O que era visto como iminente foi confirmado neste sábado: o técnico Cuca deixará o Santos após o fim do Campeonato Brasileiro, quando termina seu contrato. Em entrevista coletiva após a vitória por 2 a 0 sobre o agora rebaixado Coritiba, Cuca voltou a destacar que a próxima temporada será de reformulação e disse que ajudará “no que for possível” na transição para o novo treinador.

– Já conversei com o presidente (Andres Rueda), o Quaresma (membro do Comitê de Gestão responsável pelo futebol). Vou cumprir meu contrato no que depender de mim. Lógico que eu entendo que amanhã ou depois o Santos tenha um novo treinador. Não tem como você ter um treinador e um segundo treinador. A gente faz a transição, eu ajudo no que for possível, e bato final no meu contrato – disse Cuca.

O Santos analisa alguns nomes no mercado, como o de Lisca, do América-MG, mas ainda não definiu um alvo prioritário.

Cuca voltou a falar sobre o momento financeiro delicado vivido pelo Santos. O treinador entende que o torcedor precisará de paciência.

– Já falei muitas vezes até como recado para o torcedor que esse ano que vai vir é de muita paciência, que esse pessoal que está entrando é muito sério, vai organizar a vida do Santos, mas passa por uma reforma grandiosa. Tem os transferbans (punição da Fifa que impede contratações), contas para serem pagas, outros transferbans que podem entrar, e não tem uma receita para tanto. O que é a receita? A venda de alguns jogadores. Então eu sei que esses meninos valem ouro e quem vier para dar sequência vai ter um grupo maravilhoso e tirar o máximo deles como a gente tem feito – continuou.

Cuca chegou ao Santos em agosto do ano passado e conseguiu levar o time à final da Libertadores, sendo derrotado pelo Palmeiras. Restam três jogos na atual temporada. O próximo é um confronto direto na briga por uma vaga no torneio sul-americano contra o Corinthians, na quarta-feira, novamente na Vila Belmiro.

Melhores momentos: Santos 2 x 0 Coritiba pela 36ª rodada do Brasileirão 2020

Mais respostas de Cuca:

Análise do jogo contra o Coritiba

– Um jogo bem jogado de nossa parte. Sabemos que tem que ter calma, paciência, trabalhar a bola e ter velocidade e uma marcação forte no campo de ataque. E isso tudo a gente fez ao longo da partida. Claro que alguns momentos não consegue-se, também joga contra um rival que tem importância no jogo, mas acho que merecemos vencer. Depois de algumas partidas sem vencer é uma vitória que nos coloca num oitavo lugar, que pode ser que nos leve a uma pré-Libertadores, mas ainda tem três partidas para confirmar essa classificação. Todo jogo tem um caráter decisivo.

Contas para Libertadores

– Não sei (quantos pontos precisa). Esse campeonato está meio maluco, lá em cima está acontecendo cada coisa, lá embaixo ninguém imaginava o que tá acontecendo. Então não tem como imaginar quantos pontos, cada jogo é uma situação.

Confronto direto contra o Corinthians

– Não temos que pensar em vencer só porque é um clássico, mas porque é um jogo importante, decisivo, que nos deixa mais próximo do nosso objetivo, então temos que medir tudo isso. A gente está contente com o grupo, mesmo com a perda de Libertadores, com a perda de jogadores importantes. Hoje temos que comemorar 250 jogos do Pará com a camisa do Santos, que é um orgulho para todos. A gente fica feliz de ter um jogador com a liderança que ele tem. O pessoal soube passar o momento ruim, empatamos fora com o Grêmio, com o Atlético-GO, hoje ganhamos jogando bem, o que te encaminha para terminar bem o Brasileirão.

Contestados Laércio e Jean Mota

– O Laércio foi um dos melhores, se não o melhor. Não é fácil o jogador vir de outro centro, vestir essa camisa, de jogadores tão importantes que tinham e que tem. Tudo requer tempo. O Jean Mota hoje, se tivesse torcida, certamente quando eu coloquei iriam xingar, como certamente na transmissão fizeram, mas eu não ligo para isso. O jogo pedia isso. Eu estava perdendo o meio de campo e o meu meia, um dos mais experientes, era o Jean, e ele entrou bem. Teve duas situações de gol, organizou mais o setor. A gente utiliza os que estão aí. (Globo Esporte)