O Conselho Deliberativo do Santos reprovou, na noite desta terça-feira, a abertura de um novo processo de impeachment contra o presidente José Carlos Peres.

Em reunião virtual, a maioria dos quase 200 conselheiros que participaram não deu prosseguimento ao parecer elaborado pela Comissão de Inquérito e Sindicância (CIS), que pedia a saída de Peres e punição aos demais membros do Comitê de Gestão.

Veja como foram os votos:

  • 79 votos contra a abertura do impeachment;
  • 6 votos a favor da abertura do impeachment;
  • 75 abstenções.

O processo foi consequência da reprovação das contas de 2018, quando o Santos teve déficit de R$ 77 milhões. Peres não participou do encontro – três membros do CG estiveram na chamada, que durou mais de quatro horas. Alguns conselheiros ouvidos pelo GloboEsporte.com justificaram a reprovação por causa de erros jurídicos no relatório da CIS.

Hostilizados pelos conselheiros durante a reunião, pelo menos dois membros da CIS renunciaram ao cargo: o presidente José Geraldo Barbosa e o relator Rubens Passos.

Nos próximos dias, o Conselho do Santos se reunirá virtualmente de novo, mas para discutir o parecer do Conselho Fiscal sobre as contas de 2019 – o órgão recomenda a reprovação das contas do ano passado por diversos motivos, como gastos não justificados com cartões corporativos, pagamento de comissões para agentes de jogadores e a transferência do atacante Bruno Henrique para o Flamengo.

Caso os conselheiros sigam a recomendação do CF, Peres teria contas reprovadas em seus dois primeiros anos à frente do Santos. Em 2020, o último ano da gestão, o Peixe registrou déficit de quase R$ 20 milhões no primeiro trimestre.

Vale lembrar que no fim deste ano o Santos passará por eleições presidenciais para o triênio 2021-2023, previstas para a primeira quinzena de dezembro. Peres disse em várias entrevistas recentes que não tentará a reeleição.

Peres enfrentou dois processos de impeachment logo em seu primeiro ano de gestão, em 2018, quando foi acusado, entre outras coisas, de manter uma empresa responsável pelo agenciamento de atletas mesmo após assumir o cargo.

Os dois pedidos foram aprovados no Conselho, mas os sócios do Santos impediram que Peres sofresse o impeachment em Assembleia Geral. (Globo Esporte)