG total de uma equipe em cada jogo.
Favoritismos está apresentando também gráficos com a evolução da média móvel em cinco jogos da expectativa de gol (xG) de cada equipe no ataque e o acumulado do que fizeram seus adversários nessas partidas. Para os gráficos, a cada cinco jogos é feita uma média móvel, que é representada pelas linhas de ataque (preta) e defesa (vermelha, que na verdade é quanto o adversário somou em xG em cada jogo). É uma forma precisa de medir o potencial de cada equipe. A linha amarela mostra a diferença entre as produções dos ataques do time analisado e de seus adversários.
O modelo empregado nas análises segue uma distribuição estatística chamada Poisson Bivariada, que calcula as probabilidades de eventos (no caso, os gols de cada equipe) acontecerem dentro de um certo período de tempo (o jogo). Para chegar às previsões sobre as chances de cada time terminar o campeonato em cada posição foi empregado o método de Monte Carlo, que basicamente se baseia em simulações para gerar resultados. Para cada jogo ainda não disputado, realizamos dez mil simulações.
*A equipe do Espião Estatístico é formada por: Guilherme Maniaudet, Guilherme Marçal, Leandro Silva, Mateus Pinheiro, Roberto Maleson e Valmir Storti. (Favoritismo/GE)