Os detalhes da morte do pequeno Enzo Gabriel Fontaneli, de um ano e nove meses, mostram a brutalidade com que a criança foi morta pelo próprio pai, pelo simples fato de chorar. O menino foi torturado por um longo período de tempo, chegou a vomitar após ser golpeado no tórax e tinha marcas até de um carregador utilizado para agredi-lo.
A apuração da Polícia Civil constatou que a criança passou por intenso sofrimento físico por um longo período, com diversas agressões causadas por objetos, como um fio de carregador de aparelho celular.
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Além disso, o menino recebeu um golpe no tórax e vomitou. Com isso, o pai tornou a agredi-lo, diante do choro de Enzo.
Laudo pericial apontou a existência de hematomas, inclusive nos olhos, e cicatrizes. Também foram encontradas marcas de carregador de celular e nódulos na cabeça do menino, retratando tamanha brutalidade das ações do pai.
Durante interrogatório, a mãe acabou confessando à delegada Judá Maali Marcondes que viu a criança sendo agredida pelo pai, de 21 anos, que não gostou de ouvir o pequeno Enzo chorar e se irritou com o filho. Ela disse que depois das agressões, a criança ficou desacordada, sendo então levada à UPA.
Em depoimento na delegacia, o pai, de 21 anos, confessou as agressões contra o filho. Um laudo preliminar apontou indícios de que a criança tenha sido abusada sexualmente.
Os dois responderão pelo homicídio qualificado mediante tortura e recurso que impossibilitou a defesa, com agravante pelo fato da vítima ser menor de 14 anos. Além disso, também podem responder por estupro de vulnerável.
O caso
Um casal foi preso em flagrante nesta sexta-feira (23) acusado de torturar e matar o próprio filho, uma criança de um ano e nove meses, em Cáceres (218 km de Cuiabá). Identificado como Enzo Gabriel Fontaneli, a criança chegou a ser levada pela própria mãe para uma unidade de saúde, mas chegou no local já sem vida. Durante avaliação médica, foram identificados diversos hematomas pelo corpo da criança e indícios de abuso sexual.
A criança chegou a passar por técnicas de reanimação, mas não resistiu e faleceu. Diante das marcas de lesão, a equipe médica acionou uma equipe da Polícia Militar que encaminhou a mãe de Enzo para a delegacia. Durante o interrogatório, a mulher, de 20 anos, alegou que a criança teria caído de uma mureta e batido a cabeça.
Ainda no depoimento, a mãe afirmou que após a queda, os pais teriam dado um banho no menino, que se queixou de dores pelo corpo. Já na manhã de sexta-feira, a acusada relatou que percebeu o filho fraco e sem responder aos chamados. Com isso, a mãe acabou levando o garoto até uma unidade de saúde.
O relato, porém, logo foi desmentido pela equipe médica, que informou a PM sobre o estado da criança ao chegar na unidade de saúde. Segundo a médica responsável, Enzo já estava sem vida e no exame físico ficaram evidentes diversas marcas pelo corpo da criança.
(Publicado no Olhar Direto)