O jovem Diego Kaliniski, de 26 anos, morto a tiros por um policial militar após resistir a uma abordagem da Polícia Militar chegou a tomar um talonário (objeto que os agentes aplicam multas de trânsito) das mãos do comandante da guarnição que atendeu a ocorrência, segundo informou a própria corporação no boletim de ocorrência.
Diego foi fuzilado na madrugada deste domingo (5), em Vera (459 quilômetros ao norte de Cuiabá). Existem vídeos gravados que mostram o rapaz resistindo à abordagem, antes de ser morto. Em nota, a Polícia Militar de Mato Grosso afirmou que abriu um inquérito para a apuração dos fatos.
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O boletim de ocorrênica da Polícia Militar registou que a equipe foi acionada para atender um chamado de perturbação do sossego. No local, os policiais encontraram uma Saveiro Cross com a caçamba aberta e com o som automotivo ligado, “causando grande perturbação aos moradores do local”.
De dentro da viatura, os policiais começaram a confeccionar a notificação de trânsito. Nesse momento, segundo a polícia, Diego e seu irmão foram até a janela do veículo e abordaram o comandante da guarnição.
Os agentes desceram e pediram que fosse apresentado o documento do carro. Diego mostrou o documento à PM através do celular. Contudo, no momento seguinte, segundo narra o boletim, o rapaz tomou o talonário das mãos do PM e passou a dizer: “seus policiais de merda, vocês não iram me notificar, eu mando em vocês”.
A Diego, os Policiais pediram a devolução do objeto e o informaram que ele seria conduzido à delegacia por desacato e desobediência. O B.O. diz ainda que o homem continuou a resistir à prisão e teve a ajuda de seu irmão para furtar-se da ação dos agentes.
“Os dois irmãos começaram a agredir fisicamente com socos o PM e já em posse da tonfa (cassetete), que foi retirada da guarnição, tentaram golpear a região da cabeça deste Policial. Diante de tais circunstâncias, foi realizado o uso diferenciado da força, por meio da tonfa e controle de contato”, narra a ocorrência.
Segundo a Polícia Militar, dada a superioridade numérica e a agressividade dos suspeitos que insistiram em “ingressar injustamente contra a vida e a integridade física da equipe Policial”, esses meios – uso do cassetete e controle de contato – foram insuficientes, “sendo necessária a utilização da arma de fogo, que fora utilizada moderadamente”.
Diego Kaliniski morreu no local. O irmão dele foi atingido com um disparo na mão e encaminhado a um hospital. Não há informações sobre seu estado de saúde. A polícia disse que se retirou do local até a chegada do apoio policial. Ainda segundo a polícia, o jovem assassinado possuía registros de ocorrência por desacato, desobediência, resistência, poluição sonora, lesão corporal, vias de fato.