Chegar ao pódio olímpico é o sonho da maioria dos atletas de alto rendimento. Apenas a elite da elite conquista uma medalha em Olimpíadas. É tão difícil que muitas estrelas do esporte tentaram e não conseguiram. Feras como o português Cristiano Ronaldo (futebol), a italiana Francesca Piccinini (vôlei) e o brasileiro Gustavo Kuerten (tênis). O GloboEsporte.com selecionou 10 desses atletas que chegaram ao topo em suas modalidades, mas não têm uma medalha dos Jogos.

O português era apenas um aspirante a craque quando defendeu seu país nos Jogos de Atenas, em 2004. Tinha apenas 19 anos. Eleito cinco vezes o melhor jogador de futebol de mundo, Cristiano Ronaldo anotou apenas um gol em Olimpíadas, na vitória por 2 a 1 sobre o Marrocos. Só que Portugal perdeu as duas outras partidas da fase de grupos (diante de Iraque e Costa Rica, ambos por 4 a 2) e não avançou às quartas de final na Grécia. CR7 foi cogitado no time português da Rio 2016, mas deu preferência à Eurocopa naquele ano.

Gustavo Kuerten (tênis)

Guga era favorito ao pódio na Olimpíada de Sydney 2000 — Foto: Nick Wilson/AUS /Allsport

Guga era favorito ao pódio na Olimpíada de Sydney 2000 — Foto: Nick Wilson/AUS /Allsport

Guga chegou à sua primeira Olimpíada como um dos favoritos ao pódio. Embalado pelo segundo dos seus três títulos de Roland Garros, o tenista era o número 2 do mundo nos Jogos de Sydney 2000. No entanto, nas quartas de final, o catarinense foi superado por Yevgeny Kafelnikov nas quartas de final. O russo acabou ficando com o ouro na Austrália. Ainda naquele ano, Guga chegou pela primeira vez ao topo do ranking da ATP, onde ficou por 43 semanas na carreira. O tenista teve uma segunda chance de disputar os Jogos em Atenas 2004, mas caiu já na primeira rodada diante do chileno Nicolás Massú, que acabou ficando com o ouro na Grécia. Guga tentou encerrar sua carreira nos Jogos de Pequim 2008, mas não conseguiu a classificação.

Pete Sampras (tênis)

Ex-número 1 do mundo, Pete Sampras tomou virada nos Jogos de Barcelona em 1992 — Foto: Manuella DUPONT/Gamma-Rapho via Getty Images

Ex-número 1 do mundo, Pete Sampras tomou virada nos Jogos de Barcelona em 1992 — Foto: Manuella DUPONT/Gamma-Rapho via Getty Images

Quarto maior campeão de Grand Slam da história com 14 títulos de simples, o americano também não chegou ao pódio em Olimpíadas. Sampras era o terceiro cabeça de chave nos Jogos de Barcelona 1992, vencia por 2 sets 0 nas oitavas de final, mas tomou a virada diante do russo Andrei Cherkasov, que acabou com o bronze. Só no ano seguinte Sampras chegou pela primeira vez ao topo do ranking da ATP, onde ficou por 286 semanas na carreira. Quando estava no ápice, porém, teve uma lesão no tendão de aquiles que o tirou dos Jogos de Atlanta, em 1996. O tenista não quis participar da Olimpíada de Sydney 2000.

Daiane dos Santos (ginástica artística)

Daiane dos Santos assiste apresentação que fez em 2004 nas Olimpíadas de Atenas

Daiane dos Santos assiste apresentação que fez em 2004 nas Olimpíadas de Atenas

A gaúcha se tornou em 2003 a primeira brasileira campeã mundial de ginástica artística ao faturar o título do solo. Era uma das favoritas ao pódio do solo nos Jogos de Atenas 2004, mas teve de lidar com lesões às vésperas da competição. Chegou à final do aparelho, mas passos para fora do tablado a deixaram na quinta posição. Daiane teve uma nova chance em Pequim 2008, também foi à final, mas novamente não conseguiu cravar as acrobacias, acabando na sexta posição. Ela ainda fez um retorno à seleção para se despedir nos Jogos de Londres 2012, mas desta vez não avançou a uma final, encerrando a carreira sem uma medalha olímpica.

Francesca Piccinini (vôlei)

Campeã mundial, Francesca Piccinini liderou o ataque da Itália em quatro Olimpíadas — Foto: Robert Laberge/Getty Images

Campeã mundial, Francesca Piccinini liderou o ataque da Itália em quatro Olimpíadas — Foto: Robert Laberge/Getty Images

Uma das maiores jogadoras da história do vôlei italiano, Piccinini tem uma vasta coleção de títulos. Campeã mundial em 2002, campeã da Copa do Mundo em 2007, campeã da Copa dos Campeões em 2009… Só faltou uma medalha olímpica. A ponteira liderou a Itália em quatro Olimpíadas, parando ainda na primeira fase em Sydney 2000 e nas quartas de final em Atenas 2004, Pequim 2008 e Londres 2012. Ela entrou em quadra em 19 partidas olímpicas, anotando 183 pontos. Aos 41 anos, Piccinini voltou ao vôlei no começo deste ano e mira retornar aos Jogos em Tóquio.

Oscar Schmidt (basquete)

Oscar Schmidt é o recordista de pontos em Olimpíadas — Foto:  Andrew D. Bernstein/NBAE via Getty Images

Oscar Schmidt é o recordista de pontos em Olimpíadas — Foto: Andrew D. Bernstein/NBAE via Getty Images

Membro do Hall da Fama do basquete, Oscar Schmidt levou o Brasil ao bronze no Mundial de 1978, mas não alcançou o pódio olímpico. Foram cinco participações nos Jogos: quinto lugar em Moscou 1980, nono em Los Angeles 1984, quinto em Seul 1988, quinto em Barcelona 1992 e sexto em Atlanta 1996. Oscar foi o cestinha em três Olimpíadas (88, 92 e 96) e é o maior pontuador da história dos Jogos, com 1.093 pontos, muito à frente do australiano Andrew Gaze, segundo colocado com 789 pontos. Um recorde que dificilmente vai ser superado.

Steve Nash (basquete)

Steve Nash liderou o Canadá na Olimpíada de Sydney 2000 — Foto: Steve Russell/Toronto Star via Getty Images

Steve Nash liderou o Canadá na Olimpíada de Sydney 2000 — Foto: Steve Russell/Toronto Star via Getty Images

Alguns astros da NBA também não conseguiram sucesso nos Jogos. Sul-africano de nascimento, Steve Nash cresceu no Canadá e comandou a seleção do país na campanha para Sydney 2000, sendo MVP do pré-olímpico das Américas. Os canadenses lideraram na fase de grupos na Austrália, mas caíram diante da França nas quartas de final e acabaram na sétima posição. Steve Nash foi o número 1 na estatística de assistências e o sétimo em pontos. Ele ainda tentou classificar o Canadá para os Jogos de Atenas 2004, mas não teve sucesso. Na NBA, por outro lado, foi MVP da temporada em duas ocasiões (2005 e 2006). Outros astros da NBA que disputaram as Olimpíadas e não foram ao pódio foram o chinês Yao Ming (2000, 2004 e 2008) e o alemão Dirk Nowitzki (2008).

Duda Amorim (handebol)

Duda Amorim em ação contra a Angola pela seleção brasileira de handebol — Foto: Inovafoto

Duda Amorim em ação contra a Angola pela seleção brasileira de handebol — Foto: Inovafoto

Melhor jogadora do mundo em 2014, campeã mundial em 2013, MVP do Mundial de 2013… são muitos os títulos de Eduarda Amorim. A catarinense é uma das maiores estrelas do handebol internacional e foi a líder do Brasil na conquista do inédito título mundial de 2013. Só não conseguiu chegar ao pódio olímpico. Fez sua estreia nos Jogos de Pequim 2008, mas o Brasil não passou nem para as quartas de final e foi nono colocado. Em Londres 2012, a seleção liderou a fase de grupos, mas caiu diante da Noruega nas quartas de final. O enredo foi o mesmo na Rio 2016, com derrota para a Holanda e a quinta posição, a melhor da história do Brasil. Duda deve estar no time brasileiro nos Jogos de Tóquio, em 2021. Outra fera do handebol que nunca foi ao pódio olímpico é a romena Cristina Neagu, recordista em títulos de melhor do mundo, com quatro prêmios.

Fabiana Murer (atletismo)
Fabiana Murer teve problemas nas três Olimpíadas que disputou — Foto: Danilo Verpa/Folha de São Paulo/NOPP

Fabiana Murer teve problemas nas três Olimpíadas que disputou — Foto: Danilo Verpa/Folha de São Paulo/NOPP

A brasileira está no Top 10 da história do salto com vara, com a nona melhor marca (4,87m). Fabiana Murer é a dona da única medalha de ouro do Brasil em um Mundial de atletismo – venceu o salto com vara de 2011. Também foi campeã mundial indoor em 2010. Só que em Olimpíadas a paulista não teve sucesso. Na sua estreia, em Pequim 2008, foi à final, mas na decisão uma de suas varas sumiu de seu saco. Ela tentou paralisar a prova, protestou, mas teve de saltar com outra vara e não conseguiu ultrapassar o sarrafo a 4,65m, acabando na 10ª posição. Em Londres 2012, o problema foi o vento forte durante a classificatória. Ela não passou de 4,50m e parou na 14ª posição. Em casa na Rio 2016, ela sofreu com uma hérnia de disco e se despediu do atletismo sem passar de 4,55m na classificatória, ficando sem marca.

Manny Pacquiao (boxe)

Manny Pacquiao foi porta-bandeira na Olimpíada de 2008 — Foto: Reprodução/Twitter

Manny Pacquiao foi porta-bandeira na Olimpíada de 2008 — Foto: Reprodução/Twitter

O filipino é o único pugilista da história a conquistar o título mundial em oito categorias diferentes. Um dos maiores nomes do boxe, Pacquiao não pôde disputar a Olimpíada, porque a modalidade é a única dos Jogos que só permite a participação de atletas amadores. Ainda assim, o filipino tem histórico em Olimpíadas. Sem competir, integrou a delegação filipina de Pequim 2008 e foi o porta-bandeira na cerimônia de abertura. (Globo Esporte)