Vive-se sob processos de escolhas; a cada dia as opções se apresentam como caminhos a engendrar satisfação, alegria, alento e encanto. A tantos tais, contudo, prescindem dos masoquistas, que preferem dor e desencanto.

Escolher também é negar. Nega-se o outro que não o escolhido. E nesse negar, quantos caminhos, situações e detalhes deixam de ser apreendidos (conhecidos) que poderiam tornar-se referenciais? Somente àquele a que se revela já tem seu destino e o que se conhece antecipadamente é tão somente isca (pista) do projeto traçado.

Por que alguns cantam e outros dançam? E o pior, felizes o são, satisfeitos, resignados na existência; insatisfação é para os intelectuais, adoram a cachaçaria (ambiente) dos sisudos e circunflexos.

Leia Também:
– Curupira, Pai do Mato, Caipora, cadê você?

– As flores estão alegres

– Felicidade pós liberdade

– A vida como ela é…

– Férias como reflexão

 

– O que te aprisiona?

– Viver melhor!

– O Kardec brasileiro

– Criminalidade

– De quem é a culpa?

– Liberdade como possibilidade

– Dia do rádio!

 

– No tempo dos sábios…

– Dualidade invisível

– Autonomia moral

– Existir e ser

– Paz e guerra

– A um passo da felicidade

– Os que lutam, a glória

– Humanos conceitos

– Os modelos mentais!

– Momentos de delírios…

– Política, moral e sanção

– Identidade social

– Toda honra, toda glória!

– Deus existe?

– Verdade? Não, fofoca

– Dignidade

– Fatos e ilusões!

– Súditos…

– Quem somos?

– Democracia e constitucionalismo

– Modernidade implacável

– Espinhos…

– Pensar e existir

– Verdade sobre si mesmo

– Corpos não mentem

– Fígado saudável, alma que suporta…

– Uma lógica, apenas!

– O mito da imparcialidade

– Versos e verdades

– Os Santificados…

– Mitos e verdades

– Direito e moral

– O real e o sonhado

– Verdade e consequência

– Ética e autenticidade

-Caráter e destino

– Sejas

-As cigarras!

-Se viver, verá!

-Mal, por misericórdia

-Intuição, valores

-Viver e melhor

-Qualquer pensamento, qualquer existência

-Um sonhador!!!

-Cuidado

-Eles Vivem?

-Paz e amor

-Consciência, de Chico

-Felicidade, a quem?

-Somos, missão e dever!

-Liberdade como pena

-Alegria, alegria…

-Do pensamento, felicidade!
-Sou por estar

-Liberdade sem asas

-Utopia para caminhar…

-Amar, de menos a mais
-Ouvir e calar
-Rir e chorar
-Somos e sermos…
-Violência circular
-Dever para com o povo
-A verdade que basta

      

Mas, ao escolher, se está a assumir a responsabilidade advinda dessa liberdade? Ao menos deveria. Sabemos que não, nem sempre, talvez alguns.

Há algo muito mais interessante a ser observado nesse processo de escolha e arrisco a afirmá-lo com Schopenhauer – “Depois da escolha, depois de saber o que decidimos, é que ficamos sabendo quem de fato nós somos’… Todo ‘sim’ está também encaixado à firme negação de seu oposto e assim nos assevera o conhecimento de nós mesmos” (por Rüdiger Safranski).

Isso, verdadeiramente, nos faz cumpridores do mandamento do Templo de Delfos – conhece-te a ti mesmo-. Em tempo, assim também te conhecem.

Da mesma forma, não adianta jogar cartas com seu ‘Gênio Maligno’ (Descartes), crendo que ele, de você, esconde a bondade que carregas. Não, em absoluto. Suas escolhas dirão o quanto de bondade ou de maldade divide teu coração. O que prevalece, o que fica. Em resumo: não passarás da observação de terceiros, sempre ávidos por juízos axiológicos.

Certa vez, um conhecido general francês teria afirmado que o Brasil não é um país de homens e mulheres sérios, e, por incrível, não se conheceu reação à altura. Considerando esse contexto histórico, quando vimos (terceiro observador) caminhões de cargas acidentados sendo atacados por brasileiros, numa clara demonstração de corrupção humana e covardia, joga-se às favas a indignação, de Gaulle queda-se (ou ergue-se?) absolvido.

Essas escolhas e permissividades nos fazem conhecidos lá fora. Afinal, quem somos nós e para onde queremos ir? Chegaremos? Cada um, e cada do todo, conhece a si mesmo? Quais alternativas têm em mente o nosso povo e delas escolherão exatamente o que? O bem ou o mal?

Agostinho, ao responder se a justiça é desigual e mutável, afirmou que não; os tempos que ela preside não caminham da mesma forma. Dessa forma, torcemos para que o criador possa, em tempo de muita graça e expiação, descer seu olhar na horizontal e, ainda assim, crer na criatura, posto que, quanto aos animais “irracionais”, já foram aprovados.

É por aí…

 

 

*GONÇALO ANTUNES DE BARROS NETO (Saíto)   é formado em Filosofia e Direito pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT); é membro da Academia Mato-Grossense de Magistrados (AMA), da Academia de Direito Constitucional (MT), poeta, professor universitário e juiz de Direito na Comarca de CuiabáE é autor da página Bedelho Filosófico (Face, Insta e YouTube).

E-MAIL:                    antunesdebarros@hotmail.com 

 — — — —

CONTATO:               bedelho.filosofico@gmail.com

 — — — —

FACEBOOK:             www.facebook.com/bedelho.filosofico