O Cruzeiro chega à última rodada do Campeonato Brasileiro de 2019 precisando vencer o Palmeiras e torcer para que o Ceará perca para o Botafogo para não ser rebaixado à segunda divisão. A queda à Série B tiraria a equipe do seleto grupo de clubes que nunca caíram da elite nacional.
Além dos mineiros, sustentam essa condição apenas Flamengo, São Paulo e Santos. Todos os outros considerados “grandes” do futebol brasileiro já caíram. Nunca em uma temporada tão ruim para isso acontecer como em 2019, porém: se não escapar, o Cruzeiro sofrerá como ninguém nas finanças.
Nesta temporada, entrou em vigor um novo formato de distribuição das cotas de televisão. O dinheiro, que antes era fixo para cada time, agora é variável: 40% do valor total é dividido de forma igual entre os 20 participantes, 30% de acordo com a audiência e 30% em função da classificação.
O problema é que, nessa última divisão dos valores, apenas as equipes que terminarem entre o 1º e 16º lugar receberão dinheiro. Ou seja, quem cair, fica sem fatia considerável do dinheiro da TV – o último clube a se garantir na Série A, por exemplo, hoje o Ceará, tem premiação de R$ 11 milhões.
A situação, porém, piora na temporada seguinte: até 2018, havia uma proteção aos rebaixados, em que a cota recebida na Série A era preservada no primeiro ano de disputa da segunda divisão. Ou seja, mesmo na B, os clubes recebiam o mesmo dinheiro que teriam direito na elite.
Foi com a ajuda desse mecanismo, por exemplo, que clubes como o Corinthians conseguiram usar o ano na Série B para se reestruturar e, claro, subir sem maiores dificuldades.
O problema é que, em 2020, isso não valerá para quem cair. O Cruzeiro, em caso de rebaixamento, receberá o mesmo que qualquer outra equipe: R$ 6 milhões mais aproximadamente R$ 2 milhões que são destinados ao custeio de logística para a disputa da competição.
Como comparação, apenas na cota que é igual para todos os clubes em 2019, os 40% na nova forma de divisão, o Cruzeiro tem direito a R$ 22 milhões, R$ 16 milhões a mais do que na Série B.
Há, ainda assim, uma forma de o Cruzeiro “amenizar” esse rombo: o contrato dos clubes com a Globo permite a opção por receber a cota de pay-per-view (PPV) mesmo na segunda divisão. Nesse caso, abriria mão dos R$ 6 milhões por essa quantia. Em estimativa feita pelo jornal mineiro “O Tempo”, em outubro, o clube celeste receberá aproximadamente R$ 16 milhões no quesito.
Em 2018, por exemplo, o dinheiro de TV foi, de longe, a maior fonte de receita do Cruzeiro, como acontece com quase todos os clubes do Brasil. Dos R$ 363,2 milhões de faturamento, foram R$ 190,7 milhões em “publicidade e transmissões”. Desses, R$ 95,5 milhões vieram do Brasileiro. (MSN Esportes)