A família de Gugu Liberato trabalha agora na documentação para a repatriação do corpo. Eles acreditam que isso deva acontecer na quarta (27) ou quinta-feira (28).
Gugu vai ser velado na Assembleia Legislativa de São Paulo e sepultado no cemitério Getsêmani, no Morumbi, no jazigo da família.
Em entrevista ao Jornal Nacional o neurocirurgião Guilherme Lepsky, chamado para acompanhar o estado clínico de Gugu em Orlando, disse que o apresentador chegou vivo ao hospital.
“Ele tinha alguma atividade respiratória no início. Não era de início morte encefálica. Acontece que o quadro foi se deteriorando rapidamente”, disse Lepsky.
Queda e acidente
O acidente que provocou a morte de Gugu aconteceu foi na última quarta-feira (20), na casa do apresentador em um condomínio fechado nos Estados Unidos.
Gugu estava com o filho João Augusto, de 18 anos, as filhas gêmeas, Marina e Sophia, de 15 anos, e com a companheira dele Rose Miriam di Matteo.
Ele morava num condomínio em Windermere, muito próximo a Orlando, no estado da Flórida.
Segundo relatos da assessoria, ele subiu no forro da residência para tentar trocar o filtro do ar-condicionado quando acabou pisando numa parte do forro que era feita de gesso e cedeu.
Gugu teve uma queda de aproximadamente quatro metros de altura na cozinha da casa.
O filho de Gugu ligou para os serviços de emergência, que chegaram rapidamente. Mas o trajeto da casa até o hospital não é curto, são 27 minutos.
Lesão neurológica
Assim que chegou ao hospital foi constatada uma fratura na têmpora direita e detectado um nível 3 na escala Glasgow. A escala Glasgow mede a atividade cerebral e vai de 0 a 15. Isso quer dizer que a atividade cerebral de Gugu já era baixíssima quando ele chegou ao local.
Como a hemorragia era muito grande, os médicos em Orlando optaram por não fazer cirurgia.
A família de Gugu chegou prontamente do Brasil, inclusive a mãe, Maria do Céu, de 90 anos, e os irmãos Aparecida e Amadio. Chegaram ao hospital às 19h30 de quinta (21), horário de Brasília.
O neurocirurgião Guilherme Lepsky, chamado para acompanhar o estado clínico de Gugu no hospital, concedeu uma entrevista exclusiva neste sábado ao correspondente Tiago Eltz. Lepsky disse que o apresentador chegou vivo ao hospital, mas sua condição se agravou rapidamente.
“Uma coisa é a avaliação da gravidade neurológica no momento que o paciente entra: ‘Ah, é grave, não é grave, vamos ou não vamos fazer algo’. A outra coisa é o diagnóstico da morte encefálica, que demanda tempo. Para falar que o quadro é irreversível, e a gente está falando para o futuro, a gente tem que olhar um pouquinho para o passado, para as horas que passaram, e ver se houve alguma mudança positiva no quadro neurológico”, explica o neurocirurgião Guilherme Lepsky.
Segundo o médico, o diagnóstico da morte encefálica é “evolutivo” e requer um tempo de análise.
“Precisa ter um tempo de observação mínimo, que não pode ser menor do que seis horas. Isto que foi feito. Ele tinha alguma atividade respiratória no início. Não era de início morte encefálica. Ele tinha de início alguma atividade na prova de apneia, a prova que se faz. Acontece que o quadro foi se deteriorando rapidamente e aí as provas subsequentes comprovaram isso. São feitas pelo menos duas provas, há um intervalo, aqui nos EUA este intervalo este intervalo não é limitado, pode ser feito 15 minutos depois, 20 minutos depois.”
Nos primeiros testes, Gugu ainda respirava sem os aparelhos, mas não respondia aos exames de reflexo profundo.
As leis americanas não exigem, mas os médicos fizeram ainda uma angiografia, que detectou que não havia mais fluxo de sangue para o cérebro.
O Hospital do Coração, em São Paulo, estava com estrutura pronta para atendimento, mas não foi necessário. Era desejo de Gugu que todos os seus órgãos fossem doados e a família atendeu. A equipe médica americana informa que eles podem ajudar até 50 pessoas.