Até o final deste ano, o Brasil deve receber mais de 562 milhões de doses de vacinas contra a covid-19, dos 662 milhões previstos pelo Ministério da Saúde. Muitas dessas doses, no entanto, ainda estão em negociação, enquanto novos imunizantes pedem aprovação à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). O aumento no ritmo de vacinação é uma das apostas para frear a pandemia no país.

Desde o começo da campanha de vacinação contra o novo coronavírus, 41 milhões de brasileiros foram imunizados com ao menos uma dose. Já 20 milhões receberam a dosagem completa, o que corresponde a menos de 10% da população. O ritmo até chegou a se acelerar em abril, mas voltou a cair no mês de maio.

No ranking do site Our World in Data, o Brasil ocupa a 84ª posição de pessoas totalmente vacinadas em termos proporcionais. A lentidão preocupa o mundo todo. Outro problema é que, por mais de uma vez a pasta da Saúde diminuiu a previsão de entrega de vacinas para os meses correntes. No primeiro cronograma, estavam previstas mais de 47 milhões doses para abril.

A realidade foi extremamente menor: menos de 26 milhões. Na última quinta-feira (20), o ministério anunciou a antecipação de 4 milhões de doses das vacinas Oxford/AstraZeneca enviadas pela aliança Covax Facility que estavam previstas apenas para o próximo trimestre. Com isso, o ministério espera bater recordes de distribuição nos próximos meses. Confira abaixo a previsão de quando devem chegar mais doses ao país:

 

Além dessas já previstas em contrato ou ao menos em negociação com as fabricantes, há 32.605.600 doses de fabricante ainda indefinida para serem enviadas pelo consórcio Covax Facility. Além de 20 milhões de doses da indiana Covaxin e 10 milhões da russa Sputnik V, ambas ainda sem aprovação pela Anvisa para uso nacional.

Os dois laboratórios produtores de vacinas no Brasil estão com as fabricações paralisadas. A Fiocruz não produz vacinas desde a última quinta-feira (20) por falta do IFA (Insumo Farmacêutico Ativo). Já o Instituto Butantan, que fabrica a CoronaVac, está com a produção parada desde 14 de maio pelo mesmo motivo. Uma nova remessa do IFA chega hoje da China para a Fiocruz.

Já o Butantan prevê novas remessas em 25 e 26 de maio. Porém, ambos receberão uma quantidade muito menor do que a prevista, o que deve impactar na produção de imunizantes e, consequentemente, na entrega ao Ministério da Saúde. Segundo o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, a quantidade confirmada pelo governo chinês é de apenas 3.000 litros, mil a menos do que havia sido anunciado pelo instituto na última segunda-feira (17).

Com essa quantidade, o Butantan consegue fabricar cerca de 5.000.000 de doses de vacina. “O Butantan tinha uma previsão de entrega de 12 milhões de doses [da vacina] em maio e 6 milhões em junho [para o Ministério da Saúde].

Para totalizar esse volume, precisaríamos de 10 mil litros [de insumos], que deveriam estar disponíveis no começo de maio.” Já o vice-presidente de Produção e Inovação da Fiocruz, Marco Krieger, disse em reunião da Comissão de Enfrentamento à covid-19 da Câmara dos Deputados na quinta-feira (20), que a menor quantidade de insumo causará novas “pequenas interrupções” da produção.

Para totalizar esse volume, precisaríamos de 10 mil litros [de insumos], que deveriam estar disponíveis no começo de maio.” Já o vice-presidente de Produção e Inovação da Fiocruz, Marco Krieger, disse em reunião da Comissão de Enfrentamento à covid-19 da Câmara dos Deputados na quinta-feira (20), que a menor quantidade de insumo causará novas “pequenas interrupções” da produção.

“Estamos em uma situação, agora, em que vamos ter uma limitação da nossa capacidade de entrega dada pela disponibilidade de IFA. É uma situação que a gente não tinha desde o final do mês de março, em que a gente teve a aceleração das entregas”, disse. (UOL Esporte)