Poderíamos afirmar que sem sombra de dúvidas a contabilidade existe desde os primórdios do tempo (ela se confunde com a história da humanidade) em que o homem controlava seus bens de tal forma que ele sabia o crescimento de seu patrimônio.
Dia 22 de setembro é dia do contador e dia 25 de abril é dia do contabilista (contadores e técnicos). No século XVII, no ano de 1770 foi criada a primeira regulamentação da profissão contábil no Brasil através do Rei de Portugal D. José, onde já se exigia a matrícula dosprofissionais da área e nesse momento esse profissional recebia o nome de “guarda livros” que perdurou até meados de 1970 quando passou a se chamar técnico em contabilidade (nível médio) e de contador (nível superior).
A Escola Politécnica de São Paulo foi a primeira a ensinar contabilidade no Brasil no final do século XIX e a Alvarez Penteado no início do século XX também foi uma das entidades que iniciaram o ensino dessa importante profissão.
Com o crescimento da industrialização no Brasil foi criado através do Decreto-Lei Federal nº 7.988 de 22/09/1945. Em 1946 com a fundação da Faculdade de Administração, Economia e Contabilidade (FEA) na Universidade de São Paulo – USP criou o primeiro curso superior em Ciências Contábeis e Atuariais com duração de 4 anos e concedendo o título de Bacharel em Ciências Contábeis aos seus concluintes.
O curso foi criado nos moldes da “Escola Americana”, mais pragmática voltada para a análise do resultado das empresas e também teve início, mesmo que incipiente, a pesquisa científica voltada para o campo da contabilidade. Outro ponto importante da história da contabilidade no Brasil foi a criação do Conselho Federal de Contabilidade e dos conselhos regionais de contabilidade, através Decreto-Lei nº 9.295, de 27 de maio de 1946, destinados a fiscalizar o exercício das profissões de contador (bacharel em Ciências Contábeis) e de guarda-livros (técnico em contabilidade) funcionam como tribunais de ética e define, regulamentam e baixam normas e padrões da profissão contábil. A profissão de contabilidade passou a ser a terceira profissão regulamentada no país.
Em Mato Grosso, quando foi criada a Universidade Federal, 10/12/1970 e o curso de Ciências Contábeis iniciou seu funcionamento em 1972 tendo como primeiro chefe de Departamento o Professor e Empresário da Contabilidade Gustavo Schenfelder Salgueiro e depois o Professor Edilson Leite Bezerra.
Sendo que a primeira turma concluiu o curso em dezembro de 1974, tendo muitos colegas que em muito contribuíram com a profissão contábil de Mato Grosso, não poderíamos deixar de citar a ex-reitora Professora Mestra Luzia Guimarães, que deu uma contribuição muito grande à classe não só para Mato Grosso como para o País.
A contribuição da professora Luzia Guimarães como reitora da UFMT para a classe contábil de Mato Grosso foi de uma importância fantástica, porque no início dos anos 90 a população das cidades do estado era pequena e o agronegócio estava a toda a Universidade não tinha condições de instalar cursos permanentes.
Então, juntamente com o Professor Contador Bolanger José de Almeida – Diretor da FAECC criaram turmas de contabilidade para dar suporte a esse grande desenvolvimento porque passava o interior, sendo que a qualidade das turmas eram a mesma da sede.
Em 1996 juntamente com o diretor da FAECC, o Brasil tinha apenas 3 mestrados em Contabilidade (PUCSP, USP e UERJ), conseguimos trazer para Cuiabá com apoio financeiro do CFC/CRC o primeiro mestrado fora do eixo Rio/São Paulo ministrado pela Pontífice Universidade Católica de São Paulo (PUC) e em seguida uma turma de mestrado ministrada pela Universidade de São Paulo (USP) para dar uma qualificação adequada ao quadro docente que hoje tem uma boa quantidade de doutores que estão pensando em um projeto de criar o mestrado em Contabilidade na UFMT. Os modelos acima desenvolvidos foram copiados Brasil afora, tendo Mato Grosso criado um programa de interiorização na graduação e trouxe a mesma sistemática para a pós-graduação “stricto sensu” (mestrado e doutorado).
A profissão contábil é uma das mais profícuas do mercado e, esse profissional tem muito a contribuir na área de “compliance” analisando meticulosamente os riscos operacionais, avaliar e gerenciar controles internos de uma organização quer seja ela pública ou privada, pequena ou grande e agregando valor, seriedade, ética e transparência para as corporações estabelecidas e dando suporte ao crescimento de nosso país. Além de zelar pelo cumprimento fiscal, trabalhista, contábil, etc, o contador tem a missão de auditar, implantar sistemas de custos, fazer perícia contábil, ser analista financeiro, contábil e gerencial, estar o tempo todo preocupado na modernização e ficar focado nas mudanças que ocorrem com grande velocidade no mundo da inteligência artificial de uma organização, etc. Enfim, o contador agrega valor para a empresa ou órgão que está vinculado, dando segurança ao empresário ou ao gestor público e para a sociedade fornecer dados fidedignos e dar transparência dos atos e fatos contábeis.
Quero parabenizar todos os contadores, em especial os de Mato Grosso, que muito tem contribuído para o crescimento de nosso Estado e com o engrandecimento da nossa profissão dando suporte técnico ao desenvolvimento de nossas empresas públicas ou privadas nas mais remotas regiões desse Brasil continental. Quando em 1973, muito jovem, fiz a opção por ser contador, não sabia que essa profissão me proporcionaria tantas realizações e reconhecimento. Obrigado profissão contábil por ter mostrado a mim e a milhares de colegas a maravilha da profissão.
*BOLANGER JOSÉ DE ALMEIDA é contador e professor universitário em Mato Grosso. Ocupou vários cargos públicos, inclusive secretário de Estado de Fazenda (Sefaz).
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