A temporada olímpica brasileira de 2023 foi marcada especialmente por uma campanha emblemática das mulheres, recheada de conquistas inéditas, em diversos esportes. Sobrou emoção para quem acompanhou a conquista da prata inédita por equipes na ginástica artística, a ascensão de Bia Haddad ao top 10 do ranking mundial, o domínio das mulheres no quadro de medalhas do Pan de Santiago entre outros triunfos. Relembre os momentos históricos das brasileiras no esporte este ano!

Mulheres dominam o quadro de medalhas do Pan

O Brasil encerrou sua participação nos Jogos Pan-Americanos de Santiago com a melhor campanha de sua história. Ainda assim, o que chamou atenção mesmo foi o brilho das conquistas femininas da delegação brasileira. Das 205 medalhas, 95 foram para as mulheres, 92 para os homens e 18 para as equipes mistas. As três atletas que mais subiram ao pódio nesta edição foram a ginasta Bárbara Domingos, com três ouros e duas pratas, a nadadora Stephanie Balduccini, com um ouro, três pratas e um bronze, e a também ginasta Flávia Saraiva, com quatro pratas e um bronze. Paris 2024 promete!

Rebeca Andrade supera Biles no salto e recebe ‘coroa’

Campeã do mundo em 2021, quando Simone Biles estava vivendo um hiato do esporte para cuidar da saúde mental, e fora da final do salto em 2022 por conta de um susto, Rebeca Andrade chegou ao Mundial de ginástica da Antuérpia, este ano, sabendo que seria difícil competir com a maior medalhista da história. A estrela brasileira não apenas subiu ao pódio cinco vezes, como, superou a número um do mundo pela primeira vez em sua carreira. Última da sequência a saltar, Rebeca viu Biles cair, sem conseguir finalizar o movimento. Quando chegou sua vez, executou dois saltos quase cravados, com a média de 14,750 pontos, e foi coroada bicampeã mundial.

Simone Biles e Rebeca Andrade — Foto: Ricardo Bufolin/CBG

Simone Biles e Rebeca Andrade — Foto: Ricardo Bufolin/CBG

Contrariando qualquer ideia de rivalidade feminina, os dois ícones deram um exemplo de amizade. Antes da entrega das medalhas do solo, Simone fez um gesto como se estivesse passando a coroa da ginástica artística para a Rebeca, e as duas ainda dançaram juntas em uma festa após o Mundial.

Equipe feminina leva prata inédita no Mundial de ginástica

Rebeca Andrade, Flávia Saraiva, Jade Barbosa, Lorrane Oliveira e Júlia Soares mostraram ao mundo o potencial da equipe brasileira com um verdadeiro show na final do Mundial de ginástica artística. As cinco atletas e a reserva Carolyne Pedro conquistaram o pódio inédito para o país, com a medalha de prata por equipes femininas. O Brasil ficou atrás apenas do time de Simone Biles, os Estados Unidos, enquanto o bronze foi para a França.

Brasil comemora a prata por equipes no Mundial de ginástica artística — Foto: Naomi Baker/Getty Images

Brasil comemora a prata por equipes no Mundial de ginástica artística — Foto: Naomi Baker/Getty Images

Rayssa Leal consegue maior nota da carreira no SLS

A medalhista olímpica mais jovem do Brasil, Rayssa Leal, fez a alegria dos brasileiros ao quebrar seu recorde de carreira na final da Liga Mundial de skate street em São Paulo. No ginásio do Ibirapuera, Fadinha venceu a SLS Super Crown, com nota 9, a maior de sua história. Oito mil pessoas puderam presenciar a própria atleta em choque ao ver sua nota no telão, e vibrar com a conquista de um dos títulos mais importantes da temporada.

Bia Haddad vira top 10 do mundo

Desde que Gustavo Kuerten, o Guga, pendurou as raquetes em 2008, o Brasil viveu um jejum de grandes ídolos no tênis. No entanto, Beatriz Haddad Maia parece ter vindo para resgatar a paixão pelo esporte no coração dos brasileiros. A tenista conseguiu um combo de respeito este ano: atingiu o top 10 da WTA por duplas em maio, chegou às semifinais de Roland Garros em junho e, logo em seguida, com a vitória de Iga Swiatek no torneio, se tornou a décima melhor tenista do mundo, seu melhor feito da carreira. Para fechar o ano com chave de ouro, Bia foi campeã do WTA Elite Trophy, seu maior título. Atualmente, Bia ocupa a 11ª colocação, mas a julgar pela incrível performance de 2023, a brasileira vai longe.

Bia Haddad é campeã do WTA Finals Elite — Foto: Fred Lee/Getty Images

Bia Haddad é campeã do WTA Finals Elite — Foto: Fred Lee/Getty Images

Laura Pigossi quebra jejum de mais de três décadas no tênis feminino

Além de Bia, outro nome de destaque da nova arrancada feminina no tênis brasileiro é Laura Pigossi. A paulistana fez a torcida ir ao delírio ao conquistar dois ouros nos Jogos Pan-Americanos de Santiago, no simples e nas duplas. A última vez em que uma tenista brasileira havia subido sozinha ao topo do pódio em Pans foi em 1987, com Gisele Miró. Já pelas duplas, Laura foi campeã ao lado de Luisa Stefani, após 20 anos da última medalha na modalidade.

Laura Pigossi conquista o ouro na final do simples feminino em Santiago — Foto: Alex Diaz/Santiago 2023

Laura Pigossi conquista o ouro na final do simples feminino em Santiago — Foto: Alex Diaz/Santiago 2023

Tati Weston-Webb comanda sua tempestade em 2023

Já classificada para Paris 2024, a brasileira brilhou nas águas do Caribe, em junho, e conquistou o Mundial do ISA Games em El Salvador, que resultou em vaga para o Pan de Santiago. Dando sequência ao ano de conquistas, Tatiana trouxe o ouro pan-americano para casa, após virada no forte mar de Viña Del Mar, em uma das condições mais difíceis de competir que a surfista já encarou na vida.

Tatiana Weston-Webb fatura o ouro no Pan 2023 — Foto: William Lucas/COB

Tatiana Weston-Webb fatura o ouro no Pan 2023 — Foto: William Lucas/COB

Bruna Alexandre faz história como primeira atleta paralímpica no Pan

Paratleta do Praia Clube, Bruna Alexandre conquistou a prata no Sul-Americano por equipes, em Cuba, em setembro. Com o resultado, a catarinense, que teve o braço direito amputado por consequência de uma trombose, garantiu a vaga do tênis de mesa do Brasil nas Olimpíadas de 2024. Em outubro, Bruna se tornou a primeira atleta paralímpica a participar dos Jogos Pan-Americanos em 2023, e terminou a competição com a medalha de bronze. Além das vitórias impressionantes, Bruna pode se tornar a 1ª brasileira a disputar os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, caso seja convocada.

Bruna Alexandre foi escolhida a melhor atleta paralímpica de 2023 — Foto: CPB / Divulgação Twitter

Bruna Alexandre foi escolhida a melhor atleta paralímpica de 2023 — Foto: CPB / Divulgação Twitter

(GE)