O terceiro dia de Copa do Mundo Feminina terá em campo uma das seleções favoritas ao título do torneio. Campeã da Eurocopa no ano passado e da Finalíssima neste ano, com direito a vitória nos pênaltis sobre o Brasil, a Inglaterra encara o Haiti no início da manhã deste sábado, em Brisbane, na Austrália, pela abertura do Grupo D da competição.
O Mundial de 2023 é tratado como uma competição para consolidar de vez o trabalho desenvolvido na Inglaterra para o futebol feminino. Campeã no continente e com uma das ligas mais fortes do planeta, a equipe comandada pela técnica Sarina Wiegman inicia a trajetória na busca pelo inédito troféu de Copa do Mundo.
O Haiti, por outro lado, estreia na competição mais importante do planeta para ratificar a evolução do país na modalidade.
Além da participação no Mundial sub-20, o time apresenta Melchie Dumornay, de apenas 19 anos, no torneio. A meio-campista foi recentemente apresentada como reforço do Lyon e vai atuar também na elite de clubes depois da competição.
Ainda neste sábado, o Japão, seleção campeã em 2011, inicia a busca pelo bicampeonato diante de Zâmbia, que viajou para o Mundial com o objetivo de surpreender o mundo. O confronto será realizado em Waikato, na Nova Zelândia.
A confiança das africanas recai sobre a promissora atacante Barbra Banda, jogadora de 23 anos que anotou seis gols na última edição dos Jogos Olímpicos.
A rodada também conta com o duelo entre Dinamarca e China, que se enfrentam no período da manhã, horário brasileiro, em um embate de duas estrelas da modalidade. Pelo lado dinamarquês, Pernille Harder estreia no maior cenário do futebol para se comprovar como destaque internacional.
As chinesas, por outro lado, depositam confiança no jogo da atacante Wang Shuang, que se recuperou de lesão para reforçar o time no Mundial deste ano. O confronto será realizado na cidade de Perth, na Austrália.
Confira os horários (de Brasília) dos jogos deste sábado:
- 4h – Grupo C – Zâmbia x Japão – transmissão sportv, ge, Fifa+ e Cazé TV
- 6h30 – Grupo D – Inglaterra x Haiti – transmissão Fifa+ e Cazé TV
- 9h – Grupo D– Dinamarca x China – veja escalações e onde assistir
Zâmbia tem goleadora que foi vetada por confederação; Japão sonha com o bi
As atenções sobre o time de Zâmbia estarão na atacante de Barbra Banda. Aos 23 anos e depois de se destacar na Olimpíada com dois hat-tricks consecutivos, a jogadora virou alvo da Confederação Africana, que a vetou de participar da Copa Africana de Nações do ano passado.
Segundo a federação continental, Banda apresentou níveis elevados de testosterona, o que a reprovou em um incomum “exame de gênero” promovido pela entidade antes do torneio. O teste de verificação gerou protestos de organizações de direitos humanos.
A Human Rights Watch, por exemplo, classificou esse tipo de exame como “estigmatizante, estereotipado e discriminatório”. Banda ficou fora da competição, mas retornou à seleção em setembro e entrou na disputa por vagas no Mundial.
Barbra Banda é a grande destaque da Zâmbia — Foto: Hagen Hopkins/Fifa via Getty Images
A atacante surge como grande ponto de atenção da seleção do Japão, que sonha em ir longe novamente na Copa do Mundo, após o título de 2011 e o vice-campeonato de 2015.
O técnico Futoshi Ikeda, campeão mundial sub-20 em 2018, confia em uma participação de destaque da equipe oriental, que se despediu da última Copa do Mundo ainda na fase oitavas de final.
– Queremos lutar em todas as partidas e chegar ao topo do mundo mais uma vez – declarou, em entrevista publicada pela Fifa.
Favorita, mas com desfalques, Inglaterra busca chegar ao topo
A atual campeã europeia chega para buscar o topo do mundo, mesmo com desfalques. Nomes como Leah Williamson, Fran Kirby e Beth Mead estão fora do Mundial, mas a Inglaterra aposta em uma equipe fortalecida e com experiência internacional para brigar pelo título.
O título da Finalíssima contra o Brasil serve como base para o nível esperado pela comissão técnica de Sarina Wiegman, eleita três vezes a melhor treinadora do mundo pela Fifa (2017, 2020 e 2022). É com esse comando que as “Leoas” querem dar um passo além.
A Inglaterra chegou nas duas últimas semifinais de Mundial, terminando com a terceira posição em 2015 e a quarta em 2019. O objetivo novamente se encontra em jogar sete jogos, mas o último deles com caráter de final de Copa do Mundo.
Sarina Wiegman, técnica holandesa da seleção inglesa, recebe o prêmio Fifa The Best — Foto: REUTERS/Sarah Meyssonnier
Na estreia, as inglesas encaram o Haiti, que debuta na principal competição de futebol do planeta. Boa parte da base do time esteve em ação no Mundial sub-2018, situação que ameniza o desafio de encarar uma equipe tão poderosa na estreia.
– Nossa equipe tem um ponto muito forte: elas não têm medo de ninguém. Elas não se sentem inferiores a nenhum adversário. Vamos correr por fora e já dissemos que, quanto maiores as montanhas e os desafios, mais saboroso será o sucesso – disse o técnico Nicolas Delepine.
– Podem achar que estamos meio malucos ou viajando, mas queremos jogar, aprontar uma ou outra surpresa e, por que não, chegar às oitavas de final – acrescentou.
Dinamarca volta e aposta em jogadora que chegou a ser a mais cara do mundo
Desde 2007, a Dinamarca não figurava na Copa do Mundo Feminina. Neste retorno, o time europeu conta com uma das grandes estrelas do futebol no ataque: Pernille Harder.
Hoje jogadora do Bayern de Munique, Harder ostentou por um período o posto de atleta mais cara da história do futebol. Em 2020, o Chelsea pagou 250 mil libras (R$ 1,5 milhão na cotação desta sexta-feira) para contar com os gols da jogadora, que chegou a ser eleita a melhor da Europa em 2020.
Pernille Harder com os troféus de melhor atacante e craque da temporada 2020 na Europa — Foto: Reprodução
É a atacante quem desperta a maior atenção do time chinês, que está acostumado a atuar no palco principal do futebol feminino. A seleção do país só ficou fora do Mundial de 2011, disputado na Alemanha.
A China encara as dinamarquesas referendada por um grande título. Depois de 15 anos de jejum, o time venceu a Copa da Ásia de 2022 e agora sonha em repetir o retrospecto positivo no cenário mundial. (GE)