Há pouco menos de um mês, o Cuiabá vivia uma lua de mel com seu torcedor. Eram quatro vitórias seguidas e uma série invicta de seis rodadas no Campeonato Brasileiro. Melhor primeiro turno desde acesso e sensação da competição. No entanto, o cenário agora é totalmente inverso. A análise é de Jonathas Gabetel. Confira:

Na manhã de domingo, o Dourado perdeu por 2 a 0 para o Grêmio e chegou à quarta derrota consecutiva . Todas elas por este mesmo placar. Ou seja, sem um gol marcado sequer. Um “choque de realidade” sobre as pretensões do time no Brasileirão.

Desfalques pesaram

É inegável que, especificamente no confronto em Porto Alegre, a equipe mato-grossense esbarrou nos desfalques. Marllon e Raniele, peças-chave na espinha dorsal de António Oliveira, estavam suspensos, além de Clayson, lesionado.

Isso fez com que o técnico português promovesse profundas alterações na escalação. Allyson e Filipe Augusto, como era esperado, herdaram as vagas, mas as novidades não pararam nisto. Lucas Mineiro ganhou a primeiro oportunidade como titular desde sua chegada e deixou Fernando Sobral no banco, enquanto Ceppelini entrou no lugar de Jonathan Cafú. Portanto, foram quatro meio-campistas de ofício no onze inicial.

O Cuiabá até começou bem, trocava passes e assustou primeiro, com Rikelme. Mas não demorou até que as fragilidades surgissem. Filipe não conseguiu manter a sustentação na cabeça da área, Lucas Mineiro demorou a encontrar sua função e Allyson sofreu com Suárez.

 

Grêmio x Cuiabá — Foto: AssCom Dourado

Grêmio x Cuiabá — Foto: AssCom Dourado

E o craque uruguaio não perdoaria tamanha liberdade. Fez o primeiro gol tricolor em chute forte que resultou numa cena rara de se ver: falha de Walter. De fato não era o dia do Dourado.

Ineficiência e azar

O segundo tempo teve um desenho semelhante ao do primeiro. Controle gremista e parcimônia auriverde. O resultado não poderia ser outro senão mais um tento do adversário. Reinaldo levantou na área e, em lance de muito azar, Walter espalmou nas costas de Rikelme. Contra.

O time de António Oliveira repetiu a baixa produtividade ofensiva desta sequência negativa e terminou o jogo só com três chutes na direção do alvo.

O desencontro com as vitórias ainda não é motivo para desespero, mas evidencia uma constatação: o segundo turno será mais desafiante. E deixa claro que a real briga do Dourado será pela manutenção por mais um ano na elite do futebol nacional. (GE)