O Cruzeiro oficializou a informação adiantada pelo GloboEsporte.com nessa quarta-feira. Por meio do novo presidente , Sérgio Santos Rodrigues, o clube confirmou que quitou um dos processos discutidos na Fifa pela compra do atacante Willian, em 2014. O valor foi de 602 mil euros (R$ 3,8 milhões aproximadamente) que precisavam ser pagos até esta sexta-feira, sob risco de o clube perder mais seis pontos na próxima Série B do Brasileiro em caso de não pagamento.
O anúncio do presidente foi por meio de uma transmissão. O valor veio por meio do patrocinador máster do Cruzeiro do clube, que disponibilizou os recursos ao clube em troca de ações da parceria e também da ampliação do contrato de máster até o fim de 2021.
– Minha obrigação como presidente do Cruzeiro, eleito, é buscar soluções para que isso ocorra. Então, a TED dos funcionários foi feita junto com a TED do Zorya, e a dívida da FIFA já está paga, e o Cruzeiro não vai ter problema com perda de pontos mais (…) o dinheiro que veio para pagar isso decorre de uma parceria, não é uma doação. O Pedro (Lourenço) entendeu, assim como outros parceiros que faremos anúncios breves, entenderam, que o novo Cruzeiro a gente faz parceria com as pessoas e não, patrocínio (…) o projeto decorre da renovação do patrocínio master para o ano de 2021, então mais importante que essa nova parceria é ter a certeza que esse novo colaborador do clube, incentivador do clube, no ano mais importante da história do clube, no centenário, vai estampar a marca da sua empresa.
A dívida de Willian era o primeiro grande desafio da sua gestão. Se não pagasse o clube ucraniano, a Raposa poderia perder mais seis pontos na Série B. A mesma pontuação foi retirada do clube por não pagar a dívida pelo empréstimo do volante Denílson, em 2016. O clube deixou de pagar R$ 5 milhões, aproximadamente, ao Al-Wahda, dos Emirados Árabes. Sérgio Santos Rodrigues assume o Cruzeiro oficialmente somente em 1º de junho, mas já vem trabalhando ativamente, inclusive com uma sala disponível na sede administrativa do Barro Preto, realizando a transição junto ao conselho gestor.
A busca por recursos é também para pagar as folhas atrasadas dos jogadores e funcionários. Dos atletas, tanto profissional, masculino, feminino e base, o valor em atraso ultrapassa os R$ 4 milhões. A parte administrativa tem mais cerca de R$ 800 mil em débitos.
É a segunda ordem de pagamento que venceu para o Cruzeiro em processos discutidos na Fifa. Os próximos aguardados são do Defensor (pela compra de Arrascaeta) e do Independiente del Valle (pela aquisição de Kunty Caicedo).
Pagamento de folha
Sérgio Rodrigues confirmou que realizou o pagamento a jogadores e funcionários nesta quinta-feira. Ele disse que pagou a folha de março dos atletas e também quitou os atrasados com os funcionários do administrativo, do futebol de base e do feminino. Agora, em aberto, fica apenas a folha de abril, as férias dos atletas, que gira em torno dos R$ 2 milhões.
– E ainda muito bem, pagamos a folha do administrativo do Cruzeiro, então hoje os funcionários do Cruzeiro não tem salário em aberto. Vindo para cá, descendo a escada já perguntei, todo mundo conferiu, já olhou no aplicativo, o dinheiro caiu na conta. A gente está muito feliz com isso porque é um dever nosso valorizar o colaborador que está aqui no Cruzeiro – disse o presidente do Cruzeiro.
O valor atrasado estava em R$ 4,8 milhões aproximadamente, juntando o futebol (profissional, base e feminino) e a parte administrativa. No futebol, o Cruzeiro devia a folha de março dos jogadores do profissional (R$ 1.672.669) e da base (R$ 65.967) e também a de abril do profissional (R$ 1.946.628), base (R$ 341.279) e do feminino (R$ 61.488). O débito da parte administrativa girava em torno dos R$ 800 mil.
Errata: O GloboEsporte.com errou ao publicar que o valor pago ao Zorya, da Ucrânia, foi de R$ 10,5 milhões. O valor havia sido repassado pelo clube. Na verdade, o valor foi de R$ 3,5 milhões, em um dos dois processos que o clube ucraniano move contra o Cruzeiro.