O conselheiro do Tribunal de Contas de Mato Grosso (TCE), Waldir Teis, foi denunciado nessa terça-feira (3) pelo Ministério Público Federal (MPF) por prejudicar o trabalho da Polícia Civil durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão no escritório dele, em Cuiabá, no dia 17 do mês passado. A denúncia foi oferecida ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).

A defesa de Waldir Teis afirmou que, de fato, ele tentou esconder os cheques e que a atitude foi impensada. “Havia justificativas para aqueles cheques e já foram explicados à Polícia Federal. Ele queria mesmo é preservar seus familiares que estavam sofrendo por conta de todas as acusações e seu afastamento do TCE”, disse o advogado.

De acordo com o MPF, quando o conselheiro notou que os policiais se concentravam em uma segunda sala, o conselheiro recolheu uma série de talões de cheques com cifras milionárias e outras folhas assinadas mas sem preenchimento do valor, que estavam em sala ainda não analisada pelas autoridades.

Porém, ele foi flagrado e o material que havia sido jogado numa lixeira foi recolhido.

O STJ autorizou a quebra de sigilo bancário de várias empresas; o levantamento e utilização de dados de inteligência financeira de pessoas físicas e jurídicas; o afastamento do sigilo telefônico/telemático de alguns investigados, e busca e apreensão a ser realizada em locais ligados a pessoas investigadas, além do compartilhamento de dados com a Receita Federal do Brasil.

A Operação Ararath investiga, desde 2013, a prática de crimes de corrupção, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e organização criminosa por conselheiros do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso.

Além da condenação pela infração de embaraço à investigação, o MPF requer à Justiça indenização por danos morais coletivos, no valor de R$ 3 milhões, além da prorrogação do afastamento do conselheiro até o trânsito em julgado da denúncia.

Afastamento

Waldir Teis e outros quatro conselheiros do TCE-MT, Antonio Joaquim, José Carlos Novelli, Sérgio Ricardo e Valter Albano, estão afastados das funções desde 2017, após delação do ex-governador Silval Barbosa que detalhou suposto pagamento de propina aos membros da Corte.

De acordo com Silval Barbosa, os conselheiros exigiram propina para não prejudicarem o andamento das obras da Copa do Mundo, no estado. Ele disse ter pago R$ 53 milhões