Juventude e Grêmio confirmaram seus potenciais e venceram na rodada passada, mantendo acesa a chama da esperança de se manterem na Série A em 2021. Nesta rodada, no entanto, principalmente o Grêmio terá uma missão mais difícil: enfrenta em Belo Horizonte o América-MG, de onde o técnico Vagner Mancini saiu em outubro para assumir a equipe gaúcha. A equipe mineira é favorita. O Juventude viaja para enfrentar a Chapecoense, que irá disputar a Série B e não tem mais o que perder. A cada rodada, os clubes vão decidindo a agenda para 2022 e, por isso, apresentamos as chances de as equipes terminarem o Brasileirão em cada posição. Em outro jogo na rodada, o Corinthians recebe o Cuiabá na Neo Química Arena e leva o favoritismo (veja mais abaixo).

Estatisticamente, está se fechando a janela de oportunidades para as equipes que permanecerão na Série A na próxima temporada.

No quadro abaixo, a primeira linha apresenta a probabilidade percentual de cada time ser campeão. Isso muda a cada rodada, dependendo da combinação entre os resultados de cada time. A segunda linha mostra a chance de os times terminarem a competição na segunda posição e assim sucessivamente, até chegar nas últimas três linhas da tabela, que mostram o potencial de ficarem entre os quatro e os seis primeiros, conseguindo uma vaga na Libertadores 2022 de forma direta ou indireta (via fases eliminatórias), além da probabilidade de um time terminar o campeonato entre os 16 que prosseguirão na Série A no ano que vem. Quem chega a 100% na última linha, elimina o risco de rebaixamento.

 — Foto: Bruno Imaizumi/Espião Estatístico

— Foto: Bruno Imaizumi/Espião Estatístico

Favoritismos apresenta também o potencial que cada time carrega para a rodada #32 do Brasileirão comparando o desempenho nos últimos 60 dias como mandante ou visitante em todas as competições e também nos últimos seis jogos independentemente do mando. Também são consideradas as performances defensiva e ofensiva das equipes no jogo aéreo e no rasteiro. Os cálculos referentes à influência de bolas altas e de troca de passes rasteiros entre gols marcados e sofridos só consideram as características dos gols marcados em jogadas. Gols olímpicos, cobranças de pênaltis e de faltas diretas não contam para determinar a influência aérea ou rasteira entre os gols por serem cobranças feitas diretamente para o gol. Em parceria com o economista Bruno Imaizumi, analisamos 81.596 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 3.347 jogos de Brasileirões desde 2013 que servem de parâmetro para medir a produtividade atual de cada equipe a partir da expectativa de gol (xG), métrica consolidada internacionalmente (veja a metodologia no final do texto).

 — Foto: Espião Estatístico

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Atlético-GO

O Atlético-GO é o quarto time menos combativo na soma de desarmes e faltas cometidas (31,3 ações por jogo), e o Santos, o segundo menos combativo (30,4 ações). O Santos é o time com mais pênaltis contra (oito), e o Atlético-GO, o terceiro com mais pênaltis contra (seis). O Atlético é o 12º mandante em finalizações sofridas (10,7), mas quarto mais resistente a elas, com um gol sofrido a cada 15,0 finalizações. O Santos é o oitavo visitante em finalizações sofridas (12,7), com a menor resistência, um gol sofrido a cada 8,3 conclusões. O Atlético-GO é o mandante que menos finaliza (11,0), com a quinta menor eficiência, um gol em 14,0 tentativas. O Santos é o sexto visitante em finalizações (11,8), porém, tem a quinta menor eficiência, um gol em 14,8 tentativas. O Atlético-GO é o quinto pior mandante (4 V, 7 E, 3 D, 45%), com o segundo pior ataque (média 0,79), mas com a sexta defesa (0,79). O Santos é o quinto pior visitante (2 V, 6 E, 7 D, 27%), com o quinto pior ataque visitante (0,80) e a terceira pior defesa (1,53).

 

 — Foto: Espião Estatístico

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> América-MG

A partida tem potencial para gol do América-MG a partir de jogadas aéreas, já que a equipe mineira fez nada menos que sete dos últimos dez gols com bolas altas, e o Grêmio sofreu assim seis dos últimos dez. Já o time gaúcho marcou seis e o América levou seis dos últimos dez gols em jogadas rasteiras. O América-MG é o 11º mandante (6 V, 5 E, 4 D, 51%). O Grêmio é o segundo pior visitante (3 V, 0 E, 12 D, 20%). No futebol pode acontecer qualquer coisa, mas o único ponto forte nesse confronto é a resistência defensiva do América-MG, a quarta maior entre os mandantes, com um gol sofrido a cada 15,0 finalizações contrárias, com média de 10 finalizações sofridas por jogo em casa. De resto, os desempenhos estão entre as maiores ineficiências, como mostram os “desempenhos ofensivos e defensivos por mando no Brasileirão 2021 por mando”, na arte acima.

 

*Devido aos arredondamentos, a soma das probabilidades é diferente de 100% — Foto: Espião Estatístico

*Devido aos arredondamentos, a soma das probabilidades é diferente de 100% — Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Internacional

Em 13 jogos pela Série A de 2006 em diante com mando gaúcho, o Athletico-PR ainda não conseguiu vencer, e o Internacional foi vitorioso em dez deles. Agora, são dois ataques muito eficazes: o do Internacional é o segundo mandante mais eficaz, com um gol a cada 7,5 tentativas; o do Athletico-PR é o segundo visitante mais eficaz, com um gol a cada 8,9 tentativas, mas como mostra a linha vermelha do gráfico de xG, a defesa paranaense vive seu momento em que menos vem permitindo chances para os adversários em toda a competição no média móvel de cinco jogos. Um confronto e tanto. o Internacional é o sexto mandante do Brasileirão (7 V, 5 E, 3 D, 58%), e o Athletico-PR é o 11º visitante (5 V, 1 E, 9 D, 36%). O jogo tem forte potencial para gol do Inter a partir de jogada aérea porque a equipe gaúcha fez e a paranaense sofreu sete dos últimos dez gols dessa forma. O Athletico fez seis dos últimos dez usando bolas altas, mas o Inter só levou quatro assim.

 

 — Foto: Espião Estatístico

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Bragantino

O Bragantino é o sexto pior mandante do Brasileirão (5 V, 8 E, 3 D, 48%); o Fortaleza está com a sexta campanha visitante (6 V, 3 E, 7 D, 44%). O Bragantino vai precisar de muita atenção aos contra-ataques, pois já sofreu oito gols assim, terceira pior marca defensiva, três quando mandante, e o Fortaleza já marcou cinco gols em contragolpes, quinta melhor marca, três deles quando visitante. O Fortaleza tem chegado mais ao gol a partir de jogadas aéreas, marcando seis dos últimos dez gols dessa forma. A equipe sofre metade dos gols assim e metade em trocas de passes. Com o Bragantino tudo acontece muito mais próximo ao gramado, com a equipe paulista fazendo sete e sofrendo oito dos últimos dez gols em jogadas rasteiras.

 — Foto: Espião Estatístico

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Corinthians

O Corinthians não perde em casa há oito jogos (6 V, 2 E, 83%). É o oitavo mandante do Brasileirão (7 V, 4 E, 4 D, 56%). O Cuiabá é o sétimo visitante (3 V, 9 E, 3 D, 40%). Nos últimos oito jogos como visitante, foram 2 V, 4 E, 2 D, 42%. O Cuiabá fez e levou seis dos últimos dez gols a partir de jogadas aéreas, mas o Corinthians fez sete e levou seis dos últimos dez gols a partir de trocas de passes rasteiros. A ver qual estilo irá prevalecer. Como mostra a linha vermelha do gráfico de xG, a defesa corintiana vive seu melhor momento na competição em relação à produtividade dos times adversários, mas o desempenho é melhor quando visitante: em casa leva um gol a cada 10,9 finalizações, fora, a cada 13,4. Será um confronto muito interessante porque o Cuiabá tem a defesa visitante mais resistente a finalizações, com um gol sofrido a cada19,2 finalizações, apesar de ser a quarta que mais sofre finalizações (15,3).

*Devido aos arredondamentos, a soma das probabilidades é diferente de 100% — Foto: Espião Estatístico

*Devido aos arredondamentos, a soma das probabilidades é diferente de 100% — Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Flamengo

Às vésperas da final da Libertadores, o Flamengo tem pela frente um ótimo desafio: o São Paulo tem a defesa mandante que menos permite finalizações aos adversários (8,7) e a oitava resistência a elas, com um gol sofrido a cada 13,1 conclusões contrárias. O Flamengo é o visitante que mais finaliza (14,6) e ainda tem a maior eficiência, com um gol a cada 7,0 tentativas. O São Paulo é o 11º mandante do Brasileirão (5 V, 8 E, 2 D, 51%), com o quarto pior ataque caseiro (0,87), mas com a segunda melhor defesa (0,67). O Flamengo é o terceiro melhor visitante (6 V, 5 E, 3 D, 55%), com o melhor ataque visitante (29 gols, média 2,07) e a sexta defesa (15 gols sofridos, média 1,07). Tanto São Paulo quanto Flamengo vêm obtendo muito mais sucesso com as jogadas rasteiras. O São Paulo fez sete dos últimos dez gols a partir de trocas de passes, e o Flamengo marcou oito. O São Paulo sofreu metade dos últimos dez por baixo, mas o Flamengo sofreu sete dos últimos dez gols a partir de jogadas aéreas.

 

*Devido aos arredondamentos, a soma das probabilidades é diferente de 100% — Foto: Espião Estatístico

*Devido aos arredondamentos, a soma das probabilidades é diferente de 100% — Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Palmeiras

A final da Libertadores vem chegando, e o Palmeiras mostra força. A linha preta do gráfico de xG indica que o Palmeiras está com sua maior produtividade ofensiva de todo o Brasileirão ao mesmo tempo em que a defesa permite a menor expectativa de gol aos adversários (linha vermelha). Nos últimos cinco jogos, a produtividade ofensiva do Palmeiras é a maior entre todos os 20 times do Brasileirão, e a defensiva, é a segunda melhor, atrás do Atlético-MG. Intensidade e harmonia entre ataque e defesa, o sonho de qualquer treinador. A equipe não perde há sete jogos e venceu as últimas seis partidas fazendo 14 gols e sofrendo três. Nesta rodada, viaja para enfrentar o Fluminense, que nos últimos sete jogos venceu três e perdeu quatro marcando cinco gols e sofrendo seis. O Fluminense é o sexto mandante do Brasileirão (7 V, 5 E, 3 D, 58%), com o 12º ataque (16 gols, média 1,08) e a oitava defesa caseira (13 gols sofridos, 0,87). O Palmeiras é o melhor visitante (8 V, 2 E, 5 D, 58%), com o terceiro melhor ataque visitante (21 gols, média 1,40) e a segunda melhor defesa (13 gols sofridos, média 0,87).

 

 — Foto: Espião Estatístico

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Ceará

A chave da partida está na resistência defensiva das equipes. Embora a defesa do Ceará seja a quinta mandante que mais sofre finalizações (11,5), é a terceira mais resistente a elas, com um gol sofrido a cada 16,7 conclusões contrárias. O Sport é o visitante que mais sofre finalizações (16,8), mas também o terceiro mais resistente, com um gol sofrido a cada 14,9. Como mostram as linhas vermelhas dos gráficos de xG, as duas defesas tiveram recentemente queda de desempenho em relação à produtividade ofensiva adversária, mas a do Ceará tem se recuperado mais rapidamente. Há potencial para gol do Ceará a partir de jogada aérea porque a equipe fez metade dos últimos dez gols dessa forma, e o Sport levou nada menos do que oito dos últimos dez gols a partir de jogadas aéreas. O Sport também fez metade de seus gols pelo alto e metade por baixo, mas o Ceará levou seis dos últimos dez gols em jogadas rasteiras.

 

 — Foto: Espião Estatístico

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Juventude

É uma partida de fortes ineficiências, mas embora o Juventude seja o quinto visitante que menos finaliza (9,0), é o sexto mais preciso, com um gol a cada 10,5 tentativas. Com 19% de chances de se manter na Série A em 2022, supostamente deve apostar nessa eficiência e ir para o ataque. A seu favor o fato de ter feito nove dos últimos dez gols a partir de jogadas aéreas, e a Chapecoense ter sofrido seis dos últimos dez dessa forma. Há potencial para gol aéreo do Juventude, um especialista que marcou 16 dos últimos 18 gols a partir de bolas altas (sempre sem contar pênaltis e faltas diretas). O Juventude levou sete dos últimos dez gols pelo alto, mas a Chapecoense só marcou quatro dos últimos dez dessa forma.

Bahia x Atlético-MG

A partida foi adiada para o dia 2 de dezembro.

Resultado

Favoritismos acertou 141 dos 297 jogos analisados, aproveitamento de 47%.

Metodologia

Apresentamos as probabilidades estatísticas baseadas nos parâmetros do modelo de “Gols Esperados” ou “Expectativa de Gols” (xG), uma métrica consolidada na análise de dados que tem como referência 81.596 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 3.347 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013. Consideramos a distância e o ângulo da finalização, além de características relacionadas à origem da jogada (por exemplo, se veio de um cruzamento, falta direta ou de uma roubada de bola), a parte do corpo utilizada, se a finalização foi feita de primeira, a diferença de valor mercado das equipes em cada temporada, o tempo de jogo e a diferença no placar no momento de cada finalização.

Para esta edição do Brasileirão, o desempenho de um jogador passa a ser comparado com a média para a posição dele, seja atacante, meia, volante, lateral ou zagueiro, e passamos também a considerar o que se esperava da finalização se feita com o “pé bom” (o direito para os destros, o esquerdo para os canhotos) e para o “pé ruim” (o oposto). Foram identificados os ambidestros, que chutam aproximadamente o mesmo número de vezes com cada pé.

De cada cem finalizações da meia-lua, por exemplo, apenas sete viram gol. Então, uma finalização da meia-lua tem expectativa de gol (xG) de cerca de 0,07. Cada posição do campo tem uma expectativa diferente de uma finalização virar gol, que cresce se for um contra-ataque por haver menos adversários para evitar a conclusão da jogada. Cada pontuação é somada ao longo da partida para se chegar ao xG total de uma equipe em cada jogo.

O modelo empregado nas análises segue uma distribuição estatística chamada Poisson Bivariada, que calcula as probabilidades de eventos (no caso, os gols de cada equipe) acontecerem dentro de um certo intervalo de tempo (o jogo). Para chegar às previsões sobre as chances de cada time terminar o campeonato em cada posição foi empregado o método de Monte Carlo, que basicamente se baseia em simulações para gerar resultados. Para cada jogo ainda não disputado, realizamos dez mil simulações.

Favoritismos está apresentando também gráficos com a evolução da média móvel em cinco jogos da expectativa de gol (xG) de cada equipe no ataque e o acumulado do que fizeram seus adversários nessas partidas. Para os gráficos, a cada cinco jogos é feita uma média móvel, que é representada pelas linhas de ataque (preta) e defesa (vermelha, que na verdade é quanto o adversário somou em xG em cada jogo). É uma forma precisa de medir o potencial de cada equipe. A linha amarela mostra a diferença entre as produções dos ataques do time analisado e de seus adversários.

*A equipe do Espião Estatístico é formada por: Bruno Murito, Guilherme Maniaudet, Guilherme Marçal, Leandro Silva, Mateus Pinheiro, Roberto Maleson e Valmir Storti. (Favoritismo/Globo Esporte)