O Palmeiras foi pior nos dois jogos e mereceu a eliminação para o São Paulo na Copa do Brasil. A expectativa pela remontada no Allianz Parque acabou com mais uma derrota, por 2 a 1, nesta quinta-feira, em jogo que liga sinal de alerta para o restante de ano alviverde. A análise é de Thiago Ferri. Confira:
A ausência de Artur, que já tinha jogado a competição pelo Bragantino, foi muito sentida, já que o camisa 14 é um dos principais jogadores do ano. Mas há uma crise técnica maior no Verdão, em que seus principais jogadores não vivem bom momento.
Em vez de usar os três zagueiros que não funcionaram na ida, Abel Ferreira optou por colocar Endrick no lugar de Artur e mudar todo o posicionamento do ataque: o camisa 9 como centroavante, Rony na esquerda, sendo o segundo atacante com bola, e Dudu invertido, na ponta direita.
No meio-campo, a grande novidade foi a volta de Zé Rafael, mas no lugar de Gabriel Menino, que perdeu a vaga para Richard Ríos.
O retorno do camisa 8 veio com a expectativa de uma equipe melhor organizada, especialmente sem bola, mas o Palmeiras teve desde o primeiro tempo problemas de recomposição.
Raphael Veiga, em má fase, e Dudu, que foi bem contra o Flamengo, mas também não vive seu melhor momento, eram os jogadores mais técnicos em campo. E também foram os que mais erraram: 14 passes incompletos do camisa 23, e 13 do camisa 7.
Com Rony na esquerda e Endrick na frente, o Palmeiras não conseguia empurrar a defesa do São Paulo, já que não tinha como referência um jogador veloz como o camisa 10. Ainda assim, abriu o placar em lance de sorte de Piquerez.
A vantagem alviverde não significava um domínio como já aconteceu em outros clássicos contra o São Paulo no Allianz Parque. Quando o time de Abel subia para pressionar a saída de bola, o rival conseguia sair com certa facilidade e tinha campo aberto.
E o desempenho, que já não foi tão bom na primeira etapa, desandou no segundo tempo. Em lances capitais, o Verdão deixou jogadores do São Paulo livres, como no empate com Caio Paulista, no gol anulado de Calleri, e mostrou desorganização até marcando o tiro de meta que gerou a virada do rival.
O momento do Palmeiras é raro na era Abel Ferreira, com desempenho ruim de seus principais jogadores e a equipe em muitos momentos desorganizada. E neste cenário, a profundidade do elenco faria diferença, mas o grupo está cada vez mais curto.
Há um sinal de alerta ligado. A janela fecha no começo de agosto e há a necessidade de contratar pelo menos um primeiro volante.
As principais opções são jogadores da base. Será o suficiente para buscar os 12 pontos de distância para o líder Botafogo no Brasileiro e eliminar o Atlético-MG nas oitavas da Libertadores? (GE)