A França perde da Dinamarca, a Alemanha da Hungria, a Inglaterra está rebaixada na Liga das Nações, Brasil e Argentina invictos há 14 e 34 jogos respectivamente. A menos de dois meses da Copa do Mundo tem seleção importante dando susto e Holanda em evidente crescimento, sem derrotas há 15 partidas, desde o retorno de Louis Van Gaal. A análise é do jornalista PVC. Confira:

ALEMANHA – A derrota para a Hungria foi a primeira em 14 partidas sob o comando de Hansi Flick, mas ligou o alerta, porque esta nova Alemanha, pós Joachim Löw, massacrou nanicos e sofreu contra gigantes. Fez 4 x 0 na Macedônia do Norte, 9 x 0 em Liechtenstein, 4 x 1 na Armênia, 5 x 2 na Itália, seu resultado mais expressivo. Mas empatou com Holanda, Inglaterra e no outro confronto contra os italianos. Dos últimos seis jogos, só venceu um, justamente a goleada na Azzurra. Tem 5 vitórias, 4 empates e uma derrota nos últimos dez jogos.

ARGENTINA – Invicta há 34 partidas, com 23 vitórias e 11 empates, a Argentina está a três jogos de igualar a Itália com a maior sequência sem derrotas da história das seleções. Tem um time titular definido, que ganhou solidez durante a Copa América de 2021. Faltam reservas à altura, mas Scaloni agora tem Julián Álvarez, no Manchester City, capaz de mudar rumos de jogos. Tem oito vitórias e dois empates nos últimos dez jogos.

BÉLGICA – Segue tendo um timaço, mas sente muito a ausência de Lukaku, com lesão de tornozelo. O centroavante retornará na Copa do Mundo. Sem ele, os belgas perderam duas vezes para a Holanda, por 4 x 1 e 1 x 0. É como perder duas vezes um Brasil x Argentina. Apesar de a Bélgica não ser um país latino, a cobrança pesa. A Bélgica pode enfrentar Alemanha ou Espanha no primeiro mata-mata. Tem cinco vitórias, três empates e duas derrotas nos últimos dez jogos.

BRASIL – Tem elenco, variação tática, capacidade de jogar de forma moderna, pressiona a saída do adversário, não perde há 14 partidas. Os aparentes pontos fracos são a dificuldade de saber como será contra rivais fortes, porque Gana não impôs dificuldade, e a tabela difícil, tanto na fase de grupos, quanto nos mata-mata, que pode ter recorde de confrontos contra campeões mundiais. Como a Argentina, tem oito vitórias e dois empates nos últimos dez jogos.

CROÁCIA – Não parece candidata ao título, como não parecia em 2018. Como é vice-campeã mundial, tem de ser considerada neste leque de informações. Zlatko Dalic escala sua equipe preferencialmente no 4-3-3, mas num jogo fácil, contra Malta, colocou mais um jogador no meio-de-campo e retirou um zagueiro. Na última vitória, contra a Áustria, escalou só três remanescentes da final da Copa da Rússia. Seu meio-de-campo tem Modric, Brozovic e Kovacic. São sete vitórias, dois empates e uma derrota nos últimos dez jogos.

DINAMARCA – Entra nesta lista por ter vencido a França duas vezes nos últimos três meses. Está no grupo dos franceses e um novo triunfo pode mudar a configuração dos mata-matas, provocando um duelo França e Argentina nas oitavas. Por outro lado, perdeu duas vezes para a Croácia no mesmo período. Varia do 3-4-3 par o 4-3-3. Não empata há 22 jogos. Seis vitórias e quatro derrotas nos últimos dez jogos.

ESPANHA – Não é mais o time que foi há dez anos, quando ganhou seu terceiro título da Eurocopa, nem a equipe campeã mundial de 2010. Mas tem talentos jovens como Gavi e Pedri. A mescla entre veteranos, como Azpilicueta, Alba e Busquets com garotos como Ferran Torres, Eric Garcia, Yeremi Pino e Nico Williams, além dos citados Gavi e Pedri. Pode fazer um grande Mundial. Tem seis vitórias, dois empates e duas derrotas nos últimos dez jogos.

FRANÇA – As duas derrotas para a Dinamarca e uma para a Croácia, nos últimos seis jogos, ligam sinal de alerta para uma equipe forte, de elenco impressionante, que pode ter perdido pelos desfalques recentes, mas que também tem problemas de relação entre jogadores e federação. Desde 2013, quando caiu contra Alemanha, Espanha, Uruguai e Brasil, num período de cinco partidas, a França não tinha uma sequência tão ruim. Mas os destaques voltarão, como Benzema. Cinco vitórias, dois empates e três derrotas nos últimos dez jogos.

HOLANDA – Desde 2014, quando Louis Van Gaal levou a Holanda às semifinais e deixou a seleção, foram seis treinadores e dois interinos em oito anos. O retorno de Van Gaal coincide com uma sequência invicta de 15 partidas, com onze vitórias. Frenkie De Jong não jogou contra a Bélgica, mas pode ser o coração do meio-de-campo no Catar. Falta um centroavante. O time joga no 3-4-1-2 e merece atenção o meia Gakpo, do PSV, autor de um gol de uma assistência na última semana. Sete vitórias e três empates nos últimos dez jogos.

INGLATERRA – A derrota para a Itália foi a terceira nos últimos cinco jogos, período em que só marcou um gol. Há críticas ao trabalho de Gareth Southgate. Os resultados anteriores eram convincentes? 2 x 1 na Suíça, 3 x 0 na Costa do Marfim, 10 x 0 em San Marino, 5 x 0 na Albânia e na Armênia… Desde a Eurocopa, em que foi vice-campeã, a Inglaterra não joga no mesmo nível. São quatro vitórias, três empates e três derrotas nos últimos dez jogos.

PORTUGAL – Pode ser exagero considerar os portugueses candidatos ao título. Parece mesmo. Mas a geração de jogadores é talentosa. Fernando Santos não consegue montar um time ofensivo. Por outro lado, Cristiano Ronaldo ainda pode decidir algum jogo. O time tem variado do 4-2-3-1 para 4-1-4-1. Bernardo Silva , Bruno Fernandes e Rafael Leão fizeram o trio de meias nos 4 x 0 sobre a República Tcheca. Não é pouca coisa. Seis vitórias, dois empates e duas derrotas nos últimos dez jogos. (GE)