A Fifa deu ganho de causa ao Nagoya Grampus, do Japão, em ação movida contra o atacante Jô e o Corinthians. Nesta terça-feira, a entidade comunicou que o jogador e o Timão têm de indenizar o clube asiático em 3,4 milhões de dólares (aproximadamente R$ 18,3 milhões na cotação atual).

A defesa de Jô promete recorrer da condenação na Corte Arbitral do Esporte (CAS). Procurado, o Corinthians alegou que “tem dez dias para solicitar os fundamentos da decisão para a FIFA e assim tomar as providências necessárias.”

A condenação foi noticiada inicialmente pelo “Esporte Interativo” e confirmada pelo ge.

A defesa de Jô acredita que no CAS será possível reverter a decisão, visto que, diferentemente do que acontece na Fifa, nesta corte é possível arrolar testemunhas e apresentar uma defesa mais ampla. O advogado do jogador também entende que o Corinthians não tem de ser parte no processo, uma vez que foi o Nagoya quem pediu a rescisão de contrato do jogador e não o contrário.

Jô tinha vínculo com o Nagoya Grampus até dezembro deste ano. O clube japonês alega ter havido abandono de emprego do atacante e, por isso, não só suspenderam os pagamentos a ele a partir de abril, como também entraram com uma ação na Fifa pedindo uma indenização referente ao valor restante do contrato até dezembro.

O desentendimento de Jô com o Nagoya Grampus começou em fevereiro, quando o jogador machucou o joelho esquerdo. É o que explica o advogado do atleta:

– O treinador do Nagoya entendeu que o Jô tinha que ficar no Japão, mesmo com o clube fora para pré-temporada. Só que os fisioterapeutas e médicos viajaram com o time, estavam fora do País. O Jô entendeu que não iria se recuperar bem, precisava de uma fisioterapia que fizesse efeito e veio ao Brasil se tratar no Flamengo. Ele custeou a viagem para ter um tratamento melhor – comenta Breno Tannuri.

Semanas depois, Jô voltou ao Japão com Cláudia, esposa dele, mas não foi relacionado para as duas primeiras partidas da temporada. Na sequência, o campeonato local foi suspenso por conta da pandemia do novo coronavírus.

– Ele deixou os filhos no Brasil com os avós. Só que começou um “zum-zum-zum” de que os estrangeiros não poderiam sair do Japão. Quando falaram que seria fechada a fronteira, o Jô disse: “eu preciso voltar”. Isso foi em abril. Então, eles voltam ao Rio de Janeiro – conta o advogado.

O Nagoya Grampus havia liberado os atletas para ficarem em casa, mas não para deixarem o Japão. Assim, semanas depois, Jô foi avisado pelo clube de que seu salário estava suspenso.

Segundo o advogado de Jô, o atacante respondeu essa notificação e explicou o motivo da volta ao Brasil. As alegações, porém, não foram suficientes para convencer os asiáticos.

– Ele tinha que receber entre o final de abril e o começo de maio um bônus de 1 milhão de dólares, previsto em contrato. O que acontece é que, quando ele fala para o tradutor, numa quinta à noite, que voltaria ao Japão na segunda-feira, os diretores mandam uma notificação para o Jô no dia 2 de maio falando que o contrato estava rescindido. Se ele volta para o Japão, o Nagoya teria que pagar os salários e essas luvas de 1 milhão de dólares – revela Tannuri.

O advogado de Jô concorda que o atacante poderia ser punido pela volta ao Brasil, mas alega que não havia justificativa para o rompimento de contrato. Breno Tannuri afirma que o atleta não perdeu treinamentos e nem havia motivo para tanta pressa, visto que o campeonato local só será retomado no próximo mês.

Livre do Nagoya, Jô assinou contrato de três anos e meio com o Corinthians.  (Globo Esporte)